Deus perdoa, o Slimani não.
Não é novidade nem é algo estranho, o Sporting é o adversário mais difícil de bater fora de portas, tendo essa dificuldade aumentado nos ultimos 12 anos, com apenas uma vitória do melhor do mundo. O Porto não ganha em Alvalade desde a época 2008/09, num jogo em que ganhamos pela margem mínima (1-2), com golos de Lisandro e Bruno Alves. Se recuarmos ainda mais uns aninhos, iremos constatar que o Porto só ganhou ao Sporting em Alvalade por 4 vezes nos ultimos 20 anos, e sempre pela diferença de 1 golo. No passado sábado, o Sporting como infelizmente se está a tornar normal, ganhou merecidamente, não porque tivéssemos jogado mal, não porque Lopetegui tivesse inventado uma táctica mirabolante, não porque o árbitro tivesse influência no resultado, mas sim porque os lagartos foram inquestionavelmente melhores.
Lopetegui desta vez não "foi em grupes" e apostou num onze sem invenções, defesa habitual (porque se percebe que neste momento, Marcano perdeu a corrida), meio campo reforçado com Rúben Pirlo e Danilo praticamente lado a lado com Herrera mais solto, os 2 extremos titulares e o habitual Failbakar na frente. Jesus tentou o bluff durante a semana, mas fez entrar na mesma William e Ruiz de inicio. O jogo começa com grande intensidade, o Sporting entra forte mas o Porto joga tranquilo e personalizado. Corona é o primeiro a criar perigo depois de um grande passe de Rúben, o mexicano engole Jefferson, mas Naldo aprece tipo pronto-socorro e evita o golo. Minutos depois Danilo desmarca Failbakar mas Patrício sai bem da baliza e antecipa-se ao camaronês. O Sporting limitava-se a responder com remates de fora-da-área, quase sempre sem perigo. Os lagartos acabam por chegar ao golo num livre lateral bem marcado por Jefferson e ainda melhor finalizado por Slimani. A defesa do Porto, tal como tinha acontecido com o Marítimo, pareceu muito apática nos lances de bola parada defensiva. O Porto logo de seguida está pertíssimo do empate, na melhor situação de golo da primeira parte, mas Failbakar muito bem desmarcado com um passe subtil de Danilo, não consegue enganar Patrício e permite-lhe fazer uma boa mancha. João Mário muito perto do intervalo está perto do 2-0 mas cabeceia ao lado. A 2ª parte começa e o Porto é o primeiro a rematar num livre cobrado por Brahimi que sai por cima da barra. O Sporting tentava aproveitar um maior adiantamento da equipa do Porto, que se superiorizava na posse de bola, mas deixava algum espaço atrás e foi nessa altura que consegue 2 oportunidades de golo na mesma jogada, primeiro quando João Mário cruza para Slimani cabecear à barra, seguido de recarga de Ruiz para boa defesa de Casillas. Adrian de seguida aproveita a liberdade no corredor central e remata mais uma vez ao poste com Casillas já batido. À 3ª foi de vez e num contra-ataque conduzido por Ruiz, Slimani bisa na partida e coloca um ponto final no jogo. Layún é o ultimo a rematar à baliza para mais uma vez não passou de pólvora seca. Foi uma derrota justa que coincide com a perda da liderança conseguida a semana passada.
Corona - O MVP da partida. Foi o melhor do Porto na 1ª parte, conseguiu comer o Jefferson mais que uma vez e esteve perto do golo no inicio do jogo. Foi um autêntico quebra-cabeças para toda a defesa leonina e dos poucos que mexeu com o jogo.
Danilo - Mais um bom jogo do médio português. Lutou bastante naquela já esperada batalha de meio-campo e tentou empurrar sempre a equipa para a frente. Ficou a nanar no lance do primeiro golo mas quer-me parecer que a responsabilidade maior era de Indi.
Entrada em jogo - Ao contrário do que estava à espera, o Porto fez uma entrada muito personalizada no jogo. A partida estava perfeitamente controlada e foi um lance de bola parada a desbloquear tudo o que veio a acontecer.
Bolas paradas - É inegável que as coisas tem corrido bem nos lances de bola parada ofensivos mas a forma angélica como sofremos o primeiro golo é enervante. A postura apática como deixamos o melhor cabeceador adversário saltar a uma bola completamente sozinho é indesculpável.
Maicon - O central brasileiro voltou a provocar calafrios com aqueles rodriguinhos tão característicos. Esteve muito inseguro durante todo o jogo.
Brahimi - Ao contrário do que é costume, ajudou mais a defender do que é normal, mas no ataque foi quase sempre parte do problema e não da solução. Enquanto o argelino não perceber de uma vez por todas quando deve ir para cima da defesa contrária ou passar de primeira, nunca será o World Class Player que toda a gente acredita que pode vir a ser.
Lopetegui - O treinador, tal como qualquer jogador, está sempre sujeito à critica e não é por o defender variadíssimas vezes, que não vou deixar de o criticar noutras tantas. Ninguém poderá afirmar que perdemos por culpa dele mas a constante ausência de um Plano B em situações difíceis, consegue ser exasperante. A troca de Failbakar por André a perder por 1-0 foi só mais um prego que Lopetegui parece sempre querer pregar no seu caixão.
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