O Rio Ave apesar de se agigantar no Estádio dos Arcos e complicar a vida aos grandes, costuma ser um adversário acessível no Estádio do Dragão/Antas, prova disso são as 17 vitórias do maior do mundo em 22 jogos, restando 1 vitória e 4 empates para os Vilacondenses. Se recuarmos no tempo, percebemos que o Rio Ave já não conseguia um resultado positivo em casa do Porto há 11 anos, quando na famigerada época 2004/2005 e na fase pós-Mourinho, empatou com igual resultado. Nesse ano acabamos em 2º lugar, a 3 pontos do Benfica de Trapattoni, numa época atípica onde apenas conseguimos ganhar 17 dos 34 jogos disputados.
Ambas as equipas vinham de derrotas nos jogos anteriores, o Porto tinha perdido em Alvalade e o Rio Ave perdeu em casa com o Tondela, daí a importância da vitória para as duas equipas por questões meramente pontuais mas também pela vertente anímica. Se juntarmos o ingrediente Taça da Liga e consequente derrota com o Marítimo a esta panela, iremos perceber que seria um jogo nervoso, com a bola a queimar caso o golo não surgisse cedo no jogo.
O onze inicial sofreu algumas alterações, Marcano e André André entram para os lugares de Maicon e Rúben Pirlo e fica a duvida se terá sido pelo fraco desempenho em Alvalade ou numa base de rotatividade devido aos 3 jogos numa semana. O Porto entra com velocidade, atitude e uma postura atacante mas não consegue rematar à baliza mas em contrapartida consegue manter a bola afastada da baliza de Casillas, que toca na bola pela primeira vez aos 12 minutos e para executar um pontapé de baliza. Maxi, um dos melhores durante todo o jogo, é o primeiro a rematar por duas vezes à baliza de Cássio, primeiro depois de um passe de André e na segunda tentativa numa jogada aos trambolhões que obriga o redes pacense a grande defesa para canto. Sem encostar o Rio Ave às cordas, o Porto pressionava bastante, e numa jogada mais em força e raça do que técnica acaba por chegar ao golo num remate feliz de Herrera. Teoricamente estava feito o mais difícil, um golo cedo no jogo que permitiria jogar de forma mais tranquila mas o Rio Ave responde rapidamente com 3 remates seguidos, os 2 primeiros defendidos de forma segura por Casillas, mas sem hipótese no 3º remate, que infelizmente para nós, ainda desvia em Danilo. O Porto reage bem ao golo do empate, Failbakar foge da sua zona e cruza para André, que na zona do ponta de lança, cabeceia ao poste e quase recarga com sucesso. Corona ainda tenta com novo remate mas o resultado chega ao intervalo com o empate a um golo. Se duvidas havia que a 2ª parte tinha começado, o jovem croata dissipa-as com um remate muito perigoso aos 17(!) segundos. Ukra é o próximo a criar perigo, num remate que o extremo tenta meter na gaveta mas Casillas estava atento. André remata à figura de Cássio aos 55 minutos e o Porto começa a revelar sinais de intranquilidade, nervosismo e impaciência. Pouco tempo depois, Failbakar tem um bom movimento de recepção e remate mas Cássio defende para canto. O Porto ia tentando o golo sem grande confiança e Brahimi depois de uma boa tabelinha com André, remata em arco ao lado da baliza.O Rio Ave só aos 81 minutos volta a criar a perigo num remate de Zé Paulo que passa por cima da barra e o Porto responde num livre directo marcado por Layún que Cássio sacode para canto. A 5 minutos dos 90, Lopetegui põe a carne toda no assador, fazendo entrar Varela para o lugar de Layún mas o Porto joga os últimos minutos a mandar sacos de batatas para para área do Rio Ave, que os defesas vilacondenses foram descascando de cadeirinha.
No final do jogo estava lixado com "F", para não dizer fodido com "L". A azia era tanta que passei mal a noite, sensação que ainda se mantinha às 7 horas da manhã, quando o despertador tocou para ir trabalhar. Mal soou o apito final do jogo tive a sensação de ver uma equipa sem ideias, sem raça, completamente desmotivada e sem forças para mudar o rumo do jogo. Quando o Rio Ave empatou, senti que o jogo acabaria assim e quando um portista como eu, sempre optimista e que acredita que as coisas irão sempre acabar bem, é assolado por este estado de espírito, algo está realmente mal.
Maxi - O MVP da partida. El Mono foi o primeiro a criar perigo em 2 remates perigos e não perdeu gaz durante o restante jogo. Fartou-se de correr, de lutar e certamente não foi por ele que o jogo acabou empatado.
Corona - Fazia anos mas quis ser ele a dar uma prenda de aniversário aos colegas e adeptos. Fartou-se de cruzar, algumas vezes para os colegas desperdiçarem, outras vezes para ninguém mas foi a par de Maxi, dos melhores.
André - Tentou empurrar sempre a equipa para a frente, na esquerda, no meio e por fim, na direita. Foi aquele "carregador de piano" habitual e esteve muito perto do golo mas infelizmente o poste e o Cássio não o deixaram ser feliz.
Brahimi - Quando o argelino liga o complicómetro, é um problema sério para ele e toda a equipa. As coisas não estavam a sair bem à equipa e Brahimi sentiu necessidade de pegar no jogo mas quase sempre mal.
Bolas paradas - Numa altura em que os golos provenientes de lances de bola parada andavam a correr bem, conseguimos a proeza de conseguir 18-1 em cantos e 0 oportunidades de golo.
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