Haja coração, meu Grande Porto.
O jogo de ontem foi o 6º a contar para a Liga Portuguesa entre Porto e Moreirense em casa do maior do mundo, e apesar dos Portistas nunca terem conhecido outro resultado que não fosse a vitória, a equipa que viajou de Moreira de Cónegos costuma ser um adversário manhoso e prova disso são as 5 derrotas em 6, terem sido averbadas pela margem mínima. Ontem para além de termos ganho por 1 único golo de diferença, ainda tivemos que recuperar de uma desvantagem de 2 golos. Gosto de remontadas, é uma verdade, mas se as pudermos dispensar e começar a marcar e a ganhar jogos desde o inicio dos mesmo, ainda melhor.
É um facto que o Porto continua a jogar muito pouco, continua a confundir e a ser confuso, continua no limbo entre o futebol de passe e o o futebol de transições rápidas, continua baralhado, mas não está morto. Esta equipa pode não jogar um caralho, por vezes parece moribunda, mas respira, tem pulso, tem coração e como se percebeu ontem, tem muita alma e raça. Curiosamente (ou não), foi a 3ª reviravolta da era Peseiro em apenas 2 meses, facto que só aconteceu por uma única vez no reinado de Lopetegui.
Peseiro gosta de futebol de ataque e de muita gente a atacar mas isso reflecte-se na hora de defender, quando equipas como o Moreirense se aproveitam com sucesso dessas mesmas debilidades. É uma diferença assinalável para a forma de defender de Lopetegui que em 16 jogos para o campeonato, sofreu 10, em comparação com os 7 jogos e 7 golos sofridos sob o comando de Peseiro. O 1º golo sofrido contra o Porto neste jogo é sintomático disso mesmo, já que uma perda de bola no meio campo ofensivo, numa jogada em que Corona, Maxi e Herrera são intervenientes, resulta num contra-ataque rápido e bem sucedido. Um lance que revela bem que muita gente a atacar no momento da perda de bola, normalmente resulta em pouca gente a defender, mas também que Chidozie, embora seja um miúdo com potencial, ainda denota falhas de posicionamento gritantes. 2º golo, novo contra-ataque e nova falha de marcação, desta vez do André que não acompanha até ao fim o jogador do Moreirense. O golo de Layún, castigando uma falta na área que para mim não existe, é o fim do filme de terror e o click que permite à equipa acordar para a vida e arrancar para a vitória. Alguns jogadores entram na 2ª parte muito nervosos mas felizmente a equipa nunca entrou em pânico e conseguiu uma vitória dificílima mas muito saborosa. Como conclusão, o Moreirense merece que lhe seja dado o devido valor dizendo que foi uma das melhores equipas que vi contra-atacar no Dragão com o Iuri, Espinho e Boateng a dizimarem a equipa do Porto.
Maltinha, foi 4ª partida seguida em que começamos a perder com golos antes dos 30 minutos, não será tempo de estancar esta enorme ferida? Como se viu contra o Arouca, nem sempre é possível dar a volta aos jogos por isso já chega de falsas partidas. Outra curiosidade, aos 75 minutos tínhamos apenas feito 1 falta, acabando o jogo com 6 faltas assinaladas, acham isto normal? 1 falta em 75 minutos já com 2 batatas enfiadas na nossa baliza? E que tal começar a bater mais um bocadinho e parar as jogadas adversárias logo no inicio? Anotem o conselho, é de borla.
Layún - O MVP da partida. 34 jogos, 19 assistências e 4 golos. Números que fazem com o mexicano seja um dos jogadores mais influentes do plantel portista, quiçá o mais influente. Marcou mais um canto decisivo e dá o inicio à remontada com um penálti friamente marcado. Sou fã deste gajo porque é a prova que não precisas de ter "quilhões d'anos" de Porto para sentires e honrares a camisola que vestes. 7 meses de Porto com uma entrega e dedicação total.
Suk - Uma tolada, outra tolada e ainda mais outras 2 antes da cabeçada fulminante que dá o empate. O sul-coreano é daqueles que se for preciso morre em campo em beneficio da equipa. Marcou um, esteve perto de marcar outro num cabeçada à barra, muita garra, muita luta e um pulmão que nunca mais acaba.
Herrera - Só mesmo o mexicano para se lançar daquela forma à bola no lance do golo vitorioso. Um pulmão imenso, um cérebro que nem sempre funciona de forma rápida mas uma alma e entrega total. A braçadeira fica-te bem.
Remontada - Dar a volta a um jogo depois de estar a perder por 2-0 é motivo de grande satisfação, raça, querer, alma e qualquer outro sentimento de revolta.
Extremos portistas - Mais um jogo em que Corona foi quase uma nulidade, com a excepção do lance do 1º golo e Brahimi jogou demasiado tempo para tão pouco futebol.
Golos sofridos cedo - 4ª partida seguida em que começamos a perder. FACTO.
A Arte de mal defender - Erros de posicionamento primários, somados a erros defensivos, resultaram em 2 golos em 30 minutos em pleno Dragão.
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