Pragmático QB
segunda-feira, 27 de abril de 2015
Benfica 0 vs FC Porto 0 - 26.04.2015 - Liga Portuguesa
Adeus e até para o ano.
Meus amigos, desengane-se quem pensa que Lopetegui sairá no final de Maio, depois de uma época onde tudo aponta para que não ganhemos merda nenhuma. Lopetegui foi contratado para 3 anos e acredito que, não só os cumpra, como provavelmente os prolongue. Há um projecto, há uma ideologia de jogo nas quais eu acredito, não cegamente como o outro, mas honestamente. Como portista é doloroso passar mais uma época sem ganhar nada, mas ficam os indícios de um futuro ganhador. Talvez ele não se lembre, mas em Outubro/Novembro do ano passado, confidenciei a um bom amigo vermelho - sim, também os tenho - que aceitaria e compreenderia que o Porto não fosse campeão esta época, porque depois do que tinha visto este ano, acreditava piamente que seriamos campeões nos próximos 2/3 anos. Hoje mantenho essa ideia. Lopetegui cometeu muitas falhas durante toda a época, e hoje mesmo não deixou de as cometer, mas há algo que me pareceu óbvio durante o decorrer deste ano desportivo, o basco aprende com os erros e essa mesma aprendizagem que quero ver em prática nos próximos longos anos.
Não fosse a cena entre Lopetegui e Jesus no final do jogo animar a coisa e poder-se-ia dizer que a partida começada às 17 horas, não teria sido um Benfica - Porto. Semana pré-jogo tranquila, conferências de imprensa relaxadas, clássico meiguinho, ingredientes que resultaram num empate com sabor a vitória para vermelhos, e altamente penalizador para azuis e brancos. Campeonato praticamente entregue a 4 jornadas do fim. Resta ao Futebol Clube do Porto honrar a linda camisola que veste ganhando todos os desafios até ao fim, esperando que algo parecido com o momento K92Lvin volte a acontecer... duas vezes.
Hoje, o nosso Mister surpreendeu com o onze inicial. Talvez ainda abalado pela violação de Munique, optou pelo povoar do meio-campo. Não mudando o habitual 4-3-3, mudou as peças que desempenhariam o papel no habitual esquema de jogo. Quaresma, Herrera e principalmente Fabiano, começaram surpreendentemente - ou não - no banco, entrando Evandro, Rúben e Hélton para os seus lugares. Evandro entraria para o lugar de Óliver, empurrando o espanhol para a ala. A ideia seria preencher o miolo do terreno com gente que sabe tratar a bola, deixando Jackson e Brahimi entregues às missões ofensivas. Lopetegui deu a entender que esperava um Benfas forte desde o inicio da época e precaveu-se. O Jesus foi mais pragmático, o empate era um excelente resultado por isso jogou declaradamente para o ponto, com sucesso.
O jogo foi muito disputado, quase nunca bem jogado, com muita parra e pouco uva. O Porto dominou praticamente toda a primeira parte porque tinha mais jogadores no meio campo. Aquele ataque desenfreado à baliza de Hélton não aconteceu como supostamente Lopetegui terá previsto e a equipa ficou algo partida, tinha muita gente a defender para deixou Jackson entregue aos leões. A primeira ocasião de golo chega pelos pés do inevitável Jackson que depois de um cruzamento de Danilo, remata da marca de pénalti por cima da barra. Foi a primeira e única situação de golo durante TODA a primeira parte. Muito pouco, principalmente porque como portista esperava um ataque à bomba à baliza de Júlio César.
A segunda parte foi mais equilibrada. Lopetegui deixou o Rúben no banco e fez entrar Herrera e pensei eu que seria o mexicano a jogar na ala, passando Óliver para o meio, aproveitando assim as "piscinas" do Hector. Afinal tudo se manteve tudo igual, mesmo quando algum tempo depois entrou Quaresma para o lugar de Brahimi. A pureza do 4-3-3 só voltou em pleno com a entrada de Hernâni para o lugar de Evandro. Uma coisa que me fui apercebendo não só na primeira parte, como até à entrada de Hernâni, foi que a equipa não percebeu que não tinha nenhum extremo nas 2 alas. Tentou vários passes para uma zona onde não estava ninguém, porque o ex-Vitória e Quaresma estavam no banco e Brahimi não é o tipo de jogador que finte para a linha porque a sua tendência é sempre vir para dentro. Embora o Porto precisasse de ganhar, primeiro, e pensar em fazê-lo por 2 golos de diferença, depois, o jogo acabou tal como tinha começado, meiguinho.
Casemiro - O melhor em campo. Foi aquele lutador e gladiador que nos tem vindo a habituar nos últimos meses. Espero muito sinceramente que o Porto exerça a opção de compra sobre o brasileiro porque me parece um jogador fulcral para o esquema de Lopetegui. O melhor elogio que lhe posso fazer hoje, foi que secou Jonas, o melhor marcador do Benfas esta época.
Jackson - Um jogo de muita entrega, muita luta, muito suor mas algo ingrato. Jogou praticamente os noventa minutos muito sozinho na frente. Teve a melhor oportunidade de golo, ainda na primeira parte, mas para além disso, só me lembro de outro remate de cabeça.
Hélton - Fiquei dividido quando soube que seria o capitão o dono da baliza portista. Disse-o durante esta semana, que embora Fabiano não fosse o único culpado da tragédia de Munique, parecia-me claro que ficou sempre a ideia de que poderia ter feito mais nos 6 golos sofridos. Lopetegui optou pela mudança de guarda-redes e não o podemos criticar por isso. Embora o Capitão não tivesse tido muito trabalho, aquela tranquilidade que ele transmite em tudo o que faz, para o resto da equipa, é sempre salutar.
Lopetegui - Com o onze inicial apresentado na Luz, procurou antecipar algo que não se veio a confirmar. Falhou nas escolhas e tentou corrigir ao longo da partida mas ficou sempre a sensação, que mexesse na equipa da forma que mexesse, o resultado não se iria alterar. Talvez a maior critica que faça ao jogo de Lopetegui não só neste jogo mas durante toda a época, é a falta do Plano B.
Plano B - Sou suspeito para falar porque gosto do "chuveirinho" quando a situação assim o impõe. O Porto de Lopetegui não tem Plano B. Ponto. Quando está a perder ou empatado é incapaz do chuto para a frente, de meter 2 avançados na área, de fazer algo que de certa forma, contrarie e se diferencie daquele jogo de passe e posse, imagem de marca do basco. Infelizmente torna-se um futebol algo previsível para o adversário. A forma como a equipa hoje termina o jogo a fazer troca de bola entre os defesas é sintomático disso mesmo.
Brahimi - Quem és tu que tem jogado com a camisola do Brahimi? Brahimi viajou para a CAN e nunca mais voltou. As equipas adversárias já toparam o argelino à totil, mas o argelino ainda não topou como deve jogar. Enrola, mastiga, deita fora, roda, embrulha, rodopia e quando dá por ela, repara que andou em círculos num raio de 2 metros.
Quaresma - Entrou aos 56, viu amarelo aos 59 minutos, o que dá a ideia de que se tem começado o jogo de inicio, não o iria acabar. Não deu aquele abanão e desequilibro que seria preciso a partir do momento em que entrou em campo.
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