A importância de começar bem.
Comecemos por falar um pouco de estatística antes de esmiuçar o Porto - Guimarães do passado sábado. Apesar das tradicionais dificuldades nos jogos na cidade Berço, sempre que visitado pelos vimaranenses, o Porto revela números muito interessantes em confrontos para o campeonato, senão vejamos, em 71 Jogos Oficiais, 56 Vitórias, 12 Empates e apenas 3 derrotas, a última das quais há quase 20 anos. Facilmente se percebe que o Guimarães, apesar de nos fazer a vida negra no Afonso Henriques, torna-se num adversário dócil e muito acessível no Dragão. Este era o nosso 1º jogo oficial, mas o 3º do Guimarães, dado que tinha disputado o playoff da Liga Europa com os austríacos SCR Altach, actual 9º classificado no campeonato lá da terra. Ora bem, o Guimarães foi eliminado no somatório das duas mãos com um score de 6-2, o que expelha bem a sua fragilidade nesta altura da época.
É importante começar a ganhar, sempre foi e sempre será. O Sporting já o tinha feito no dia anterior e era obrigação do Porto fazer o mesmo. Tal como previ na posta de pescada anterior, a equipa titular que iniciou o campeonato foi a esperada, com a excepção de Brahimi, que foi poupado devido aos problemas físicos revelados durante a semana. O golo surgiu cedo, o que permitiu ao Porto gerir bem a partida, exceptuando o inicio da 2ª parte, onde nos deixamos envolver pela maior vontade dos vimaranenses. Fiquei com a ideia clara que há mudanças na forma de jogar da equipa, porque vimos maior verticalidade na procura da baliza adversária, menos "engonhanço", lances estudados (finalmente!), sucessivas faltas no meio campo atacante impossibilitando à nascença possíveis contra-ataques, alternância entre o jogo pelas alas e pelo miolo. Um jogo agradável do Porto, onde a vitória, apesar da boa entrada do Guimarães na 2ª parte, nunca esteve perto de fugir. Foram 3 golos, poderiam ter sido pelos menos mais 5, porque Imbula em 3 ocasiões, Tello e Herrera noutras duas, estiveram muito perto de marcar.
Segue-se o Marítimo na Madeira no próximo sábado às 20.45h, um jogo que infelizmente, dispensa apresentações. Eu sei que será difícil, tu sabes que será difícil, todos os adeptos sabem que será difícil, alguns jogadores sabem que será difícil e espero que o meu caro Lopetegui reveja os jogos do época passada e tenha percebido o quão fodido é jogar no arquipélago. Ainda por cima, como se não bastasse termos de normalmente viajar 2 vezes por ano para a ilha maldita, este ano serão 3 à custa do União.
Aboubakar - MVP do jogo. Declarações à Sporttv no flash-interview: "Agradeço a todo o
staff pela confiança. O Porto tem uma equipa nova. Fizemos um bom jogo colectivo.
Eu estava um pouco
stressado, o
mister Lopetegui disse-me para trabalhar durante a semana, deu-me confiança para marcar.
Jackson é um atacante que admiro muito. Eu posso fazer o que posso fazer, o que seja importante para a equipa." Este fulano, é sem duvida alguma, um dos meus jogadores preferidos do plantel. É de uma genuinidade enorme, que me faz acreditar que ainda há bons seres humanos. Não o conhecendo pessoalmente, é daquelas pessoas que me cativa incompreensivelmente. À parte deste pequeno desabafo, o menino camaronês pintou a manta, o golo aos 8 minutos libertou-o da pressão e do stress e isso fez com que tenha feito um jogo enorme, muito provavelmente o melhor desde que chegou à invicta. 2 golos, 2 enormes passes para Imbula e Herrera desperdiçarem oportunidades claras, pormenores deliciosos e o abraço ao treinador, e sabe Deus, o quanto eu gosto de ver merdas destas. Num Verão onde se falou tanto de Jackson e da sua saída, que melhor cartão de visita poderíamos ter?
Maxi - 8 anos de Benfica. So what? Who cares? Hoje é do Porto e pelo que deu a entender vai correr tanto ou mais do que fez nos ultimos 8 anos. É estranho vê-lo de azul e branco, mas deixa de ser tão estranho quando o vês fazer quilómetros, comer adversários, dar o litro e fazer 2 brilhantes assistências, a 2ª das quais a não cair na tentação de se fazer ao penálti.
Tello e Varela - Não jogaram sempre bem, mas jogaram muito tempo bem. Trocavam as idas para a linha, com um jogo interior seguro e isso fez com o seu futebol se tornasse imprevisível. Tello quase marcou e Varela marcou mesmo depois de uma boa jogada com Maxi.
Imbula - A qualidade de Óliver é inquestionável, mas Imbula tem outro tipo de atributos não menos importantes. Enorme poder físico, capacidade de remate e grande facilidade em chegar a zonas de finalização fazem dele uma peça importantíssima no xadrez de Lopetegui.
Danilo - Muito provavelmente o jogador mais parecido com Casemiro que poderíamos ter ido buscar.
Herrera - O patinho feio da massa assobiativa portista. Fez um dos piores jogos desde que vestiu o manto sagrado, mas isso não dá o direito ao adepto de o assobiar a partir dos 15 minutos de jogo. Se consultarmos um dicionário de língua portuguesa e procurarmos a palavra desastroso encontramos o seguinte, 1- Em que existe desastre; 2 - Que provoca desastre, tragédia, calamidade ou catástrofe; 3 - Que possui efeitos negativos ou danosos. O mexicano no sábado foi isto tudo mas isso não invalida que seja um dos meus amores de estimação do plantel portista.
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