Antes de falar no jogo, é justo falar do menino Paciência. Depois de ver o Domingos jogar e testemunhar com paixão o legado deixado no Porto, chegou a vez do Gonçalo. O fardo e a herança são pesados, já que o pai marcou muito positivamente uma geração, sendo muito provavelmente o 2º melhor avançado português a espalhar magia na invicta, a seguir ao Bi-Bota. O filho Gonçalo, depois de ter percorrido todos os escalões de formação no Porto, chega aos 20 anos à equipa sénior, embora tenha já muita rodagem de Equipa B. Ao 3º jogo oficial, o 1º golo, golo esse que embora feliz, precedeu de uma finta abusiva. A forma como festeja o golo da mesma forma que o pai, fez-me recuar no tempo uns bons 20 anos. Foi o inicio promissor de um avançado que para já demonstra uma técnica acima da média, e que se não poder fazer melhor, pelo menos que faça o mesmo que o velhote.
Foi mais um jogo típico de Taça da Liga, o Porto com um onze alternativo ganha o jogo praticamente em serviços mínimos. Danilo, Tello e Jackson foram os jogadores da equipa base a alinhar de incio e sinceramente não percebo o porquê dos 2 primeiros terem jogado os 90 minutos e também não percebo o porquê das substituições, mas adiante, o Mister saberá isso bem melhor do que eu. O Porto marcou cedo, o que nestes jogos contra comboios à frente da baliza, é fundamental - Ricardo pressionou o central, que tenta fazer um bonito mas é "comido" por Jackson que inaugura o marcador - estava feito o mais dificil. A Académica mesmo depois de sofrer o golo, não abdicou do "muro de Coimbra", que ia desde o inicio da sua grande área até ao inicio do grande circulo, o que obrigou o Porto a muita troca de bola no meio campo estudante. A 2ª parte foi bem mais interessante, a Académica saiu do buraco e permitiu ao Porto ser mais objectivo, ganhar cantos atrás de cantos até Jackson chegar ao seu 2º de uma forma "Ibrahimoviciana". O jogo estava praticamente decidido, embora a Académica ainda tivesse reduzido através de um dos raros contra-ataques bem sucedidos, golo que voltou a despertar o Porto rumo a mais 2 golos. Vitória justa, sem espinhas, apuramento para as meias-finais da prova garantido.
Jackson - O Melhor em campo. Muito trabalho, belos pormenores e mais 2 golos, o 2º dos quais a fazer lembrar Ibrahimovic. Tornou-se no melhor marcador do Dragão com 45 golos, alguns dos quais criminosos como este. Sem margem para dúvidas, um dos enormes avançados que aterrou na Invicta.
Rúben Neves - Neste momento só não é titular talvez pela sua menor capacidade fisica em comparação com Casemiro. A bola nos seus pés é sempre acariciada, nunca espancada. Ontem foi tipo relógio suiço, sem falhas.
Ángel - Nas aparições anteriores tinha revelado boa capacidade atacante, ontem demonstrou excelente qualidade técnica. Cada vez mais uma excelente alternativa a Alex Sandro.
Gonçalo Paciência - Um golo, 1 pénalti sofrido. A sua estreia a jogar em casa não podia ter corrido melhor. É alto, é lutador, tem técnica, é goleador, é Português e é nosso.
Evandro - A marcar pénaltis é qualquer coisa de extraordinário, ontem foi mais um batido de forma pornográfica.
Quintero - O menino anda amuado, não sei se por andar a jogar muito no banco ou no lado esquerdo mas ontem provou que a jogar no meio é um mimo. A sua entrada mexeu com o jogo e do seu pé canhoto sairam 3/4 passes a colocar os colegas na "cara do golo".
Lances de bola parada - Muitos jogos depois, 1 golo de canto. Aleluia.
Danilo - A capacidade fisica do costume mas um número de passes errados invulgar. Pareceu-me algo desconcentrado.
Tello - Esteve muito em jogo, apareceu sucessivamente em zonas de finalização mas não pode falhar tantos golos na grande área.
Ricardo a Extremo, Ricardo a Defesa - Lopetegui, decide-te, caso contrário, teremos um jogador que nem carne nem peixe. Ontem fiquei com a ideia que a sua tentativa de adaptação a defesa direito, fez com que já perdesse algumas rotinas de extremo.
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