Pragmático QB

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quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Club Brugge 1 vs FC Porto 2 18.10.2016 - Liga dos Campeões

A vantagem de uma boa substituição.

A passagem para a próxima fase passava obrigatóriamente por ganhar as duas guerras com o Brugge, e nesse aspecto a primeira batalha foi conquistada. Foi a primeira vez que as duas equipas se defrontaram, apesar do Porto até ontem ter um saldo equilibrado contra equipas belgas, foram 6 vitórias, 2 empates e 6 derrotas, muitos dos quais com o Anderlecht. Depois da derrota do Copenhaga em Inglaterra, a passagem volta a ficar ao nosso alcance, embora o Leicester tenha ficado claramente destacado depois de ter conseguido a 3ª vitória em 3 jogos.

O nosso Mister voltou a escolher a equipa que lhe parece oferecer mais garantias, formando aquela espécie de 4-4-2 híbrido que o Nuno tanto gosta mas continua a não transmitir à equipa aquela força de equipa grande. O Porto tem de se assumir de uma vez por todas como equipa grande que foi, é e será sempre, aconteça o que acontecer, seja em fase de constantes vitórias, ou em épocas de sucessivas derrotas. Faz-me um pouco de espécie defrontar equipas como o Copenhaga ou o Brugge com o rabinho entre as pernas, a entrar em campo à espera do que o jogo lhe dá e não a querer dar ordens e mandar em todos os aspectos da partida.

O Porto ontem entrou a medo e pagou por isso, sofreu um golo cedo no jogo e não fosse a relativa rápida reacção e estaríamos neste momento a falar e escrever de um mais que provável afastamento da Liga dos Campeões. O Brugge entrou em campo com 0 pontos, numa situação ligeiramente mais dramática que o Porto, jogava em casa e como tal fez a única coisa que tinha a fazer, entrou forte no jogo e marcou cedo, recuou e tentou aproveitar o contra-ataque para marcar o 2º golo e quase matar o jogo. O Porto felizmente e ao contrário do que tinha sido hábito em alguns jogos anteriores, reagiu cedo, tomou conta do jogo e as oportunidades foram surgindo a partir sensivelmente dos 20 minutos de jogo. A segunda parte é totalmente dominada pelo Porto e posso dizer o Mister desta vez tem nota máxima nas substituições efectuadas, Brahimi e Corona em vez do apagado Jota e do confuso Herrera, deram à equipa a dinâmica necessária para destroçar a defesa belga. Os 2 golos surgiram por jogadores que iniciaram a partida mas foram as mexidas na equipa que embalaram a equipa para uma vitória mais suada do que era esperado, mas totalmente e inequivocamente justa. Nota positiva para a 3ª remontada da época.

Ganhar foi muito importante mas a equipa tem de dar continuidade às vitórias na 2ª volta da fase de grupos, receber e ganhar ao Brugge terá de ser tão natural como obrigatório. O 1º lugar do grupo, embora possível, parece-me um objectivo um pouco complicado de conseguir, fruto dos 5 pontos de vantagem que o Leicester tem, por isso é importante a equipa inglesa retirar pontos ao Copenhaga no próximo jogo do grupo.


Otávio - O MVP da partida. O pequeno mágico continua a fazer jus ao titulo de melhor jogador do Porto esta época. Foi mais uma vez um autêntico desequilibrador, esteve nos melhores momentos da equipa, fez o passe para o balázio do Layún e saiu cedo do jogo completamente estourado. Esteve perto de marcar num remate que rasou o poste e que poderia ter sido o inicio da remontada.
Marcano - Voltamos a ter o Marcano da época de estreia, um defesa central autoritário, rápido, eficaz nas dobras ao defesa esquerdo, perigoso no ataque e que quase sempre resolve bem e não inventa na defesa. Tem formado com Felipe uma dupla de respeito embora neste momento que pareça ligeiramente acima do seu colega de sector.
Corona & Brahimi - As substituições são sempre feitas com o intuito de melhorar algo na equipa, seja defensivamente, ofensivamente ou um misto das duas. Corona e Brahimi foram duas cartadas de génio, porque na altura que entraram a equipa já estava por cima mas faltava-lhe aquele rasgo individual para fazer tombar o muro belga. Brahimi começou logo a mostrar serviço com uma entrada em jogo moralizada e com as suas habituais fintas em cima de uma moeda de 2€, teve um remate perigoso e uma disponibilidade total nos 30 minutos que esteve em campo e Corona apesar de teoricamente ter entrado para a faixa, descaia muito para o centro no apoio ao André. O mexicano sacou um penalti, numa jogada de finta curta que matou o defesa belga.
Layún - Tem culpa directa no golo belga depois de se ter deixado comer que nem um menino mas não se deixou abater e foi o constante e habitual jogador que conhecemos. Sempre a apoiar o ataque, entrega total ao jogo e um remate de fora da área que só parou nas redes defendidas por Butelle.
Reacção ao golo - Um golo sofrido aos 12 minutos pode mexer negativamente com a equipa mas não foi isso que aconteceu. O Porto nunca entrou em histerismos, fez o seu jogo, esperou pelo momento e foi recompensado por isso.
André Silva - Esforçado como é normal, mas não teve uma noite particularmente feliz a par de Jota. Foi frio ao contrário do que os seus 20 anos poderiam permitir e marcou um penalti sem espinhas nos descontos.


Jota - Depois do hat-trick na Madeira, espera-se sempre mais e melhor do Diogo, até porque percebemos que o seu potencial é enorme mas ontem não foi a sua noite. Completamente engolido pela defesa belga, não teve um lance digno de registo e a sua saída foi mais que natural.
Herrera - Já mais que uma vez que escrevi que o mexicano é o 8 e 80 do plantel. Ontem foi o 8, lento, trapalhão, a falhar passes. Esteve relativamente bem no capitulo do remate mas ainda assim não teve a sorte de marcar. Tal como Jota, saiu naturalmente e os 2 golos portistas surgiram depois disso.
Entrar a perder - O Porto tem de parar com esta merda, somos uma equipa grande em Portugal e na Europa, e temos de uma vez por todas de assumir os jogos e entrar em campo como predador e não presa.

domingo, 2 de outubro de 2016

Nacional 0 vs FC Porto 4 - 01.10.2016 - Liga Portuguesa

Quatro murros na Choupana.

A Choupana em particular e a Ilha da Madeira no geral, são locais habitualmente difíceis de ultrapassar pelo maior clube do mundo, embora a tendência de vitória do Porto em casa do Nacional se tenha vindo a acentuar nos últimos 10 jogos, com 8 triunfos, contra 1 vitória do madeirenses e 1 empate. Marcano afirmou durante a semana, que era crucial "dar um murro na mesa", e pelos vistos toda a equipa encarnou esse espirito porque fez um jogo sério desde o apito inicial do árbitro.

Nuno Espírito Santo fez alinhar novamente um onze diferente do jogo anterior, tem sido sempre assim desde o inicio da época e por isso a novidade será que acontecer uma repetição. Semana após semana, jogo após jogo, as experiências tem sido feitas pelo NES como se ainda estivéssemos em plena pré-época e parece que finalmente acertou. Diogo Jota e André Silva revelaram um entendimento bastante assinalavel para um dupla que fazia a sua estreia a titular esta época. O Porto executou na Madeira o que NES anda a apregoar praticamente desde o inicio da época e o resultado foi um jogo muito bem conseguido, muito possivelmente o mais equilibrado dos 11 disputados esta temporada.

O Porto finalmente passou das palavras aos actos, entrou a matar na partida, marcou cedo, controlou o jogo, foi calma e merecidamente ampliando o resultado e não permitiu aos insulares qualquer tipo de veleidades. Casillas teve uma noite estranhamente tranquila e disseram-me que chegou mesmo a perguntar ao banco se o jogo estaria mesmo a ser disputado na Madeira, na malograda Ilha Maldita. Uma defesa sólida, um meio campo criativo e com enorme rotação e um ataque eficaz como nunca, dizimaram por completo uma equipa que se limitava a rematar de longe, e que conseguiu o seu remate mais perigoso quase no final do jogo.

Danilo (25) e Herrera (26), mas principalmente André Silva (20 anos), Jota (19), Óliver (21), Otávio (21), revelam uma equipa indubitavelmente jovem por um lado, inexperiente por outro, mas os dados estão lançados e o futuro pode muito bem ser sustentado a partir desta base de jovens jogadores.


Diogo Jota -  O MVP da partida. 3 golos na primeira parte, 3 golos em 35 minutos. Uma estreia a titular absolutamente soberba. Jota foi em meia parte, o que Adrian e Deproite não conseguiram ser desde o início da época. Demonstrou um excelente entendimento com o André Silva, foi de uma eficácia pornográfica em frente à baliza, e deixou no ar a ideia que o lugar será seu nos próximos jogos sem grande discussão.
André Silva - Um golo à ponta de lança, uma assistência para golo, uma entrega total ao jogo e meia dúzia de lances mal executados, esta foi a noite do nosso menino na Choupana. Para o André deixo um conselho, que peque no jogo de ontem e aprenda alguma coisa ao ver os golos do Jota e a forma fria e eficaz como o colega de equipa os executou.
Óliver & Danilo - 2 jogadores que se completaram praticamente na perfeição e que deram a ideia de jogarem juntos desde sempre. Danilo parece estar a subir gradualmente de forma e a equipa ganha outra amplitude porque permite soltar os restante médios para tarefas mais atacantes. Óliver revelou um muito melhor entrosamento com a equipa e foi aquele box-to-box que a equipa precisa e que os adeptos desejam.
Felipe - Mais um jogo extraordinário. Fez inúmeros cortes, dobrou colegas e tentou a sua sorte nos lances de bola parada mas continua a não tomar as melhores decisões quando tem que sair para o ataque. Tem de refrear a forma como entra em todas as disputas, porque nem sempre tem de ganhar todos os lances divididos.
Marcar cedo - É incrível a tranquilidade que dá a uma equipa já de si intranquila, marcar um golo cedo. O Porto entrou muito bem no jogo e cedo se percebeu ao que vinha e que não iria esperar pelos últimos 20/25 minutos para começar a jogar à bola. O golo de Jota aos 11 minutos permitiu desmontar a táctica defensiva de Manuel Machado e procurar o ampliar da vantagem com calma e critério. Os golos foram surgindo naturalmente, a equipa baixou naturalmente o ritmo na 2ª parte, e as substituições permitiram gerir o jogo sem grandes sobressaltos.


Nada de assinalável a registar - Não há jogos perfeitos mas há jogos que mesmo não sendo brilhantes, conseguem ser muito bem conseguidos. A equipa do Porto não foi perfeita mas nunca deixou que o resultado e a vitória estivessem em risco. A nível individual não houve nenhum jogador que se destacasse de forma negativa.