Este seria o jogo que o comum adepto apelida de tripla, ou seja, qualquer um dos 3 resultados seria esperado. O historial de confrontos entre as duas equipas no Dragão dizia isso mesmo, dado que nos 3 jogos anteriores aconteceram os 3 resultados possíveis. No 4º jogo, o tira-teimas sorriu ao nosso Porto, com uma vitória sofrida, raçuda, difícil mas justa. Seguem-se 2 jogos com o Maccabi Tel Aviv, e 2 vitórias neste duplo confronto com os irrealistas, colocam-nos numa posição bastante favorável para a passagem aos oitavos de final da prova.
Lopetegui pode dizer o que quiser, com mais ou menos irritação, mas a verdade é que montou a equipa para o jogo contra o Moreirense a pensar também no Chelsea. É uma posição que não me choca, porque entendo que jogadores como o Coolbakar, nunca poderão fazer todos os jogos, de todas as competições, na equipa e na selecção. O Rúben, Coolbakar e Imbula foram poupados em Moreira de Cónegos por isso seria expectável a sua titularidade hoje, por isso a maior surpresa foi a entrada do Indi para o lado esquerdo da defesa. Tal como em Kiev, o Lopetegui montou uma equipa de combate, capaz de não dar grandes espaços no meio campo mas coxa a atacar. As substituições, embora algo surpreendentes, foram sempre acontecendo com o intuito de reforçar o nosso sector intermediário, o mais desgastado fisicamente. Nota 10 para o Mister por isso. O Mourinho surpreendeu-me ao deixar no banco Hazard e Matic, 2 jogadores titularíssimos e cruciais no puzzle do Special One. Mikel e Ramires formavam uma dupla de betão no meio campo blue.
É sempre difícil ver um jogo destes com a calma necessária para perceber se foi uma boa ou má jogatana, mas fiquei com a clara e honesta ideia que foi um grande jogo, num grande ambiente. Duas equipas que quiserem ganhar e que tentaram impor o seu futebol da melhor maneira possível. O Chelsea foi o primeiro a criar perigo em 2 situações, Fabregas e Pedro tentaram mas o Casillas manteve o nulo. Nos primeiros 20/25 minutos percebeu-se que havia um respeito e estudo mutuo. Por volta da meia hora começou-se a perceber ao que veio o Mateu Lahoz, arbitro da partida, amarelava os nossos azuis com uma facilidade assustadora, e não assinalava faltas nítidas contra os outros azuis, como é exemplo disso a falta do Zouma sobre o Coolbakar à entrada da área. O nosso Coolbakar foi o primeiro a causar algum frisson num remate de fora da área mas foi o Brahimi que numa brilhante jogada individual, rebenta com a coluna do Ivanovic, obriga o Begovic a sacudir a mosca, que vai ter com o Mestre André , "obrigando-o" a enfiá-la na rede adversária. O jogo parecia estar controlado, quando o Queniano Azul decidiu ir para cima da defesa portista, obrigando-a a cometer uma falta, cobrada com mestria pelo Willian. Opá, e é aqui que a porca torce o rabo, que é como quem diz, que malho forte no Casillas. É ele que faz a barreira e depois fica sem reacção ao remate e queixa-se que não vê a bola? A bola é muito bem batida mas exigia-se mais qualquer coisa além do Casillas a ser Casillas. A 2ª parte começa novamente dividida e o Porto chega ao 2º golo, imaginem lá a loucura, num lace de bola parada. Uma época inteira e mais uns meses e lá conseguimos marcar um golo de canto. Não tenho foguetes cá em casa, senão tinha feito a festa. O Chelsea responde minutos depois por Diego Costa, num grande remate à barra do gajo mais odiado em Inglaterra e o Hazard assusta, num lance em que se arma em bom samaritano, tipo Coolbakar com o Luisão, e não cai na área depois de ser tocado pelo Maicon. Até que chegamos ao incrível minuto 70, e aos 2/3 minutos em que vimos um Chelsea completamente encostado ao canto do ringue a levar bananos de tudo o que era jogador do Porto. The Pride Of London quase foi ao tapete mas o Porto não conseguiu desferir o golpe final. De seguida, os Blues ganham um canto mas infelizmente o Ivanovic cabeceia ao lado, muito devido ao chamado "trabalho de atrapalhação" do Marcano. O minuto 79 serviu para percebemos o que pode fazer Imbula no meio campo portista, pode correr, levar porrada, fintar, levar mais porrada, voltar a correr, fintar, levar porrada e passar a bola a um colega. O Porto quase sentenciou o jogo numa tolada ao poste do Danilo e quase acabar a acabar o jogo foi a mão do Deus Marcano a evitar possíveis apuros para a baliza do Casillas. O jogo acaba obviamente com a pressão do Chelsea sobre os nossos rapazes, felizmente com um resultado diferente de Kiev e Moreira de Cónegos.
Maicon - O MVP da partida. Estava com duvidas entre o central e o André mas como o Maicon fez os 90 minutos, escolho-o a ele. Alguns calafrios provocados por um certo facilitismo mas uma entrega total, uma atitude à Capitão e um constante comandar das tropas. Marcou mais um golo, o 2º da época, na sequência de um canto, algo que não acontecia à muitos meses.
André - Entrou de fininho na equipa e hoje é um titular indiscutível. Está com a pica toda, joga em todo o lado e tem golo no seu futebol, algo que felizmente trouxe de Guimarães. Hoje nunca foi extremo, mas solidificou o nosso meio campo com mestria.
Imbula - Muito possivelmente o melhor jogo do francês ao serviço do Porto. Foi o box-to-box que o Porto precisava num jogo com estes, defendeu muito e bem e atacou com aquelas arrancadas tão características, como é exemplo disso a jogada ao minuto 79. Lentamente começa a mostrar um cheirinho do seu futebol, técnica, velocidade, remate e muita força.
Brahimi - É um jogador extraordinário e muito possivelmente o jogador do plantel que mais trabalho dá às defesa adversárias, mesmo não estando na melhor forma. Esteve sempre em jogo, nunca deu descanso ao Ivanovic e é numa dessas jogadas que parte os rins ao sérvio e permite o golo do André.
Lopetegui - Respeitou o Chelsea como teria obrigatoriamente de o fazer apesar da campanha dos ingleses no campeonato e montou uma equipa de combate e de responsabilidade. Deixou algum romantismo de parte e optou pelo pragmatismo. Esteve incisivo nas substituições.
Rúben - O nosso Pirlo tem uma classe criminosa.
Bolas paradas - Um golo de canto, dá para acreditar?
Arbitragem - O árbitro Mateu Lahoz teve um critério completamente pornográfico no assinalar de faltas e na mostragem de cartões amarelos. Injuriei-o durante praticamente 90 minutos, até que o pénalti clarérrimo não assinalado na mão do Marcano me fez retirar tudo o que disse e pedir imensas desculpas ao espanhol.
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