Pragmático QB

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sábado, 7 de novembro de 2015

Maccabi Tel Aviv 1 vs FC Porto 3 - 04.11.2015 - Liga dos Campeões

É fácil, (é barato) e dá milhões.

Este era o famoso slogan do Totoloto, jogo criado pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa em 1985 e que fez no passado mês de Março, 30 anos. Retirei-o do baú das memórias porque me parece que se pode usar para rotular em parte o que foi o nosso 4º jogo na maior prova europeia de clubes, versão 2015/2016. O Porto somou a 3ª vitória na Champions, num jogo extremamente bem conseguido a todos os níveis, óbviamente não tão fácil nem barato como o titulo desta posta, mas com elevados graus de competência. Faltam 2 jogos, temos 10 pontos, estamos em 1º no grupo, e podemos já selar a passagem aos oitavos-de-final se no mínimo, empatarmos com o Dinamo de Kiev no próximo dia 24 no Dragão. Estão portanto abertas as portas para mais uma fase de grupos jogada praticamente sem mácula.

Lopetegui fez o se vinha a falar a algumas semanas, tirou Imbula do onze inicial, ou seja, provou mais uma vez que estatutos e valores de passes não existem na hora de escolher a equipa que entra em campo para cada jogo. Sem o francês, a equipa foi a esperada e o André, como é hábito em jogos de Champions, jogou numa das alas. O jogo começou dividido e foi Ben Haim o primeiro a molhar a sopa logo no primeiro minuto, num lance aparentemente controlado por Casillas. Diga-se que o extremo israelita foi de muito longe, o melhor jogador do Maccabi nos 2 jogos contra o Porto. O Porto responde por Coolbakar, que não pede licença a ninguém e fuzila de fora da área e por Láyun que obriga Rajković a defender para a frente de Coolbakar que recarga por cima da barra. Ben Haim logo de seguida obriga Casillas a defender para canto e na sequência desse lance, cabeceia pertíssimo do poste esquerdo do espanhol. O jogo estava vivo, dividido, com remates do Porto e sempre de Ben Haim mas é o maior do mundo que acaba por marcar por Tello, num lance em que parece dominar mal a redondinha mas compensa com a sua velocidade e classe. Estava feito o mais difícil e o Porto a partir daqui jogou de forma mais cautelosa, só partindo para o ataque pela certa, evitando assim contra-ataques israelitas. O jogo estava perfeitamente controlado, o Porto tinha o poder de definir as jogadas como bem queria até que Danilo vê Tello meter o nitro, respeita a arrancada do espanhol que assiste Coolbakar fazer o mais difícil e falhar um golo cantado. O intervalo chega com a sensação que poderíamos e deveríamos ter matado o jogo na primeira parte. Uma entrada forte nos segundos 45 minutos, permitiu-nos chegar rapidamente ao 2º golo, num lance em que Danilo come metros com grande facilidade, assiste Maxi que caga uma bicha na defesa amarela e cruza com classe para André encostar de cabeça. O Casillas que devia estar aborrecido por não ter trabalho, tem uma paragem cerebral repondo mal a bola num pontapé de baliza mas compensando logo de seguida com uma boa defesa. Foi um lance que acordou o moribundo Maccabi que volta a rematar com perigo por 2 ocasiões, respondendo Casillas sempre com autoridade. O Porto acaba por chegar ao mais que merecido 3º golo, num lance em que Tello faz uma diagonal a partir da direita, assistindo Láyun que com um toque de classe faz Ben Haim perder as lentes de contacto e dispara colocado para dentro da baliza. 3 bons golos, fruto de um jogo que não sendo deslumbrante com jogada de forma competente. O árbitro grego, com medo de ter falta de assunto no regresso a casa, inventa um pénalti ridículo para não lhe chamar pornográfico e Zahavi não perdoa colocando o marcador em 1-3. Até ao final do jogo, o nosso Coolbakar esteve perto do golo, num remate que a bola quase entrava onde a aranha passa a noite mas estava escrito que esta não era a noite do nosso camaronês preferido. Vitória justíssima por números que poderiam ter sido outros caso os nossos jogadores estivessem com a mira mais calibrada.


Tello - O MVP da partida. Dificil escolher entre o espanhol e o André porque para além da importante influência de ambos na partida, conseguiram um golo e uma assistência cada um. Tello teve o espaço para galgar que raramente tem em grande parte dos jogos e aproveitou muito bem cada solicitação que teve. Poderia ter somado mais uma assistência caso o Coolbakar não se tivesse armado em Torres.
André - Grande jogo, como é seu hábito. Um médio completo, que faz o que é preciso a defender, a atacar, no meio ou na ala. Um Moutinho com muito mais golo nos pés, um portista, uma força da natureza em campo. O jogador fetiche de Lopetegui e da massa associativa do nosso Porto, pelo que representa para o clube e pelo que faz em campo.
Layún -  Não me levem a mal mas não conhecia este menino e estou agradavelmente surpreendido mas as suas constantes boas prestações em campo. A par de Marcano, um autêntico achado perdido no fundo da tabela da Premier League. Melhor a atacar do que defender, é essa a ideia que fiquei desde que o comecei a ver jogar mas não me parece que seja um handicap, principalmente porque o Porto joga no meio campo adversário em 80/90% dos jogos que faz durante a época.
Aboubakar - Last but not leas, uma menção honrosa para o meu menino. Seria fácil dar-lhe nota negativa por ter falhado na finalização mas seria desonesto depois de tudo o que o camaronês fez em campo. Sempre activo, sempre a dar uma linha de passe, sempre interventivo, sempre a ser o primeiro jogador a defender. Tal como Osvaldo contra o Varzim, não foi feliz mas melhores dias virão, não é Coolbakar?


Nada de especial e negativo a assinalar, foi um jogo competente, onde todos os jogadores estiveram a um bom nível.






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