Comecemos por falar da situação mais preocupante do jogo... o pénalti (mal assinalado a meu ver) falhado. Não sou psicólogo nem tenho pretensões de o ser mas questiono-me até que ponto é benéfico para o Jackson esta insistência na marcação das grandes (pequenas) penalidades. O colombiano tem inúmeras qualidades, como foi o exemplo do grande jogo que fez hoje, é um dos grandes pontas de lança mundiais mas decididamente não é um marcador do castigo máximo. E é aqui que entra a psicologia porque não me parece que esta continua e insistente escolha resulte de uma forma prática. Hoje não foi preciso o pénalti para vencer, mas como é do conhecimento geral, historicamente têm-se perdido campeonatos e taças à custa deste pormenor, que devido à sua especificidade, deveria ser tratado da forma mais minuciosa possível. Fico ansiosamente a aguardar novidades sobre este tema.
O Estádio de San Mamés é conhecido por ser um autêntico inferno para os adversários, daí que nos tenha dado, a nós Portistas, um enorme prazer ter silenciado os quase 40.000 Bascos presentes nas bancadas. Previa-se uma entrada a todo o gás por parte do Bilbao, já que o seu futuro na Champions dependia deste jogo mas essa mesma raça não entrou em campo hoje. O Porto faltou ao respeito ao seu anfitrião e impôs o seu jogo desde o 1º minuto, pressionou alto, trocou muita bola e chegou com perigo à baliza adversária. O pénalti a ser concretizado no final da 1ª parte seria um excelente tónico para aguentar a previsível cavalgada basca na 2ª parte. Os deuses foram justos para a equipa espanhola e o nulo ao intervalo claramente penalizava o Porto, porque foi sempre melhor que o Bilbao. A 2ª parte começa com o Bilbao a querer encostar o Porto às cordas mas esse querer não passou da vontade porque o 1º golo azul e branco marcado pelo (inevitável) Jackson acabou por gelar o San Mamés. Os Deuses que decidiram desviar o pénalti do Jackson para a barra foram os mesmos que fizeram o Fabiano defender com os olhos o remate de cabeça ao poste do Guillermo Fernández. Foi talvez a única grande oportunidade de golo para os espanhóis já que a partir desse momento jogaram o que o Porto deixou, a equipa portuguesa voltou a "assentar" o seu jogo e nunca mais permitiu que a baliza do Fabiano estivesse em perigo. O 2º golo do Porto acaba por chegar naturalmente por Brahimi, embora não fosse expectável que fosse através de uma falha clamorosa do guarda-redes Iraizoz e o jogo acaba a partir daí, ainda havendo tempo para uns "Olés" por parte dos 1500 portistas que viajaram até ao País Basco. Foi para mim o jogo mais conseguido do Porto, o mais equilibrado, o tal jogo que todos os Portistas precisavam para finalmente acreditar neste treinador e nesta equipa e perceber que temos um plantel fortíssimo capaz de ganhar muita coisa nos próximos tempos.
Adeus fase de grupos, olá oitavos. O Porto está na fase a eliminar da maior prova europeia de clubes, faltando saber se acabamos em 1º ou 2º lugar no nosso grupo. Antes desta fase começar e logo após o sorteio, a opinião generalista era que o grupo do Porto era acessível. Uma verdade, embora num passado bem recente, tenhamos sido eliminados à custa de grupos teoricamente acessíveis como este. É inegável que o sorteio nos foi favorável mas como alguém disse um dia "A sorte dá muito trabalho!"
Brahimi - O melhor em campo e talvez o melhor do Porto esta época, ou vendo as coisas de outra forma, o jogador mais excitante desde que o Hulk saiu para o Zenit. Já o disse anteriormente, é um jogador que em muita coisa me faz lembrar o Deco e este talvez seja o maior elogio que possa fazer ao Argelino. Se o Brahimi tivesse um azar e não jogasse mais esta época, penso que mesmo assim seria impossível segurá-lo no final da época. Preocupo-me se a jogar a este ritmo, não sairá já neste mercado de inverno. O Argelino é um World Class Player e embora me custe dizê-lo, é um jogador para outros vôos. Hoje fez mais um grande jogo, com pormenores deliciosos, capaz de fintar meia equipa adversária dentro de uma cabine telefónica e mesmo assim sair com a bola controlada. É um mimo vê-lo jogar e a pergunta que se deve fazer é, o que fazia este menino no 15º classificado da anterior liga espanhola?
Jackson - É um grande jogador, um enorme ponta-de-lança, daqueles que chegam cá e nunca mais deveriam sair. Joga e trabalha como ninguém em prol da equipa, dá o litro, o corpo, sempre em função do colectivo. Hoje voltou a ser assim e nem o pénalti falhado apaga uma exibição tremenda. Marcou mais um golo pleno de oportunidade em mais uma jogada desconcertante do Brahimi.
Casemiro - Está cada vez menos 8 e mais 6. Fez o melhor jogo desde que chegou ao Porto, foi menos faltoso do que é hábito e fez inúmeros cortes. Ainda não tem a capacidade física e táctica para dobrar os centrais mas está a subir gradualmente de rendimento. Vénias ao trabalho especifico de treino que tem sido feito com o brasileiro.
Toda a Defesa - Toda a defesa, incluindo o Fabiano estiveram a alto nível.
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