4 pedradas com sabor a chocolate.
Mais uma grande noite europeia, e felizmente já são muitas nestes 122 anos de história azul e branca. Bons momentos de futebol, grandes golos, adeptos lado a lado com a equipa, tudo ingredientes que tornaram a noite no Estádio do Dragão, mágica. O Futebol Clube do Porto está merecidamente nos quartos-de-final da maior prova de clubes, depois de uma eliminatória disputada contra um adversário, que embora mais frágil, obrigou a nossa equipa a arregaçar as mangas e encarar as duas mãos com toda a seriedade que se exigia.
Depois do empate a um golo em Basileia, o Porto entrou cauteloso no jogo, muito à imagem dos recentes jogos com o Sporting em casa (3-0) e Braga na Pedreira (0-1). Foram 10 minutos de jogo tremidos que permitiram ao Basileia dividir a posse de bola sem no entanto haver situações de golo em ambas as balizas. O 1º momento mágico do Porto chega de livre directo por Brahimi na primeira oportunidade de golo do Porto, depois de uma recuperação de bola de Casemiro - e foram tantas e tantas - que obriga a defesa suíça a fazer falta sobre Tello. Estava feito o mais difícil logo aos 14 minutos, desbloqueando o jogo e obrigando o Basileia a sair um pouco mais da toca. Logo a seguir acontece o lance caricato da noite mas felizmente a equipa não tremeu com o choque arrepiante do Danilo com o Fabiano, que fez com que o capitão saísse de campo com grande aparato. O Porto cria mais duas boas oportunidades de golo por Tello, que faz uma espécie de remate/cruzamento, e por Aboubakar que disfere um míssil de fora da área. O intervalo chega com a vantagem mínima mas com o jogo controlado. A 2ª parte serviu para vermos mais 3 grandes golos, para levarmos mais porrada e para percebermos que este Porto, embora não seja a melhor equipa do mundo, pratica um futebol seguro, que nem sempre deslumbra, mas que é competente.
Segue-se mais uma eliminatória contra um adversário ainda desconhecido, mas que independentemente da sua grandeza, permitirá mostrar mais uma vez à Europa do futebol a categoria deste clube. Sei como a época começou, sei como está actualmente, mas não sei como irá acabar, ainda assim, é seguro afirmar que estão criadas as bases para um presente e futuro que certamente trarão muitos sucessos ao nosso clube.
Casemiro - O MVP da partida. Seguramente o melhor jogo do brasileiro ao serviço do Porto. Só o facto de ter marcado um golo épico, já chegaria para esta distinção mas o trinco portista foi muito mais do que isso. Foi um autêntico animal selvagem (no bom sentido) em campo, ganhando praticamente todos os duelos individuais e recuperando trilhentas mil bolas. Um bicho que a julgar pelo jogo de ontem está plenamente adaptado à posição 6. Uma exibição que apaga parte das criticas que têm vindo a ser feitas desde o inicio da época.
Herrera - Mais um belo golo do meu mexicano preferido, o 3º na Champions. Um jogo onde voltou a falhar alguns passes, facto que não apaga uma exibição muito esforçada. É também ele que faz o corte que permite ao Aboubakar marcar o golo.
Brahimi - O argelino não consegue perder o vicio de fintar meia equipa adversária antes de soltar a bola, embora desta vez o tenha feito com muito mais critério. Foi um diabo à solta, desesperando os suíços que se fartaram de lhe dar porrada. De longe o melhor jogo do Yacine no pós-CAN.
Aboubakar - O jogador do Porto por quem eu mais torcia que fizesse um grande jogo e felizmente o camaronês não desiludiu. Todo o Portista sabe que o Vincent não é o Martinez, mas a verdade é que o avançado fez um belo jogo. Não tem a capacidade (ainda) de jogar de costas para a baliza do colombiano, mas não fica a perder em nada na capacidade de luta e entrega ao jogo, estando uns furos acima na capacidade de remate como se viu no lance do golo. Um excelente aperitivo para o próximo mês.
Maicon e Marcano - Os M&M's foram novamente enormes. Uma dupla cada vez mais solidificada. Novo jogo sem sofrer golos, novo jogo em que limparam quase tudo o que lhes aparecia à frente. Um mimo para a equipa, uma dor de cabeça para o Indi.
Bolas paradas - Embora com execuções muito diferentes, foram 2 grandes golos de livre directo. O de Brahimi mais em jeito, o do Casemiro mais em potência. Depois de alguns anos órfãos de bons executantes, parece que finalmente podemos confiar nestes 2 jogadores e também em Tello para a cobrança de bolas paradas.
Festejos dos golos - Gostei muito de ver a forma como o Brahimi e também o Herrera festejaram os golos, num misto de alegria e raiva. Têm sido 2 jogadores algo apagados nestes ultimos tempos e esta é a melhor forma de calar as criticas.
Saúde - É impressionante a forma física desta equipa, que fruto da rotatividade (ou não) no inicio de época, permite-lhe agora acabar os jogos sempre em pressão alta, sempre sufocando os adversários.
Golos de antologia - 4 grandes golos, todos diferentes. O melhor para mim, o do Casemiro.
Difícil falar em aspectos negativos em jogos como este, mas como adeptos exigentes que somos, consegue-se sempre encontrar alguns aspectos que tenham salpicado a nossa exibição de forma menos boa. Um deles foi o amarelo ao Marcano, cartão perfeitamente escusado e que o retira da 1ª mão do próximo jogo europeu. Se estivemos eficazes nos livres directos, continuamos a pecar no défice de aproveitamento de cantos e livres indirectos. Embora todo o aparato do choque, felizmente confirmou-se que a lesão do Danilo não passou de um arrepiante susto. Não jogará contra o Arouca mas estará disponível para o próximo jogo.
Tello - O espanhol vinha de 3 grandes jogos, o que fazia com que as expectativas fossem muitas. Não jogou mal, embora tivéssemos ficado com a ideia que fez pouco em comparação com as mais recentes exibições.
Jogar de pau na mão - Ao contrário de equipas como o Atlético, que jogam à imagem do seu treinador, não se pode dizer o mesmo deste Basileia, que é a antítese do que o Paulo Sousa era em campo. Nos 2 jogos, os suíços bateram em tudo o que mexia, ficando por mostrar 2/3 vermelhos, sendo o Samuel o maior expoente desta forma de jogar.
Sem comentários:
Enviar um comentário