Dérbi de nervos ganho com nervo.
Para o jogo do Bessa as alterações na equipa eram obrigatórias, Casemiro, Alex Sandro e Danilo tinham visto amarelo no jogo anterior, deixando-os de fora por castigo e Óliver Torres voltou-se a lesionar no ombro no jogo de Basileia. Os castigados tinham suplentes mais ou menos óbvios, Rúben, José Angel e Ricardo entraram na equipa e a dúvida surgia na utilização de Quintero, Evandro ou mesmo Brahimi, já que Campanã nem sequer tinha sido convocado. Lopetegui lançou Quintero e surpreendeu com a titularidade de Hernâni, remetendo Tello e Brahimi pata o banco. O Porto explanava-se em campo no habitual 4-3-3, embora o triângulo de meio campo fosse invertido a maior parte do tempo, jogando Herrera ao lado de Rúben e Quintero a 10. Lopetegui já deu a entender que não há "vacas sagradas na equipa", hoje foi mais um exemplo disso.
Jogos pós-Champions são sempre preocupantes e este não foi excepção. Se dividíssemos o rectângulo de jogo em 3 partes iguais, poderíamos dizer que o Porto jogou a maior parte do tempo no último terço do Boavista. Os 75% de posse de bola no final do jogo revelam bem a forma como as duas equipas encararam este jogo. O Porto dominou todo o jogo, embora não fosse destrutivo junto da baliza de Mika. Dos 14 remates que fizemos, talvez tenha havido 3 perigosos, os 2 golos e um outro remate de Jackson, ainda na 1ª parte. Do lado dos axadrezados apenas Brito e depois Uchedo, conseguiram fazer uma espécie de mossa na defesa portista, já que o Boavista tal como tinha feito no jogo do Dragão, revelou uma clara alergia à baliza adversária. Jogos como este deveriam ter golos aos 10 minutos e não aos 80, evitavam muitos nervos no Portista. A vitória é totalmente justa, num jogo em que o resultado foi bem melhor que a exibição. 3 pontos ganhos em mais uma final, segue-se o Sporting no Dragão em mais um jogo que as duas únicas hipóteses é ganhar por poucos ou ganhar por muitos.
Momento surreal da noite, árbitros entram em campo com camisolas onde se podia ler "Respeito". Respeitar árbitros que, semana após semana, de um forma mais ou menos tendenciosa, com decisões mais ou menos escandalosas, nos faltam ao respeito a nós, adeptos portistas? É para rir, certo? Fazendo a analogia para o mundo do crime - pensando bem, pode nem ser analogia, porque como se tem visto esta época de forma explicita e vergonhosa, as arbitragens a favor do outro clube têm sido autênticos crimes - seria como um ladrão pedir para que não o roubassem. Ridículos. Por outro lado e para que não hajam dúvidas, sou completamente e peremptoriamente contra todo o tipo de violência física e verbal que se façam contra os árbitros dentro e fora do terreno de jogo.
Jackson - O MVP da partida. O nosso abono de família fez mais um jogo esforçado, embora se tenha notado um decréscimo físico. Foi mais uma luta de wrestling com os centrais axadrezados, vindo buscar muito jogo atrás. Marcou o golo da praxe, depois de ter falhado um golo cantado na 1ª parte. Soma 17 golos na Liga Portuguesa e 26 em todas as competições.
Herrera - Sou fã do mexicano, por muita cagada que ele faça. Hoje perdeu tantas bolas como as que recuperou, mas foi um dos mais activos da equipa. Passa os 90 minutos a "virar frangos" e é daqueles jogadores que se o treinador lhe disser para ir a correr contra o poste porque isso é melhor para a equipa, ele vai sem hesitar.
Tello - Mais 2 assistências de um jogador que decide mal em 90% das vezes. É quem mais assiste na equipa, facto que dá que pensar o que seria de Tello se fosse mais decisivo no último passe. Entrou aos 55 minutos mas deve ter levados uns bons 20 a perceber que estava em campo, assim que o fez, foi para cima do defesa, fez a finta do costume e.. golo do Jackson. Assistiu depois Brahimi para 2º da equipa.
Rúben - O relógio suíço da equipa. O primeiro a quem os centrais depositavam a confiança de lançar os ataques. Jogou ao lado de Herrera, embora com missões mais defensivas que o mexicano.
Marcano - Quem diria que o central espanhol passaria de 3ª opção, a patrão da defesa em menos de um mês. Belo jogo de um jogador que não está com meias medidas, "abate tudo o que mexe". Limpou tudo o que lhe apareceu pela frente.
Atitude da equipa - O jogo não foi brilhante, longe disso, mas a equipa nunca desesperou, nunca entrou em pânico, nem no facilitismo do chuveirinho e foi recompensada por isso.
Hernâni - Foi a surpresa da noite mas não se pode dizer que tenha brilhado. Foi alvo de algumas entradas duras, facto que lhe pode ter tirado alguma "pica". Foi titular pela 1ª vez e talvez tenha acusado a responsabilidade.
Boavista - É uma equipa fraca, não há dúvidas, das piores do campeonato por todas as razões que conhecemos, também não dúvidas, mas jogar em sua casa e fazer 5 remates mas apenas 1 com dificuldade para Fabiano, e levar com 75% de posse de bola do adversário, é demasiado pouco para uma equipa que ainda não assegurou a manutenção. Além disso, usou o anti-jogo durante 80 minutos. Com isto tudo, o treinador adjunto no flash-interview, afirmou que o resultado era injusto. Está certo.
Não marcar cedo - O Porto já sabe como são estes jogos, não pode entrar em campo com o pensamento que o golo vai acontecer com mais ou menos esforço, tem de entrar como se estivesse a perder. Com equipas que vão passar o jogo à volta da sua grande área, temos de resolver o jogo cedo, e depois relaxar e gerir a partida à nossa velocidade.
Sem comentários:
Enviar um comentário