A exibição mais segura da época.
Apesar do Afonso Henriques ser uma verdadeira fortaleza para o Guimarães, as estatísticas revelam que as visitas ao Dragão transformam a equipa vitoriana num adversário estranhamente dócil para o seu historial. A última vitória do Guimarães aconteceu em 1996 e o melhor que conseguiram desde daí foi um único empate em 2005. 20 anos em que o Porto venceu quase sempre e no passado sábado, aconteceu a regra e não a excepção.
O Vitória entrou muito bem em campo, talvez aproveitando o facto do 4-4-2 clássico do Porto estar aparentemente pouco oleado mas a verdade é que passados os primeiros 15 minutos, o "perigo" causado pelo Guimarães resumiu-se a meia dúzia de remates de fora da área. Muito vontade, muita raça, boa qualidade técnica com alguns momentos de tiki-taka mas tudo esprimidinho resultou em raros lances de golo na baliza de Casillas.
Nuno experimentou uma nova nuance táctica (adoro esta expressão) com Deproite e André Silva de inicio e com 2 médios nas alas disfarçados de extremos. Enganou-me porque depois de ver o onze inicial fiquei com a ideia de que iríamos usar um 4-4-2 losango com Otávio a 10 à frente do trio clássico de médios. Não desgostei desta forma de jogar, Deproite como facilmente se percebeu, não tem qualquer problema em em lutar contra a defesa contrária e André Silva também não revelou grande défice por de quando em vez ter de recuar no terreno ou descair mais nas alas. André André e Otávio no papel começavam nas alas mas quase sempre vinham para dentro deixando que os corredores fossem percorridos vezes sem conta por Layún e Telles. Foi um bom jogo do Porto, com um resultado gordo, muito por culpa de um Guimarães que nunca quis jogar para o ponto. Tivemos alguma sorte na obtenção dos golos, mas também algum azar numa bola à barra e num golo aparentemente mal anulado.
Óliver - O MVP da partida. É no meio que este puto joga bem, mais à frente ou mais atrás, é no meio que o Óliver brilha. Grande jogo, grande dinâmica, revelou um muito melhor entrosamento e conhecimento da equipa. Acabou por merecer o golo que sem querer marcou. A forma como faz a bola parecer parte dele próprio é soberba. Bravo.
Deproite - E não é que gostei de ver o belga jogar no seu primeiro jogo completo. Tudo o que fez, fez bem, recebe de costas e deixa para um colega, vai a todas as bolas pelo ar e ganha a disputa quase sempre, joga simples e sem rodriguinhos. Só um aspecto que deve rapidamente corrigir, um avançado vive de golos e o belga tem de começar a pensar em ser menos altruísta e começar a fuzilar as balizas adversárias.
Layún - Oh Miguel, não te cansas caralho?! Mais um jogo onde o mexicano encheu o campo e esteve quase sempre nos lances decisivos do jogo. Uma bola na barra, um canto cobrado que resulta no primeiro golo, um cruzamento mortifero que obriga a um auto-golo vitoriano. Um jogador que fala e principalmente joga muito à Porto.
Bolas paradas - Após anos a ver a banda passar, parece que finalmente estamos a aproveitar os muitos cantos e livres de que dispomos em todos os jogos.
Jorge Sousa - O árbitro portuense esteve parado muito tempo devido a lesão e a verdade é que esse facto parece ter causado mossa na forma como ajuizou inúmeros lances. Faltas marcadas ao contrário, faltas que ficaram por marcar ou foram marcadas indevidamente, um golo mal anulado que nem as várias repetições conseguem dar razão ao árbitro. Acabou por não influência no resultado embora tenha feito uma exibição que certamente não deixará saudades.
Cruzamentos vs posse de bola - A maior critica que era feita a Lopetegui a par da famigerada rotatividade, era a excessiva e inconsequente posse de bola da equipa. Nuno parece ter matado esse mesma posse de bola em detrimento de um abusivo número de cruzamentos para a área. Tem sido demasiadas bolas cruzadas pelos laterais para tão pouca presença na área.
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