Pragmático QB
sexta-feira, 20 de março de 2015
Bayern, um sentimento agridoce.
O sorteio para os quartos de final da Champions League foi hoje. Acho um absurdo dizer-se que nesta fase não interessava qual o adversário que nos poderia sair porque são todos difíceis. Sim, é verdade que se fazes parte dos 8 melhores da maior prova europeia de clubes, é porque de uma maneira ou de outra tiveste mérito e foste melhor que os adversários que te foram aparecendo no caminho, mas não deixa de ser menos verdade que nos 7 possíveis clubes a jogar com o Porto, havia uns bem mais difíceis que outros. O sorteio não foi nada meigo, e atirou-nos aos tubarões bávaros de Munique.
Será uma eliminatória com um misto de sentimentos. Se por um lado as recordações são muito boas em relação a 1987, ano em que fomos pela primeira vez campeões europeus à custa deste mesmo Bayern, em 2000 o sentimento inverte-se depois de uma eliminatória onde fomos criminosamente roubados no jogo na Alemanha. O Bayern é neste momento, muito possivelmente a melhor equipa do mundo, e certamente, não será por falta de ambição e motivação que a melhor equipa portuguesa neste cantinho à beira mar plantado não passará às meias finais da maior prova europeia de clubes.
Miguel Prates, a propósito da Final de Viena em 1987:
"Fiz a narração do jogo ao lado do Ribeiro Cristóvão e é um dia que nunca me vou esquecer, porque essa foi a minha estreia internacional. E logo num jogo daquela dimensão. Foi deslumbrante para mim e acabou por ser o momento mais marcante da minha carreira. Apesar de já ter estado numa final europeia, em 1984, o Porto não era uma equipa da alta-roda europeia e o Bayern era um colosso. Ainda por cima, o Prater estava lotado com adeptos alemães.
Ao intervalo, o Artur Jorge fez uma lavagem ao cérebro dos jogadores e o Porto surge transfigurado, começa a acreditar que era possível virar o jogo. E depois houve aqueles momentos mágicos, que todos os portugueses se lembram: o golo de calcanhar do Madjer (77 minutos) e o do Juary (79), que sentenciou a partida. Aquilo foi uma autêntica loucura. Era um clima mais intimista, havia uma outra relação entre as pessoas, havia menos concorrência. Lembro-me que éramos todos das mesmas cores: azul-e-branco. Depois da vitória, as pessoas choraram, gritaram foi indescritível."
Época 86/87 - Taça dos Campeões: F.C... por paulobizarro
Em 2000, depois do empate a 1 golo nas Antas (Jardel aos 47 minutos e Paulo Sérgio aos 80), viajamos para a Alemanha com a plena convicção que era possível eliminar os Alemães, eu pelo menos assim acreditava. Lembro-me que os defesas alemães amassaram o Jardel de todas as maneiras e feitios com a benevolência do arbitro escocês Hugh Dallas. Paulo Sérgio voltou-nos a marcar aos 15 minutos, Jardel (sempre ele) respondeu com o empate nos descontos, mas acabamos por sofrer o golo da derrota por Thomas Linke mesmo no final da partida. Foi um jogo em que fiquei revoltado óbviamente pela derrota, mas principalmente pela arbitragem altamente caseira.
Por incrível que pareça e dado que são 2 clubes que habitualmente marcam presença nesta competição, têm apenas 5 jogos entre si. O saldo é desfavorável ao Porto, embora não se possa dizer que o Bayern seja uma espécie de besta negra. Nos 5 confrontos oficiais, temos 2 derrotas, 2 empates e 1 vitória, com a curiosidade que essa mesma vitória foi conseguida na Final de Viena.
Restantes jogos:
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Mário Jardel
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