Mãos, Cotovelos e a derrota do costume.
Perder em Alvalade tornou-se um infeliz hábito, com maior incidência na última dezena de anos, já que temos apenas 2 vitórias desde 2006, a última delas em 2008, ano em que fomos a Alvalade ganhar por 2-1 com golos do saudoso Lisandro Lopez e de Bruno Alves e com o golo do Sporting curiosamente a ser apontado pela maça podre. De 2008 para cá, 8 Jogos, 4 Empates e 4 derrotas. Alvalade tem-se tornado numa fortaleza muito complicada de transpor, curiosamente mais complicada do que a Luz onde ganhamos por 4 vezes nos últimos 10 anos. A verdade é que o Porto perdeu e se não é do cu é das calças, senão é das mãos é dos cotovelos, se não é este é o Tiago Martins.
O Porto vinha embalado por um bom inicio de época, sustentado em parte pelas 2 vitórias em 2 jogos no campeonato e por um playoff da Champions duro mas muito bem ultrapassado. Os jogos pós jornadas da Champions costumam ser penosos a nível físico e exibicional mas o Porto entrou em Alvalade pleno de personalidade e confiança. Após os primeiros 5 minutos fiquei com a clara ideia que poderíamos não ganhar mas certamente não iríamos perder, tal a forma desinibida como começamos a partida. O golo de Felipe (mais um na baliza contrária) surgiu naturalmente num livre exemplarmente marcado por Layún mas a vantagem durou pouco porque um quarto de hora depois já a remontada estava concluída. Nuno Espírito Santo voltou a apelar à raça azul e branca mas a equipa do Sporting demonstrou um melhor entrosamento e uma melhor saúde física. A lesão de Corona também não ajudou porque fiquei com a ideia de que iria ser um dos melhores do Porto.
Gostava de falar numa vitória limpinha do Sporting mas ficou sempre a sensação durante todo o jogo que o chavalo Tiago Martins decidiu a favor dos lagartos todos aqueles lances onde poderia existir duvidas. Pelo o que as 2 equipas jogaram, o Sporting foi superior apesar do bom inicio portista, mas em consciência não posso afirmar que tenha sido uma arbitragem isenta de erros.
Nas derrotas temos de tirar obrigatóriamente aspectos positivos, hoje ficou mais uma vez provado que não vamos ganhar os jogos todos, mas tenho a certeza que iremos lutar até ao último minuto.
Felipe - Mais um golo, seu 3º e 2º nas balizas adversárias. Voltou a demonstrar a enorme apetência para os lances de bola parada ofensivos. Teve muito trabalho porque normamente Slimani quis mais a sua companhia do que a de Marcano e como o argelino é muito mais chato que Dzeko, o brasileiro suou mais. Foi limpando quase tudo embora tenha ficado com a ideia que o corte contra o braço (?) de Ruiz pudesse ter sido feito de outra forma.
Danilo - Lentamente volta à sua melhor forma. Em comparação com o Wiliam, nota-se um inferior poder físico mas hoje já esteve melhor do que nos anteriores jogos. Ainda não apareceu a finalizar na área, algo que espero que faça tal como na época passada.
Otávio - O pequeno Deco é um chato do caralho. Nunca desiste de nenhum lance, o que é terrivel para qualquer defesa porque ainda por cima alia a isso uma enorme capacidade técnica. Tentou ajudar o Telles a defender e foi sempre um dos que empurrou a equipa para a frente.
André A. - Penso que foi o seu melhor jogo esta época. O bom inicio da equipa está absolutamente ligado ao bom inicio do André. Poderia ter marcado num belo remate de roçou o poste e foi sempre um transportador de jogo e um lutador enquanto teve pernas para isso.
Defesa Portista - Voltamos a sofrer golos algo estranhos, foi quase sempre assim a época passada e tinha esperanças que parasse de acontecer esta época. Mesmo que o Gelson tenha jogado com a mão (?), é incrível a apatia da equipa após o remate do Bruno César, preocuparam-se mais em pedir falta do que em mandar a bola para o Colombo e mesmo que o Ruiz tenha jogado com a mão (?), fiquei com a ideia que o corte de Felipe poderia ter sido feito de outra forma.
Arbitragem - Não desculpo a derrota com a arbitragem do Tiago Martins, porque achei a vitória do Sporting justa, mas entre mãos e cotovelos (Slimani e Coates), não me lembro de um lance duvidoso onde nos tenha beneficiado.
Herrera - O mexicano é o único jogador da equipa capaz de correr mais de 10 quilómetros de 3 em 3 dias e isso rebenta com o seu rendimento. Hoje esteve bem enquanto houve pulmão, o pior é que o pulmão acabou muito cedo na partida. A sua ida para o lado direito do ataque foi o que faltava para rebentar com o mexicano.
Plantel - Óliver chegou, treinou, foi convocado e entrou ao intervalo para o lugar do lesionado Corona. O Porto precisava de um extremo como Jota como de pão para a boca, porque como rapidamente se percebeu, Óliver não tem essa capacidade, o que obrigou NES a fazer essa troca com Herrera. Tenho saudades de ver um extremo canhoto tipo Rodriguez no plantel.
André Silva - A raça e o esforço do costume mas hoje pareceu-me demasiado agarrado à bola.
1 comentário:
Caro Pragmático!
Não concordo consigo quando afirma que o Sporting ganhou bem...!
Repare, dá um jeito do caraças ter um juiz do apito condescendente para um dos lados. Pelo seu prisma, se tivesse-mos tido um Tiago Martins a apitar em Roma o FC Porto não teria ganho o jogo. Assim como se o jogo de Alvalade tivesse sido arbitrado pelo juiz polaco, um árbitro isento, o FC Porto não teria perdido o jogo com os viscondes falidos.
Há 50 anos que sou espectador de futebol e é sempre o mesmo, os sportinguistas têm um complexo antigo do FC Porto e por isso têm de ganhar, nem que seja à pancada, se não vai a bem vai a mal.
Mas mais com a nomeação do Tiago Martins de Lisboa, o campo ficou sim, muito inclinado logo à partida. Sempre que um sportinguista se atirava para a piscina era fatalmente falta contra os portistas. Em contra partida perdoou muitas faltas e cartões vermelhos aos verde brancos. Alem de que as jogadas dos dois golos do Sporting foram precedidas de falta, ou seja, de jogadas ilegais...
Abraço
Armando Monteiro
https://dragaoatentoiii.wordpress.com/
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