Pragmático QB

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sábado, 27 de fevereiro de 2016

FC Porto 0 vs Dortmund 1 - 25.02.2016 - Liga Europa

Dortmund em ritmo de treino.

Liga Europa, 16-avos de final, adversário Borussia Dortmund, 2 jogos e 2 derrotas justas e inequívocas contra um oponente que se revelou muito superior. Depois de um jogo na Alemanha onde não tivemos qualquer tipo de hipóteses de arranhar a defesa germânica, o jogo no Dragão, embora não fosse exactamente mais do mesmo, foi um jogo que nunca colocou a eliminatória em risco para o Dortmund. Como se não bastasse a superioridade e o actual melhor momento dos alemães sobre o maior do mundo, o inglês Mark Clattenburg e seus auxiliares também quiseram dar o seu contributo tal como há um ano em Basileia.

A tarefa do Porto não sendo impossivel, era extremamente dificil. Seria preciso um jogo épico, com requintes de perfeição, para o maior do mundo dar a volta à eliminatória. Tal como a edição d'OJOGO tinha noticiado, só 141 equipas deram a volta a um 0-2, em 1275 eliminatórias, o que daria uma probabilidade de sucesso de apenas 11%. À parte do domínio da posse de bola que pertenceu aos alemães, o Porto até teve melhores números nos remates (12-10) e nos cantos (8-2) mas como cedo se percebeu, o jogo e principalmente a eliminatória nunca estiveram em risco. Foi a 10ª derrota esta época, a 4 (!!!) em casa.

Peseiro surpreendeu no onze inicial que subiu ao relvado porque acredito que poucos portistas esperariam que Corona, André e Brahimi começassem o jogo ao lado do treinador. Fica a dúvida se terá sido por nenhum dos 3 atravessar um bom momento de forma, simplesmente por Peseiro ter optado por poupá-los para Belém, ou nenhuma das duas. O jogo até começou dividido mas o certo é que foram precisos apenas 10 minutos para o Dortmund tomar completamente conta do jogo. Os 62% de posse de bola fizeram o Porto correr muito, com destaque para Danilo que foi uma autêntica besta no meio campo portista. O golo germânico chega aos 23 minutos por Aubameyang, o seu 32º em 34 jogos, em mais uma jogada que sobressaem duas ideias, uma delas é que o Porto defende com pouca gente (eram 5 alemães para 4 portistas) e a outra é que Angél, tal como na 1ª mão, não pode conceder tanto espaço a um jogador como Mkhitaryan. O Porto após o golo reagiu como podia, sem grandes euforias mas a conseguir chegar à baliza de Bürki que acabou por ser um dos melhores em campo. Evandro e Varela estiveram muito perto do golo mas infelizmente faltou-nos uma pontinha de frieza para conseguir bater o redes suíço. Marega, um dos melhores do Porto na 1ª parte, apesar de muitas limitações técnica, fartou-se de martelar Schmelzer e contribuiu para muitos dos 7 cantos ganhos pelo Porto. A 2ª parte foi dividida em oportunidades e em bolas nos ferros, com Brahimi e Mkhitaryan a ter uma oportunidade cada um. Mais ocasião, menos ocasião, mais posse de bola, menos posse de bola, o Porto merecia ter marcado e dado uma alegria aos mais de 32 mil corajosos que se deslocaram ao Dragão.

Mal saiu o Dortmund no sorteio, percebeu-se facilmente que nos tinha calhado em "azar", a equipa mais forte da Liga Europa. Essa superioridade confirmou-se nos 2 confrontos, embora tenha ficado com a ideia que o maior do mundo poderia e deveria ter feito um pouco mais para contrariar a superioridade alemã. As lesões e castigos explicam alguma coisa mas não tudo. O que se pode tirar de positivo desta eliminação sem espinhas, e dado que a final da Taça de Portugal está a um pequeníssimo passo, é que o Porto fica totalmente focado no seu principal objectivo que é a Liga Portuguesa. Faltam 11 jogos na Liga, 11 jogos em que se exige a vitória.


Danilo - O MVP da partida. Peseiro, faz-me um favor e dá a braçadeira ao moço. Mais um grande jogo do verdadeiro patrão desta equipa. Recuperou bolas, lançou ataques, foi novamente um animal em campo como são prova os 10 duelos individuais ganhos em 11. De longe, o jogador que mais se entregou ao jogo e o que menos merecia a eliminação.
Layún - O Miguel não sabe jogar mal e isso permite-lhe jogar em várias posições sempre com um elevado grau de competência. Fez mais um bom jogo, descaiu sempre que pode para o seu lado direito para cruzar mas desta vez não conseguiu nenhuma assistência. Admito que faço parte da TeamLayún.


Angél - Já toda a gente percebeu que o espanhol não tem categoria suficiente para um grande clube como é o nosso Porto. Não atacou, defendeu mal, deu espaços. Rafa da equipa B, em vez de ter sido emprestado à Académica, deveria ser a alternativa a Layún.
Aboubakar - Mais um jogo fraquinho onde não teve qualquer tipo de hipótese de causar estragos na defesa germânica.


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

FC Porto 3 vs Moreirense 2 - 21.02.2016 - Liga Portuguesa

Haja coração, meu Grande Porto.

O jogo de ontem foi o 6º a contar para a Liga Portuguesa entre Porto e Moreirense em casa do maior do mundo, e apesar dos Portistas nunca terem conhecido outro resultado que não fosse a vitória, a equipa que viajou de Moreira de Cónegos costuma ser um adversário manhoso e prova disso são as 5 derrotas em 6, terem sido averbadas pela margem mínima. Ontem para além de termos ganho por 1 único golo de diferença, ainda tivemos que recuperar de uma desvantagem de 2 golos. Gosto de remontadas, é uma verdade, mas se as pudermos dispensar e começar a marcar e a ganhar jogos desde o inicio dos mesmo, ainda melhor.

É um facto que o Porto continua a jogar muito pouco, continua a confundir e a ser confuso, continua no limbo entre o futebol de passe e o o futebol de transições rápidas, continua baralhado, mas não está morto. Esta equipa pode não jogar um caralho, por vezes parece moribunda, mas respira, tem pulso, tem coração e como se percebeu ontem, tem muita alma e raça. Curiosamente (ou não), foi a 3ª reviravolta da era Peseiro em apenas 2 meses, facto que só aconteceu por uma única vez no reinado de Lopetegui.

Peseiro gosta de futebol de ataque e de muita gente a atacar mas isso reflecte-se na hora de defender, quando equipas como o Moreirense se aproveitam com sucesso dessas mesmas debilidades. É uma diferença assinalável para a forma de defender de Lopetegui que em 16 jogos para o campeonato, sofreu 10, em comparação com os 7 jogos e 7  golos sofridos sob o comando de Peseiro. O 1º golo sofrido contra o Porto neste jogo é sintomático disso mesmo, já que uma perda de bola no meio campo ofensivo, numa jogada em que Corona, Maxi e Herrera são intervenientes, resulta num contra-ataque rápido e bem sucedido. Um lance que revela bem que muita gente a atacar no momento da perda de bola, normalmente resulta em pouca gente a defender, mas também que Chidozie, embora seja um miúdo com potencial, ainda denota falhas de posicionamento gritantes. 2º golo, novo contra-ataque e nova falha de marcação, desta vez do André que não acompanha até ao fim o jogador do Moreirense. O golo de Layún, castigando uma falta na área que para mim não existe, é o fim do filme de terror e o click que permite à equipa acordar para a vida e arrancar para a vitória. Alguns jogadores entram na 2ª parte muito nervosos mas felizmente a equipa nunca entrou em pânico e conseguiu uma vitória dificílima mas muito saborosa. Como conclusão, o Moreirense merece que lhe seja dado o devido valor dizendo que foi uma das melhores equipas que vi contra-atacar no Dragão com o Iuri, Espinho e Boateng a dizimarem a equipa do Porto.

Maltinha, foi 4ª partida seguida em que começamos a perder com golos antes dos 30 minutos, não será tempo de estancar esta enorme ferida? Como se viu contra o Arouca, nem sempre é possível dar a volta aos jogos por isso já chega de falsas partidas. Outra curiosidade, aos 75 minutos tínhamos apenas feito 1 falta, acabando o jogo com 6 faltas assinaladas, acham isto normal? 1 falta em 75 minutos já com 2 batatas enfiadas na nossa baliza? E que tal começar a bater mais um bocadinho e parar as jogadas adversárias logo no inicio? Anotem o conselho, é de borla.


Layún - O MVP da partida. 34 jogos, 19 assistências e 4 golos. Números que fazem com o mexicano seja um dos jogadores mais influentes do plantel portista, quiçá o mais influente. Marcou mais um canto decisivo e dá o inicio à remontada com um penálti friamente marcado. Sou fã deste gajo porque é a prova que não precisas de ter "quilhões d'anos" de Porto para sentires e honrares a camisola que vestes. 7 meses de Porto com uma entrega e dedicação total.
Suk - Uma tolada, outra tolada e ainda mais outras 2 antes da cabeçada fulminante que dá o empate. O sul-coreano é daqueles que se for preciso morre em campo em beneficio da equipa. Marcou um, esteve perto de marcar outro num cabeçada à barra, muita garra, muita luta e um pulmão que nunca mais acaba.
Herrera - Só mesmo o mexicano para se lançar daquela forma à bola no lance do golo vitorioso. Um pulmão imenso, um cérebro que nem sempre funciona de forma rápida mas uma alma e entrega total. A braçadeira fica-te bem.
Remontada - Dar a volta a um jogo depois de estar a perder por 2-0 é motivo de grande satisfação, raça, querer, alma e qualquer outro sentimento de revolta.


Extremos portistas - Mais um jogo em que Corona foi quase uma nulidade, com a excepção do lance do 1º golo e Brahimi jogou demasiado tempo para tão pouco futebol.
Golos sofridos cedo - 4ª partida seguida em que começamos a perder. FACTO.
A Arte de mal defender -  Erros de posicionamento primários, somados a erros defensivos, resultaram em 2 golos em 30 minutos em pleno Dragão.







sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Borussia Dortmund 2 vs FC Porto 0 - 18.02.2016 - Liga Europa

A derrota esperada.

Por incrível que pareça dado que são duas equipas que habitualmente jogam as competições europeias, este foi o primeiro jogo oficial entre os dois emblemas. Um Dortmund que neste momento se encontra em 2º lugar no campeonato alemão a 6 pontos do Bayern mas curiosamente com o mesmo número de golos marcados (53), o que diz bem do poder ofensivo dos germânicos e um Porto que com 62 golos em todas as competições, estabelece a pior marca desde a época 2007/08. Por outro lado encontraram-se duas equipas em diferentes situações no que diz respeito aos jogadores disponíveis para este jogo, o Dortmund praticamente na máxima força, com o seu ataque titular a jogar e o Porto com uma defesa e meio campo remendadas sabe lá Deus como. O Porto perdeu e perdeu bem, por números que felizmente não foram mais pesados, num jogo em que entramos em campo para perder por poucos e a tentar manter a chama viva para a 2ª mão no Dragão.

Exceptuando o ataque onde tínhamos todos os jogadores disponíveis, Peseiro era obrigado a mexer no miolo mas sobretudo na defesa. Com Marcano lesionado, Chidozie fora da lista para a Europa e Maxi e Danilo castigados, o Mister tinha forçosamente de "inventar" e não me parece que tenha estado particularmente bem neste capitulo. Se a entrada do Rúben para o lugar de Danilo era uma mexida esperada, as entradas de Varela para o lado direito da defesa e a adaptação de Layún a central, não me pareceram muito felizes. Este foi mais um daqueles casos onde me pareceu que entre surpresas e adaptações, Peseiro arriscou demasiado, dada a importância do jogo e o poder do adversário. Sou sempre da opinião que se deve mexer o menos possível por isso fazia todo o sentido fazer entrar Vitor Garcia (não tenho a certeza se está inscrito na Europa) para o lugar de Maxi, Verdasca, um central inexperiente mas de raiz e com rotinas naquela posição, para o lugar Marcano e manter assim Layún à esquerda. É óbvio que isto é tudo teoria mas achei que houve demasiadas alterações para um jogo só.

Mas falemos da partida e de mais um jogo em que o Porto começa praticamente a perder, num lance que a falta de rotina entre os 4 defesas pode ter influenciado o facto de Piszczek ter alvejado a baliza de Casillas em dose dupla. Golo aos 6 minutos e Porto a cheirar a borracha durante a primeira meia hora, este foi a ementa do inicio de jogo. Apesar do golo sofrido cedo, o maior do mundo não se transformou numa equipa em pânico e com menor ou maior dificuldade, concedeu poucos espaços ao ataque alemão e poucas situações de possível golo. Ficou também clara a ideia de que para um jogo destes, era imperativo ter um Rúben e principalmente um Herrera muito mais esclarecidos com a bola nos pés, infelizmente não os tivemos. Os primeiros 45 minutos demonstraram também que Varela de certa forma, estava a ser uma aposta ganha, e Layún, não sendo um Baresi, conseguia disfarçar bem. Ao intervalo, os 9-1 em remates e os 68-32% em posse de bola a favor do Dortmund eram números demonstrativos da inequívoca superioridade alemã sobre o maior do mundo mas o resultado de 1-0 deixava boas expectativas para a 2ª parte do jogo e principalmente para a 2ª parte da eliminatória. O Dortmund entra para os segundos 45 minutos de uma forma menos sôfrega, mais paciente e com menos pressa de chegar à nossa baliza e ainda bem porque de cada vez que acelerava, punha a nu as debilidades da defesa portista. O Porto recuava e não conseguia fazer 4/5 passes nas poucas vezes que recuperava a bola e nesse capitulo, Herrera foi 8 e não 80 como na Luz. A constante troca de bola no nosso meio campo defensivo, uma, outra e outra vez, fez com que o Dortmund chegasse ao 2º golo por Reus, numa jogada em que a bola foi de um lado ao outro do ataque germânico. O melhor que o Porto conseguiu foi um remate do esforçado Suk quase no final da partida, que Bürki defende bem.

Não sendo um bom, 1-0 seria um resultado razoável e possível de contrariar no Dragão, que o diga o Bayern, que na época passada perdeu por 3-1. Se quisermos ser optimistas e românticos, poderemos dizer que perder com 2 golos em casa de um clube que tem 3,5 golos marcados de média perante o seu público, foi de certa forma positivo. Foi a 9ª derrota do maior do mundo esta época, algo que só aconteceu na famigerada época de Paulo Fonseca, mas passadas 44 jogos, ao contrário das 37 actuais. 2-0 é um resultado que nos obriga a marcar pelo menos 3 golos, algo que não sendo tarefa impossível, obrigará o Porto a fazer um jogo praticamente perfeito. Com um Dragão cheio de portistas, com a equipa mais arrumadinha e completa do que neste jogo, com uma atitude mais ambiciosa e menos expectante, acredito que o Porto possa estar perto da próxima eliminatória.


Layún - O MVP da partida. O mexicano desta vez não assistiu, não marcou mas foi o jogador mais esclarecido da equipa. Ajudou a secar o cabeça de cartaz em termos de golos do Dortmund, isto porque Aubameyang trazia na bagagem 30 golos em 31 jogos esta época. Ainda que mantenha a opinião que se perdeu um excelente lateral esquerdo mas se improvisar um central, Layún não envergonhou naquela que foi a sua estreia no centro da defesa.
Marega - Muita luta, muita entrega ao jogo, foi o melhor do ataque portista. Com Brahimi completamente apagado, com Aboubakar a ser completamente engolido pela defesa amarela, foi o maliano o único destaque no ataque portista.


Brahimi - Demasiado colado à ala, o argelino foi uma completa nulidade. Escondido durante praticamente os 60 minutos em que esteve em campo, fiquei com a ideia que Suk, dado o seu poder de choque, poderia ter entrado para o seu lugar. Ainda está a tempo de se redimir porque na 2ª mão, exigi-se o Brahimi das grandes noites europeias.
Herrera - Apesar das muitas surpresas e adaptações no onze inicial do Porto, Herrera era o jogador com mais responsabilidades na equipa, o elemento que após a recuperação de bola, deveria esticar o jogo até á área contrária. O mexicano nunca foi capaz disso, falhou inúmeros passes, alguns por culpa própria e os restantes pela enorme pressão dos alemães no homem da bola.
Rúben Neves - A maior critica que lhe faço, é que se sentiu muito a falta de Danilo no jogo. O médio nunca se conseguiu impôr no meio campo portista e foi mais um a ser engolido inteiro pelos alemães.
Peseiro - Demasiadas mexidas e adaptações para um jogo só. A meu ver, o nosso Mister atrapalhou-se um pouco quando percebeu que não poderia contar com Marcano.




domingo, 14 de fevereiro de 2016

Benfica 1 vs FC Porto 2 - 12.02.2016 - Liga Portuguesa

La remontada Casillana.

O futebol desperta muitos ódios mas consegue despertar ainda mais paixões, muito por culpa de jogos como este, onde o actual David consegue vencer o actual Golias. As equipas chegavam ao 164º maior clássico da Liga Portuguesa num estado de espírito e actuais momentos de forma completamente inversos. Benfica, o Golias (pelo menos pelo que se ia lendo na imprensa desportiva escrita), após ter perdido em Alvalade sem apelo nem agravo, vinha de 14 jogos, com 1 empate e 13 vitórias, muitas delas com números expressivos, o chamado rolo compressor. Ao invés, o nosso amado Porto, o maior do mundo, que tal como disse na anterior posta, tinha apenas ganho 8 dos últimos 16 jogos disputados. Se juntarmos a esta ementa, uma jornada anterior onde o Benfica foi a Belém golear a equipa da casa com 5 batatas e o Porto ser derrotado vergonhosamente em casa pelo Arouca, chegaríamos facilmente à conclusão que o maior do mundo iria ser copiosamente vergado aos pés do clube da Luz. Felizmente, não foi o que aconteceu, não porque tivéssemos disso tremendamente superiores mas porque, ao contrário de muitas e muitas situações, fomos eficazes e tivemos aquela pontinha de sorte que nos teimava em fugir semana após semana. Para finalizar a estatística, dizer que foi o 82º jogo entre as 2 equipas para a Liga, o Porto somou a 15ª vitória, sobrando 25 empates e 42 vitórias para o Benfica.

Peseiro teve coragem e um mérito que salta logo à vista, não se cortou, não inventou e foi à Luz com o onze base, optando por Chidozie no lugar de Marcano, fugindo assim à tentação de fazer recuar Danilo e com isto mexer em 2 posições. O Benfica por estratégia ou simplesmente porque não conseguiu, não teve aquela entrada pressionante e avassaladora que se esperava, o rolo compressor das últimas semanas emperrou numa massa azul e branca compacta e bem posicionada. Ainda assim foi o Benfica o primeiro a criar perigo em contra-ataque e em dose dupla por Pizzi, Casillas defende bem no primeiro remate e na 2ª tentativa, o extremo vermelho remata para fora. O golo da equipa da casa não tardou, Renato Sanches atrai todas as atenções e no momento certo solta para Mitroglou rematar colocado e sem qualquer hipótese para Casillas. O Benfica acaba por chegar ao golo numa altura que o Porto ainda nem sequer tinha rematado à baliza. O Porto, e nomeadamente Herrera lembra-se que o futebol tem balizas, recebe um passe de Layún e num remate cagadinho mas pornográficamente bem colocado, estabelece a igualdade para o nosso Porto. Foi o 6º golo para Herrera e a 16ª assistência para Layún. Um pequeno aparte, gosto da forma como a equipa tem festejado os golos, apesar de toda a tempestade que tem sido esta época. Revela raça, revela união, revela querer. O Benfica responde numa jogada um pouco aos trambolhões, Jonas remata com o esquerdo mas Casillas defende mais uma vez em voo com a direita. Mitroglou pouco tempo depois está perto de bisar mas Chidozie embora tenha perdido inicialmente a posição, consegue recuperar e atrapalhar o grego. O Porto rematava pouco e quando o fazia era na baliza errada, Corona na ânsia de cortar a bola quase faz um auto-golo, mas Herrera na baliza certa quase factura num remate semelhante ao do 1º golo. Samaris quase me cima do intervalo remata por cima numa das melhores jogada do Benfica. O empate ao intervalo premiava fundamentalmente a eficácia do Porto e a noite positiva de Casillas. O Benfica entra bem na 2ª parte e é o primeiro a criar perigo num contra-ataque rapidíssimo que acaba com um remate fraco mas colocado de Gaitan e uma enorme defesa de Casillas e o Porto responde por Brahimi que remata à figura depois de uma tabelinha com Herrera. Um dos momentos da partida foi aos 59 minutos, altura em que finalmente começamos a jogar com 11 depois da entrada de Marega para o lugar do apagadíssimo Corona. Coolbakar está perto do golo num remate fortíssimo de pé esquerdo de fora da área mas o míssil sai ao lado e minutos depois percebemos que o camaronês estava era a calibrar a mira porque numa jogada que começa com um corte limpo de Chidozie no meio campo, e depois de uma grande troca de bola à entrada da área vermelha, a bola acaba por chegar ao Coolbakar, que desta vez não vacila na cara de Júlio César, e faz o golo para o maior do mundo. Indi na jogada seguinte tenta novamente fazer o golo na baliza errada mas Casillas responde com mais uma grande defesa. Percebia-se que Casillas finalmente estava numa noite sim e Mitroglou também percebeu isso depois de ver mais um remate seu ser defendido pelo espanhol. A partir dos 70 minutos o Benfica desapareceu dando a entender que o 2º golo do Porto tinha sido um valente soco nas aspirações do rolo compressor, o Porto controlou todo o jogo e foi Marega nos descontos a estar perto do 3º golo mas remata de forma algo displicente quando até poderia ter passado para o Coolbakar. O resultado não se alterou, a vitória foi nossa num jogo nem sempre dominado, mas com elevado nível de eficácia e com um Casillas a fazer de longe o seu melhor jogo desde que chegou à Invicta.

Não gosto de entrar em euforias desmedidas nem em depressões agoniantes, por isso nem sempre as coisas parecem estar tão más como no jogo com o Arouca, nem tão boas como esta vitória na Luz. Depois do jogo com o Estoril, acreditei que a equipa seguiria um caminho seguro e vitorioso mas como cedo se percebeu, isso não aconteceu. O futuro próximo, nomeadamente a eliminatória dificílima com o Dortmund dirá se o jogo da Luz foi a regra ou mais uma excepção.


Casillas - O MVP da partida. San Iker, finalmente! Não sou fã do espanhol, nunca fui e nunca serei mas tento não ter ódios de estimação, tento. A verdade é que Casillas fez de muito longe, o melhor jogo desde que  assinou pelo Porto. Uma mão cheia de defesas, algumas melhores e mais vistosas do que outras, fizeram-nos perceber que o nosso guarda-redes estava numa grande noite e que muito dificilmente a bola entraria na nossa baliza. Helton fez questão de destacar a exibição do colega com a seguinte foto e respectiva legenda "Parabéns meu companheiro por mais uma exibição que nos ajudou a fazer isto que se vê na foto! Sorrir e acreditar até ao fim de que somos capazes de lutar muito pelo objectivo maior... Grande! Muito grande!".


Herrera -  Depois de 90 minutos miseráveis com o Arouca, o mexicano responde com uma enorme exibição e não fosse a soberba prestação de Casillas, Herrera teria sido o melhor em campo. Encheu o campo, foi o principal elo de ligação entre a defesa e o ataque, foi um box-to-box como há muito não víamos e marca o golo do empate e da esperança. O Hector é mesmo isto, o Yin e o Yang, o sol e a chuva, o 8 e o 80, e felizmente para nós na Luz foi o 80.
Aboubakar - Marcou o 11º golo na Liga e o 16º na época. Devagar, devagarinho, o camaronês vai atingindo números mais condizentes com a posição que ocupa em campo. Na Luz teve 2 remates, um deles passa a rasar o poste e outro outro beija a rede. Eficaz como todos nós desejamos que seja sempre.
Danilo - Os óculos azuis que uso diariamente podem-me sempre induzir em erro mas a determinada altura fiquei com a ideia que Danilo sozinho engoliu "o menino de ouro" vermelho e o caceteiro grego Samaris. Mais um grande jogo de um dos jogadores mais regulares da época portista.
Eficácia - Apenas 9 remates à baliza, seguramente um dos jogos onde menos tentamos o golo mas desses 9, 5 foram à baliza e 2 deram golo. Um elevado grau de eficácia permitiu ao Porto ganhar um jogo onde foi mais dominado do que dominador.


Corona - El Tecatito foi uma autêntica nulidade e nem o facto de ter o cansado Eliseu à sua frente fez com que se tivesse evidenciado. Não me lembro de ter ganho um único lance ao defesa português, nem de uma fintazinha que fosse. Corona tem de perceber que não é possível fintar sempre 1 ou 2 jogadores antes de soltar a bola com qualidade. Marega deu mais trabalho à defesa vermelha em 30 minutos que o Jesus nos 60 em que esteve em campo.










quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

FC Porto 1 vs Arouca 2 - 07.02.2016 - Liga Portuguesa

O insustentável hábito da derrota.

Quando o Porto recebeu o Arouca no passado domingo, só conhecia um resultado, o da vitória. 5 jogos e 5 vitórias eram o histórico de confrontos entre as 2 equipas com um simpático score de 15-3 em golos a favor do maior do mundo. Foi por isso com alguma surpresa que vimos o nosso Porto perder contra um adversário claramente inferior mas que apesar de ter a ajuda do Ruizinho Costa, fez muito por merecer a vitória. Para percebermos melhor a dimensão desta vitória dos Arouquenses, dizer que foi apenas a 2ª vitória conquistada fora de casa nesta época e a 1ª de sempre em casa de um dos 3 grandes emblemas nacionais.

É fácil perceber que algo não vai nada bem no reino do Dragão, não dá para disfarçar e nem a suada mas merecida vitória com o Estoril atenua esse facto. Nos últimos 2 meses o Porto jogou 16 vezes, perdeu 7 delas e empatou uma vez, ganhando apenas 8 desses jogos. Ok, 3 deles foram para a Taça da Liga e depois? Não são jogos para ganhar? Ou são jogos semelhantes aos da pré-época em que o mais importante não é o resultado mas sim dar rotinas e tempo de jogo a todo a plantel? 7 derrotas nos últimos 2 meses! Uma miséria. Outra coisa, então agora andamos a tentar bater os recordes dos mais rápidos golos sofridos? Em Guimarães foi aos 3:45 minutos, no Estoril aos 2:53 minutos e com o Arouca aos 10 segundos. Aceitam-se apostas para a Luz.

Peseiro escolheu um onze com as mexidas esperadas dados os castigos de Maxi e Marcano, entrando Angél e Failcon para os seus lugares. E pergunto eu, porque não a inclusão de Vitor Garcia que tão boas indicações deu nos jogos em que foi chamado? Porquê este alterar de 2 posições, quando se podia e deveria mexer numa só? Fica a questão porque para mim, o venezuelano é claramente melhor que o Angel e talvez seja melhor que Layún do lado direito. Onze inicial à parte, golo aos 10 segundos. Saída de bola da equipa do Arouca, Angél quis sair para o ataque sem a sua equipa ter a posse de bola, é comido nas costas e Failcon e Casillas naquela do "fazes tu merda ou faço eu?" optam pelo mais fácil nestas situações que é não fazer absolutamente nada e golo do Arouca. Ficam todos a olhar uns para os outros para perceber de quem era a culpa e facilmente se percebeu que não era de nenhum deles. Meu caro Angél, lembro-me perfeitamente que Cissokho não voltou a calçar depois de "um erro de cálculo" semelhante a este na Madeira. Golo mais rápido do campeonato e claro, na nossa baliza. Lei de Murphy, sempre a puta da lei deste senhor a falar mais alto. Surgiu a dúvida, vamos ter o Porto de Guimarães ou vamos ter o Porto do Estoril? O Porto inovou, tivemos uma mistura dos 2 jogos. Excelente reacção ao golo sofrido mas incapacidade total de completar a remontada. Danilo, o melhor do Porto, é o primeiro a dizer "presente", com um remate fortíssimo de fora da área que passa perto do poste. Uma grande combinação entre André, Corona e Brahimi permite o cabeceamento de Normalbakar que Bracalli defende para canto, Layún não perde tempo a marcá-lo e Normalbakar factura e estabelece o empate. Excelente reacção ao golo sofrido tal como no Estoril. O Arouca volta a criar perigo na marcação de um livre indirecto que vai parar aos pés de Nuno Coelho mas Casillas defende sem saber ler nem escrever. O jogo estava dividido e Corona tem a oportunidade de marcar o ponto, depois da melhor jogada do Porto no jogo mas Bracali volta a defender bem para canto. Angél numa tentativa de se redimir, quase marca numa jogada nada comum nele e depois de um remate forte de pé direito.  O Arouca volta a responder em contra-ataque por Mateus mas Casillas faz uma boa mancha e o resultado não se altera até ao intervalo. A 2ª parte começa com mais um falhanço de Normalbakar depois de passe do Failcon. A 2ª parte estava muito pastosa e sonolenta e foi talvez devido a algum adormecimento que o árbitro auxiliar nos surripiou um golo limpo. Para pena de todos os portistas no estádio e no resto do planeta, não tivemos a sorte de ver o Failcon ser surripiado do jogo a tempo de evitar aquela obra-prima que permitiu ao Arouca passar para frente no marcador. O que se viu na restante meia hora de jogo foi uma equipa sem chama e sem arte para mudar o rumo do jogo e do seu próprio destino. Marega tentou, Bracali negou e depois Marega e Normalbakar não conseguem dar aquele mimo na bola depois de cruzamento de Layún. O jogo acaba com uma monumental assobiadela já comum nos jogos do Porto mas o Failcon saiu de mansinho como se não fosse nada com ele. O empate com o Rio Ave que ditou a saída de Lopetegui deixou-me, acima de todos os sentimentos, com uma enorme sensação de tristeza, mas o jogo com o Arouca deixou-me num estado de tamanha indiferença que me assusta como Portista convicto que sou.

São 6 pontos de distância do duo da frente mas pelo menos para mim, parecem 66, tal a diferença de andamento do maior do mundo para os outros dois. Infelizmente o Estoril foi a excepção e não a regra de mais uma época dolorosamente longa. Segue-se o Benfas na Luz, que é o mesmo que dizer, segue-se uma viagem ao estádio do mais forte candidato ao titulo no momento actual, e não me lembro de sentir tanto receio numa visita ao castelo da mouraria. Medo, muito medo. Usando um termo que é comum na NBA em altura de playoffs, será um jogo "Win Or Go Home".


Danilo - O MVP da partida. Danilo é sem duvida alguma, uma das poucas coisas boas que a direcção do Porto fez nestes últimos anos. Grande jogo depois de ter estado por mais que uma vez perto da substituição por motivos físicos. Um bicho dentro de campo e dos poucos que não merecia esta vergonhosa derrota. Depois do que vimos, pergunto se a braçadeira de capitão não lhe ficava melhor entregue?
Reacção ao golo - O golo sofrido é uma brincadeira de crianças mas destaco a boa e rápida reacção.
Aboubakar (+/-) - É certo que o rapaz vai marcando a conta gotas mas longe vão os tempos em que um avançado do Porto bisava ou até na loucura, marcava um hat-trick. O camaronês fez 1 golo em 3 excelentes oportunidades, pouco dirão alguns, o normal dirão outros.


Maicon - O expoente máximo da derrocada portista. Fez pouco nos 69 minutos em que esteve em campo e o pouco que fez, fez mal. Exceptuando Layún, partilha da culpa no lance do primeiro golo do Arouca, tem culpa directa na paragem cerebral que resultou no 2º golo do Arouca, nova paragem cerebral quando desertou e abandonou o jogo. Admito, fiquei em estado de choque, porque à parte da qualidade técnica do Maicon, que podemos gostar mais ou menos, sempre o vi como um guerreiro.

Fotos e situações como esta, não foram há 5 ou 10 anos atrás, foram tiradas em Setembro de 2015, depois de um jogo em que Maicon deu o golo da vitória sobre o Chelsea, lesionou-se mas como qualquer bom capitão que se preze, aguentou a dor em prol da equipa e jogou até ao fim. Atitude de capitão. 5 meses depois assistimos ao mesmo jogador, numa semelhante situação de lesão ou suposta lesão, a abandonar um jogo porque sentiu o peso de um estádio em cima dele. Atitude de merda. Usando um célebre ditado popular, "com amigos destes, quem precisa de inimigos?". Não sou de radicalismos ao ponto de achar que Maicon não deve mais jogar no Porto mas sou a favor de regras, sou a favor de castigos, sou a favor de usar Maicon como exemplo para que situações como esta não se repitam.
Herrera - 12 passes errados, contei eu, não me contaram. Um médio de transição como Herrera não pode falhar 12 passes, alguns deles ridículos, outros só desfasados das capacidades do mexicano. Herrera quando não estava a falhar passes, estava a emperrar todo o jogo portista. Foi mau e pior ainda foi ter-te deixado 90 minutos em campo.
Casillas - Porque é que fico sempre com a sensação que o espanhol poderia fazer mais qualquer coisinha em todos ou quase todos os golos que sofre?
Sofrer golos cedo - 3º jogo quase consecutivo a sofrer golos antes dos 5 minutos e todos de maneira diferente. Espero que contra o Benfas não encontrem uma 4ª forma de sofrer golos no inicio do jogo.
Conclusão - Muito mais se poderia escrever acerca do que foi um dos piores jogos do Porto nestes últimos tempos. A equipa tem vontade, é uma verdade, mas vontade só não chega, vontade tem que ter o Arouca, o Feirense, o Famalicão, o Marítimo e o Guimarães, nós Porto, temos que ter muito mais do que isso cada vez que entramos em campo. Sofrer golos de merda, ter jogadores com atitudes de merda, não ganhar nada, está bem longe de ser a imagem do Futebol Clube do Porto.








sábado, 6 de fevereiro de 2016

Gil Vicente 0 vs FC Porto 3 - 03.02.2016 - Taça de Portugal

Voo directo para o Jamor.

Um ano e um mês depois, o Porto voltou a visitar Barcelos, desta vez para a Taça de Portugal e com o Gil a ocupar a 6ª posição no escalão secundário do futebol português. Embora a época passada tivéssemos ganho por 5-1 no Cidade de Barcelos, as últimas lembranças que tinha dos confrontos com os Gilistas não eram nada agradáveis, muito por culpa da pesada derrota sofrida em 2012. Curiosamente, fomos campeões nesse ano, com uma equipa comandada pelo nosso saudoso Vitor Pereira, com esta única derrota, motivo pelo qual chegaram a existir "confrontos" entre adeptos e equipa à saída do estádio.

Peseiro mexeu na equipa em em todos os sectores, com maior incidência no ataque, Suk entrou para o lugar de Aboubakar e Marega e Varela substituíram Corona e Brahimi, que ocupou a posição 10. Era um 4-2-3-1 mais vincado do que nunca, com o argelino a ocupar aquela que para mim é a sua verdadeira posição e o lugar onde ele pode render mais. O jogo começa com um Gil muito agressivo, em alguns lances a roçar a violência mas o Porto dá-se bem com isso e consegue manter o controlo do jogo. Suk é o primeiro a criar um lance de relativo perigo mas cabeceia por cima depois de cruzamento de Maxi. O Gil precisou de 25 minutos para rematar à baliza de Helton mas quando o fez enviou uma bola à barra num surpreendente remate de fora da área. Marega cabeceia poucos minutos depois por cima da barra, depois de cruzamento de Varela e Suk logo de seguida obriga Sérginho à melhor defesa da noite. O Porto acaba por chegar ao merecido golo nos descontos num remate abençoado do Rúben, que consegue fazer passar a bola pela muralha gilista. A 2ª parte começa praticamente com mais um remate ã barra de Helton, num lance onde toda a defesa portista se fiou no possível fora de jogo. Foi preciso esperar pela passagem dos primeiros 15 minutos, para assistir a novo lance de perigo numa das balizas e desta vez Suk não facilitou, dando o melhor seguimento a um cruzamento teleguiado de Layún. O 3º golo chega algum tempo depois num livre irrepreensivelmente marcado pelo acabadinho de entrar Sérgio Oliveira. O livre cobrado pelo médio português castigou uma falta feita sobre Layún que valeu a expulsão de Renan. Com a expulsão e posterior golo, o jogo e muito possivelmente a eliminatória, acabaram aos 70 minutos, porque o tempo restante foi para "cumprir calendário".

Numa eliminatória jogada a duas mãos, ganhar o primeiro jogo fora por 3-0 arruma quase por completo a questão, ainda por cima contra um adversário claramente inferior. Peseiro mexeu na equipa mas não em demasia e permitiu uma boa estreia de Marega a titular. Suk também se estreou a marcar e Brahimi jogou declaradamente a 10, algo que não acontecia há muito tempo. A Final da Taça de Portugal ficou bem mais perto depois deste jogo, algo que dadas as últimas circunstâncias, agrada a qualquer portista.


Suk - O MVP da partida. O sul-coreano faz-me lembrar o compatriota Ji-sung Park, pela disponibilidade e abnegação demonstrada em campo. Não é um portento de técnica mas é aquele tipo de jogador que deixa tudo em campo. Ele próprio diz que joga como o nosso saudoso Derlei, e espero que no mínimo siga o mesmo caminho que o Ninja. Estreou-se a marcar, num jogo que lutou muito.
Layún - Mais uma assistência para golo, um verdadeiro especialista na matéria. Sacou a falta que valeu o 3º golo e foi sempre uma constante ameaça pela ala.


Nada de importante a registar.




sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Estoril 1 vs FC Porto 3 - 30.01.016 - Liga Portuguesa

Um cheirinho do Porto à Porto.

Foram precisos 14 jogos para o maior do mundo voltar a sorrir e festejar a vitória na capital portuguesa. O Estádio António Coimbra da Mota, também conhecido pela Amoreira, tem-se tornado ao longo os anos uma espécie de Choupana e Barreiros do continente e prova disso é o histórico de confrontos entre as duas equipas em casa do Estoril. O Porto soma apenas 9 vitórias em 24 jogos a contar para a Liga Portuguesa, tendo empatado 7 e perdido os restantes 8. Uma taxa de vitória de 38% traduzem friamente bem, a dificuldade que tem sido jogar na Amoreira, estádio onde tínhamos empatada a 2 golos, os dois últimos jogos. A vitória foi conseguida com raça e muito suor, numa excelente resposta dada ao golo sofrido logo aos 2 minutos.

Peseiro apresentou o onze do costume, também conhecido como a equipa base de Lopetegui, sinal que o ribatejano acredita que, embora as rotinas e os processos de jogo estivessem "errados", este é o nosso melhor onze. Equipas e onzes iniciais à parte, o Porto começa o jogo a perder tal como em Guimarães e sinceramente pensei que iríamos a assistir a um remake do que tinha sido o jogo na Cidade Berço. Não sei se é o meu ódio de estimação a falar mais alto mas fiquei com a nítida ideia que o Casillas poderia e deveria ter feito melhor, numa bola que passa por cima dele. Falta de reflexos? Talvez, a idade pesa, eu que o diga. Felizmente o Porto não se deixou abalar, nem precisou de psicóloga para manter a atitude e o Normalbakar está perto do empate depois de um canto de Assist Layún. O Porto toma completamente conta do jogo e empata num contra-ataque fulminante aos 18 minutos, numa jogada em que André ganha na raça no meio campo, passa a Layún que numa correria desenfreada endossa para o Normalbakar fuzilar Kieszek. Um golo de contra-ataque do Porto, incrível. O Porto encosta o Estoril às cordas e André está perto de marcar numa recarga a remate de Maxi, mas o golo acaba por chegar em mais um canto exemplarmente marcado por Layún e melhor finalizado por Danilo. O defesa mexicano com estas 2 assistências chega às 12 na Liga Portuguesa e isola-se ainda mais na liderança desta categoria. André cheira novamente o golo depois de uma oferta da defesa canarinha mas infelizmente o resultado não se iria alterar até ao intervalo. Notas que merecem ser destacadas, assistimos a um Porto com uma grande atitude dando uma excelente resposta ao golo madrugador e as constante trocas posicionais entre André, Brahimi e Corona confundiram por completo a defesa amarela. O Porto entra para a 2ª parte com a sua linha de pressão mais baixa, ficando mais na expectativa e dando a iniciativa do jogo ao Estoril. O jogo foi por isso muito mais tranquilo que na 1º metade do jogo, e o primeiro lance de real perigo só acontece aos 77 minutos, numa jogada em que o Normalbakar faz o mais difícil, rematando por cima depois de ser servido de bandeja por André. O árbitro Tiago Martins quis então dar um ar da sua graça e mostra 2 amarelos ridículos e inexplicáveis ao Normalbakar e Corona. O golo da tranquilidade chega aos 82 minutos numa recarga vitoriosa de André a remate de Corona.

Dando uma vista de olhos na estatística do jogo, deparamos com números muito curiosos e o que salta logo à vista são os 47% de posse de bola, algo que acontece pela primeira vez numa época 2015/16 em que temos tido 65%. Menos posse de bola e mais objectividade, aqui começa-se a notar o dedo de Peseiro na equipa. Outro dado importante foi a eficácia e os remates bem enquadrados, o Porto fez 15 remates, 8 deles foram à baliza de Kieszek e 3 deram golo.

Peseiro consegue assim a sua primeira remontada, algo que só por uma vez tinha acontecido com Lopetegui em época e meia. Uma grande primeira parte onde poderíamos ter marcado mais golos, mostrou uma nova face deste Porto e um cheirinho do que é ser Porto. A forma como Brahimi foi buscar a bola dentro da baliza e pediu aos colegas para ir para o seu meio campo no lance do primeiro golo revela uma vontade de ganhar pouco vista naquelas bandas. Espera-se agora a continuação da raça e atitude vista na Amoreira para perceber se foi um jogo sem igual, ou o principio de uma era, onde podemos não ganhar sempre mas vamos "morrer" a tentar.


André - O MVP da partida. Chegou ao golo apenas a 10 minutos do fim mas fez por merecê-lo desde o apito inicial. Incansável na procura da bola, deu-se muito bem nesta nova função que o faz deambular por toda a frente do ataque portista. É um Moutinho com a mesma raça, talvez um pouco menos de técnica, mas muito mais golo. Um jogador Portista, do Porto e à Porto.
Aboubakar - Aquele falhanço praticamente me cima da linha poderia manchar a sua exibição mas não vou massacrar o menino. Um golo, muito trabalho e luta com os centrais canarinhos, uma total disponibilidade para com a equipa e uma entrega total ao jogo.
Layún - 12 assistências só no campeonato, algumas delas para Aboubakar, fazem do mexicano uma "passador" nato. Para mim, a grande surpresa da época. Se no ano passado esse titulo foi para Marcano, esta época Layún merece todo o destaque que lhe possam dar. Um jogador de equipa e sempre virado para a equipa.
Danilo - Depois de o ver jogar nesta pouco mais de metade da época, percebo o porquê de o Sporting o querer para substituir Wiliam. A verdade é que Wiliam está em baixo de forma e Danilo num excelente momento, com alguns golos e a "fazer-se" claramente à titularidade de Portugal na posição 6.
Atitude - Foi muito bom ver a forma como toda a equipa reagiu a um golo sofrido muito cedo. Foi a antítese do jogo de Guimarães.


Golo sofrido - A defesa e principalmente deram a ideia que poderiam ter feito bem melhor no golo sofrido, ou então a culpa é só da defesa e só estou a implicar novamente com o Iker.
Nada mais a destacar.