A Choupana em particular e a Ilha da Madeira no geral, são locais habitualmente difíceis de ultrapassar pelo maior clube do mundo, embora a tendência de vitória do Porto em casa do Nacional se tenha vindo a acentuar nos últimos 10 jogos, com 8 triunfos, contra 1 vitória do madeirenses e 1 empate. Marcano afirmou durante a semana, que era crucial "dar um murro na mesa", e pelos vistos toda a equipa encarnou esse espirito porque fez um jogo sério desde o apito inicial do árbitro.
Nuno Espírito Santo fez alinhar novamente um onze diferente do jogo anterior, tem sido sempre assim desde o inicio da época e por isso a novidade será que acontecer uma repetição. Semana após semana, jogo após jogo, as experiências tem sido feitas pelo NES como se ainda estivéssemos em plena pré-época e parece que finalmente acertou. Diogo Jota e André Silva revelaram um entendimento bastante assinalavel para um dupla que fazia a sua estreia a titular esta época. O Porto executou na Madeira o que NES anda a apregoar praticamente desde o inicio da época e o resultado foi um jogo muito bem conseguido, muito possivelmente o mais equilibrado dos 11 disputados esta temporada.
O Porto finalmente passou das palavras aos actos, entrou a matar na partida, marcou cedo, controlou o jogo, foi calma e merecidamente ampliando o resultado e não permitiu aos insulares qualquer tipo de veleidades. Casillas teve uma noite estranhamente tranquila e disseram-me que chegou mesmo a perguntar ao banco se o jogo estaria mesmo a ser disputado na Madeira, na malograda Ilha Maldita. Uma defesa sólida, um meio campo criativo e com enorme rotação e um ataque eficaz como nunca, dizimaram por completo uma equipa que se limitava a rematar de longe, e que conseguiu o seu remate mais perigoso quase no final do jogo.
Danilo (25) e Herrera (26), mas principalmente André Silva (20 anos), Jota (19), Óliver (21), Otávio (21), revelam uma equipa indubitavelmente jovem por um lado, inexperiente por outro, mas os dados estão lançados e o futuro pode muito bem ser sustentado a partir desta base de jovens jogadores.
Diogo Jota - O MVP da partida. 3 golos na primeira parte, 3 golos em 35 minutos. Uma estreia a titular absolutamente soberba. Jota foi em meia parte, o que Adrian e Deproite não conseguiram ser desde o início da época. Demonstrou um excelente entendimento com o André Silva, foi de uma eficácia pornográfica em frente à baliza, e deixou no ar a ideia que o lugar será seu nos próximos jogos sem grande discussão.
André Silva - Um golo à ponta de lança, uma assistência para golo, uma entrega total ao jogo e meia dúzia de lances mal executados, esta foi a noite do nosso menino na Choupana. Para o André deixo um conselho, que peque no jogo de ontem e aprenda alguma coisa ao ver os golos do Jota e a forma fria e eficaz como o colega de equipa os executou.
Óliver & Danilo - 2 jogadores que se completaram praticamente na perfeição e que deram a ideia de jogarem juntos desde sempre. Danilo parece estar a subir gradualmente de forma e a equipa ganha outra amplitude porque permite soltar os restante médios para tarefas mais atacantes. Óliver revelou um muito melhor entrosamento com a equipa e foi aquele box-to-box que a equipa precisa e que os adeptos desejam.
Felipe - Mais um jogo extraordinário. Fez inúmeros cortes, dobrou colegas e tentou a sua sorte nos lances de bola parada mas continua a não tomar as melhores decisões quando tem que sair para o ataque. Tem de refrear a forma como entra em todas as disputas, porque nem sempre tem de ganhar todos os lances divididos.
Marcar cedo - É incrível a tranquilidade que dá a uma equipa já de si intranquila, marcar um golo cedo. O Porto entrou muito bem no jogo e cedo se percebeu ao que vinha e que não iria esperar pelos últimos 20/25 minutos para começar a jogar à bola. O golo de Jota aos 11 minutos permitiu desmontar a táctica defensiva de Manuel Machado e procurar o ampliar da vantagem com calma e critério. Os golos foram surgindo naturalmente, a equipa baixou naturalmente o ritmo na 2ª parte, e as substituições permitiram gerir o jogo sem grandes sobressaltos.
Nada de assinalável a registar - Não há jogos perfeitos mas há jogos que mesmo não sendo brilhantes, conseguem ser muito bem conseguidos. A equipa do Porto não foi perfeita mas nunca deixou que o resultado e a vitória estivessem em risco. A nível individual não houve nenhum jogador que se destacasse de forma negativa.
Sem comentários:
Enviar um comentário