Pragmático QB

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quarta-feira, 22 de outubro de 2014

FC Porto 2 vs Athletic de Bilbao 1 - 21.10.2014 - Liga dos Campeões

Vitória da vontade.

Durante a tarde fiz um apelo em que resumidamente alertava os portistas e simpatizantes que iriam ao Dragão a mudar a postura em comparação com o jogo contra os meninos de Alcochete e que passo a transcrever:

"Apelo:

Serve este comunicado para apelar a todos os Portistas e Simpatizantes pelo maior clube de Portugal, que pensem muito bem antes de saírem hoje de casa e rumarem ao Dragão. O ambiente estará tenso o suficiente, em parte pela importância do jogo mas principalmente pelo resultado anterior. Se a tua vontade é assobiar a equipa durante metade do jogo, faz um favor a ti próprio, fica em casa, no conforto do teu lar, bebe uma Super Bock, faz pipocas, põe as pernas em cima do puff e se estiver frio, usa uma manta, ou seja, faz basicamente o que eu vou fazer. Caso contrário, sai de casa, equipa-te a rigor, assume o teu portismo sem rodeios ou vergonhas e faz do Dragão a tua casa, a tua fortaleza, o teu território. Eles são Bascos mas nós temos um espião do nosso lado, somos da Invicta, não tenhas medo, grita até que a voz te falhe, para que bascos, espanhóis e marroquinos percebam que embora a mística esteja adormecida, não está morta."

Depois do jogo de hoje tenho uma sugestão para os dirigentes do Porto:

Nos jogos em casa deveriam criar 4 sectores no Estádio do Dragão, um para os adeptos da equipa adversária, outro para os sócios e simpatizantes do Porto, outro para abrir uma creche ou parque infantil para albergar todos os jogadores que esta época cometeram erros infantis que resultaram em golos sofridos, e um 4º espaço, quiçá o mais importante, para o tipo de adepto, que embora se assuma como "portista desde pequenino", não perde uma oportunidade de assobiar a equipa sempre que o Maicon troca passes com o Indi e com o Fabiano, ou quando o Danilo manda um bico para a frente, ou quando o treinador, vendo a sua equipa a perder ou empatada, não usa as 3 substituições disponíveis para colocar mais 3 avançados em campo. Fica a ideia/sugestão. 

Desde sábado à noite tenho ouvido e lido comentários geniais por parte de todo o tipo de adepto, velho ou novo, seja ele portista, benfiquista, sportinguista ou mesmo candalense. Desde "o Lopetegui só sabe treinar os juvenis", "o Lopetegui não chega a Janeiro", "o Lopetegui vai embora após o jogo com o Bilbao, e outras pérolas que não me lembro agora. Ora bem, está mais que visto que o Porto mexe com TODA a gente, e que a 1ª derrota em 12 jogos oficiais fez com que várias garrafas de champanhe fossem abertas meses antes do réveillon. Até apostas já quiserem fazer comigo a prever o total fracasso da época desportiva do Porto. Eu, como portista ferrenho, regozijo-me com esta febre à volta da minha equipa.

Sobre o jogo, muito a dizer. O Porto entrou em campo com uma equipa manifestamente ofensiva e muito perto do que eu acho que deve ser 11 titular do Porto nesta época. Notou-se na equipa uma clara vontade de fazer as coisas depressa e bem, demonstrando que o "tropeção" de sábado foi grande, fez mossa, mas não foi nem nunca poderia ser fatal e mortal. Notei também outro tipo de preocupação em chutar para a frente nos lances mais complicados ao invés de tentar sair a jogar a partir da defesa. Grande raça posta em cada lance dividido, um futebol fluído muito à custa das trocas posicionais entre Brahimi e Quintero e o golo e chegar tarde mas na altura certa. O resultado ao intervalo era totalmente justo mas o intervalo, que na maioria da vezes tem sido benéfico, hoje não o foi. O treinador Ernesto Valverde mexeu bem na sua equipa e o Porto recuou bastante permitindo aos bascos subir muito no terreno e quase encostar o Porto às cordas durante os primeiros 15 minutos, marcando o golo do empate nesse período. Foi um duro golpe que quase levou a equipa ao tapete porque a deixou tonta, sem saber o que fazer. Foi nesta altura que surge o coro de assobios, talvez os mesmos do passado sábado, talvez os mesmos que choraram de alegria no saudoso minuto 92. O futebol é lindo e amado pelos momentos que se seguiram porque estava destinado que o golo da vitória seria marcado pelo jogador mais ostracizado do Porto este ano. O cigano marcou o golo com a ajuda do Iraizoz, e soltou toda a frustração que tinha por andar a ser relegado para o banco nas ultimas semanas. A vitória é justa, embora tenha sido muito complicada. Segue-se o jogo em Bilbao, numa partida em que o empate pode ser um bom resultado.

Destaques individuais positivos:

- Quintero, está a atravessar um bom momento, talvez o melhor desde que chegou ao Porto, foi novamente decisivo com mais uma assistência, tal como no jogo de sábado. Parece-me o único jogador no Porto capaz de fazer o chamado passe de rotura. 
- Tello, pode não ser um jogador para o Barcelona, mas é inegável que o espanhol possui uma capacidade técnica e velocidade fora do vulgar. Hoje provocou vários desequilíbrios na defesa espanhola embora nenhum deles tivesse resultado em golo.
- Danilo, uma força da natureza. Fez o corredor direito inúmeras vezes a defender e atacar sempre a um ritmo elevado. Tem e terá sempre nos ombros o peso do valor que o clube pagou por ele (13 milhões) mas parece-me que este ano está a ter a sua afirmação como um dos grande laterais do futebol moderno e prova disso são as constantes chamas à selecção brasileira.
- Herrera, é o patinho feio da equipa mas é um jogador do qual sou fã, faz quilómetros, remata, defende, ataca e... perde bolas em zonas proibidas. O golo dos espanhóis nasce num mau passe dele mas antes já tinha marcado um golo. Penso que fez quase 13 quilómetros, o que diz bem da capacidade maratonista do mexicano.


















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