Pragmático QB

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quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Bate Borisov 0 vs FC Porto 3 - 25.11.2014 - Liga dos Campeões

Tudo normal, portanto.

Como todos os portugueses, sou patriota e gosto de ver jogar a selecção, mas estas paragens para ver jogar a equipa das quinas matam-me. Passaram 16 dias desde a última vez que o Porto tinha jogado mas sinceramente pareceram 2 meses, ainda por cima porque vínhamos de um resultado amargo na Amoreira. Ontem tudo voltou à normalidade, o Porto ganhou com tranquilidade na Bielorrússia e à custa do outro jogo do grupo, garantimos o 1º lugar do grupo. Este apuramento permite-nos, não só "fugir" a alguns colossos nos oitavos de final, mas também encarar o ultimo jogo da fase de grupos com uma postura mais calma (aqui sim, fará todo o sentido rodar jogadores), já que o clássico contra o Benfica será jogado 4 dias depois do jogo com o Shakhtar.

Como era esperado a equipa de Borisov tentou BATEr no Porto desde o 1º minuto, embora esta tentativa de agressão tenha durado sensivelmente 20 minutos, altura em que o Porto arregaça as mangas e toma conta do jogo, somando quase 70% de posse de bola no final da 1ª parte. A equipa não criou grandes oportunidades de golo mas também não deixou chegar o perigo à baliza do Fabiano e o nulo ao intervalo castigava mais a equipa portuguesa. A 2ª parte foi totalmente diferente, começou como acabou a 1ª mas com o Porto a chegar muito mais vezes à baliza adversária. Os golos foram surgindo naturalmente, permitindo à equipa ter sempre o controle do jogo, trocando a bola com segurança e cansando um adversário que a partir do 1º golo portista, nunca se encontrou e passou a última meia hora de jogo a cheirar a bola. Vitória totalmente justa, a 4ª em 5 jogos, 13 pontos somados, 15 golos marcados e 3 sofridos, ou seja, um apuramento seguro e tranquilo num grupo que teóricamente era acessível mas que o Porto também o conseguiu tornar na prática.







Herrera - 1 belo golo e 2 boas assistências, o melhor em campo. Podia definir a exibição do ex-Pachuca com estes 2 factores mas isso seria demasiado redutor porque o mexicano fartou-se de jogar e nem a meia dezena de passes errados beliscam um jogo pleno de força. Correu quase 13 Kms, todos eles com critério. É um dos indiscutíveis de Lopetegui, feito conseguido à custa de muito trabalho e muita critica em cima já que desde que chegou ao Porto, é um dos ódios de estimação da massa assobiativa.

Casemiro - Cada vez mais adaptado à posição 6, e nesse aspecto dou todo o mérito ao treino que tem sido feito com o brasileiro. Neste jogo limpou tudo o que havia para limpar, sendo o patrão que se impõe quando se joga naquela posição. Não é um Fernando mas tenho esperança que seja um Costinha.

Óliver - A verdadeira Formiga Atómica. Como eu ouvi inúmeras vezes em criança, parece que tem "bichinhos carpinteiros", não pára um segundo. Neste jogo foi o jogador que mais correu, 13 Kms certos. O espanhol é uma máquina de trabalho, seja a defender, atacar, passar, tudo feito com rapidez e critério. 

Danilo - Está numa forma soberba, o que lhe permite fazer piscinas o jogo todo e ainda aparecer em zonas de finalização. Certinho a defender, quase sempre decisivo a atacar.

Jackson - 5 jogos, 5 golos. Na Champions é uma marca assinalável, apesar dos adversários ainda não serem os mais difíceis. Mais um jogo de muito trabalho do Colombiano.





Marcano - O espanhol não esteve mal, embora ache que o Maicon nos oferece mais garantias e confiança naquele sector.

Nota muito negativa para o facto de nenhuma estação televisiva portuguesa ter acompanhado a equipa do Porto à Bielorrússia. Nem a TVI, nem a SportTV, responsáveis pela transmissão da Champions enviaram jornalistas, o que fez com que não existisse as habituais entrevistas pós-jogo. Isto não só revela o actual interesse que as televisões têm na ÚNICA equipa portuguesa com o apuramento garantido para a próxima fase, mas também demonstra que por vezes os adversários mais difíceis são aqueles que encontramos fora do campo.






quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Estoril 2 vs FC Porto 2 - 09.11.2014 - Liga Portuguesa


Travagem a fundo!

Escolhi a imagem acima colocada porque tento sempre começar as minhas análises por um momento do jogo que considere determinante para o resultado final. Se há imagens que valem mais que mil palavras, esta é sem duvida uma delas. Tenho vindo a defender o nosso treinador semana após semana porque estou convicto que é o homem certo no lugar certo e não por pertencer a um rebanho ou seita que segue uma determinada doutrina. O facto de ser um fiel defensor do Lopetegui não me impede que de quando em vez, mude a minha forma de pensar e direcione as "balas" para o nosso Mister. Esse momento chegou esta semana!

Acredito na rotatividade, assim como acredito nas mudanças tácticas de jogo para jogo ou no decorrer do mesmo, mas não acredito que se tenha de mudar um modelo de jogo que é o ADN não só desta equipa, mas deste clube. Isto tudo para chegar ao espanhol Adrián, o menino dos 11 milhões. Se imaginarmos que cada barrete custará 1€, chegamos facilmente à conclusão que o valor do Adrián daria para comprar 11 milhões de barretes. Este é só um pequeno exercício de matemática, mas começa a ser a forma de pensar de grande parte da nação portista, ou seja, o Adrián é um enorme barrete. O Porto ao longo dos anos tem comprado dezenas de jogadores de classe duvidosa mas nunca um flop de 11 milhões. Embora ache demasiado cedo para o considerar um flop, não me posso dissociar da opinião generalista que o espanhol tem sido uma tremenda desilusão neste inicio de época, e faço-o não pelo valor que custou mas pelo que conheço dele nos últimos 2/3 anos.

Mas voltemos ao Mister. O ano passado o Paulo Fonseca tentou mudar um sistema implantado no Porto há anos, invertendo o triângulo de meio campo, acabando desta forma com o nosso tão famoso trinco (Paulo Assunção, Costinha, Fernando), passando a jogar com 2 jogadores lado a lado. Esta mudança se bem se recordam teve efeitos catastróficos, acabando o treinador por mudar de ideias e voltar à "casa de partida". O Lopetegui já provou em mais que uma ocasião que gosta de variar a forma como coloca a equipa em campo, alternando entre o 4-3-3, 4-4-2 ou como no Estoril, o 4-2-3-1 (o Chelsea actualmente não prescinde desta forma de jogar), táctica da qual eu sou fã mas que, como se provou, em nada beneficia a equipa do Porto. Dá a ideia que é uma táctica para conseguir pôr a jogar o Adrián, já que o espanhol nem é extremo, nem é ponta-de-lança, vai daí coloca-se ali uma espécie de híbrido entre o meio campo, extremos e o Jackson. Resultou contra o Bate Borisov, fracassou com o Sporting e Estoril. Isto tudo para concluir que quando se pensava que o Mister já tinha acabado com as invenções/experiências, ele faz-nos uma finta de corpo e volta a cozinhar uma equipa que, como todo o portista percebeu, nem é carne nem é peixe e também não tinha o aspecto de salada. Mister, uma sugestão.. o 11 titular está encontrado mas é um onze que tem forçosamente de encaixar num 4-3-3 tradicional:


Fabiano
Danilo-Maicon-Indi-Alex Sandro
Herrera-Casemiro-Óliver
Tello-Jackson-Brahimi

Este é o nosso melhor 11, podendo entrar facilmente 2/3 jogadores, o Quintero para o lugar do Óliver ou Quaresma em vez do Tello, por exemplo. Mister, por favor, faz o que te digo.

Sobre o jogo, um facto salta imediatamente à vista, foi um grande jogo de futebol. O Porto a ter as despesas atacantes, e o Estoril a desferir perigosos contra-ataques. Foi assim durante toda a 1ª parte, o Porto marca um golo fruto da pressão exercida sobre a defesa canarinha e o Estoril responde num lance em que a defesa portista fica a dormir e é apanhada em contra-golpe. Destaco o golo do Brahimi, mais um em que desliza com a bola, ultrapassando inimigo atrás de inimigo até desferir o golpe final. Estava a ouvir o relato na Rádio 5 (quem não conhece, que ouça um relato do Porto nesta rádio, é lindo!) e o caríssimo Edmundo Lisboa, chamou-lhe "isto é um beijo, um beijo de língua de Brahimi". A 2ª parte só teve o sentido da baliza do Estoril, o Porto massacrou, fustigou a defesa amarela sem no entanto conseguir o golo da vantagem, e tanta vontade de atacar fez com que tivéssemos adormecido e permitido ao adversário marcar o 2º golo. A partir daí jogamos mais com o coração do que com a razão mas talvez tenha sido isso que nos permitiu chegar ao golo do empate já no cair do pano. É um resultado amargo, ainda por cima porque tínhamos anulado uma vantagem de 4 pontos que chegamos a ter para o Benfica mas apesar do empate, o pontinho conquistado na Amoreira coloca-nos numa posição em que só dependemos de nós. É imperativo receber o Benfica em Dezembro a 3 pontos ou menos de distância.






Herrera - Mais um grande jogo do mexicano. É um dos mal amados da equipa mas jogo após jogo demonstra em campo toda a sua utilidade. Não é um "tratado" com a bola nos pés, mas é de uma entrega total ao jogo. Correu 12 quilómetros neste jogo, e isso diz tudo da intensidade que o Herrera coloca em campo. É merecidamente, um dos indiscutíveis do Lopetegui.

Brahimi - Mais um bom jogo, mais um bom golo. Começam a faltar adjectivos para qualificar as exibições do argelino. Tem espalhado magia em todos os campos por onde tem passado e a Amoreira não foi excepção. Este sim, é um tratado com a bola nos pés, o que lhe permitiu mais uma vez "derreter" 2 defesas antes de marcar o golo. O seu futebol perfumado não tem passado despercebido por essa Europa fora, felizmente para ele, infelizmente para o Porto.

Quaresma - A bancada e o banco fizeram-lhe maravilhas. Está muito menos agarrado à bola e muito mais um jogador de equipa. As jogadas nem sempre lhe saíram bem mas a entrega ao jogo e à equipa merecem destaque. 

Tozé (Estoril) - Ainda bem que foi ele a marcar o pénalti. Fez o que lhe competia, marcou e calou muitas bocas que vêm nos jogadores emprestados, aliados infiltrados no território inimigo com o intuito da favorecer a equipa mãe. Diz-se que levou uns "cachaços" no túnel para os balneários, e a ser verdade, é uma atitude lamentável até porque Tozé se não está no Porto, não é por culpa dele.






Fabiano - Uma exibição sem mácula até ter cometido o pénalti. Um erro infantil, daqueles que só deveriam ser cometidos até aos juniores, Foi anjinho e cometeu o penalti mais clássico do futebol moderno entregando o ouro ao bandido.

Adrián - Um enigma. O espanhol parece triste, desorientado. Faz-me lembrar o Mariano González antes de ir à psicóloga. Não está em causa o que ele custou mas o seu próprio valor como jogador. Contei pelo menos 5 toques de calcanhar, todos eles sem resultados práticos. Não sei se isto é confiança a mais ou falta dela mas o que é certo é que ex-Atlético está completamente apático. Não marca, não ganha um lance de cabeça, está totalmente e constantemente desligado do jogo. Ainda não o é, mas pode-se tornar num problema bicudo, difícil de resolver.























quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Athletic de Bilbao 0 vs FC Porto 2 - 05.11.2014 - Liga dos Campeões

Olá oitavos!

Comecemos por falar da situação mais preocupante do jogo... o pénalti (mal assinalado a meu ver) falhado. Não sou psicólogo nem tenho pretensões de o ser mas questiono-me até que ponto é benéfico para o Jackson esta insistência na marcação das grandes (pequenas) penalidades. O colombiano tem inúmeras qualidades, como foi o exemplo do grande jogo que fez hoje, é um dos grandes pontas de lança mundiais mas decididamente não é um marcador do castigo máximo. E é aqui que entra a psicologia porque não me parece que esta continua e insistente escolha resulte de uma forma prática. Hoje não foi preciso o pénalti para vencer, mas como é do conhecimento geral, historicamente têm-se perdido campeonatos e taças à custa deste pormenor, que devido à sua especificidade, deveria ser tratado da forma mais minuciosa possível. Fico ansiosamente a aguardar novidades sobre este tema.

O Estádio de San Mamés é conhecido por ser um autêntico inferno para os adversários, daí que nos tenha dado, a nós Portistas, um enorme prazer ter silenciado os quase 40.000 Bascos presentes nas bancadas. Previa-se uma entrada a todo o gás por parte do Bilbao, já que o seu futuro na Champions dependia deste jogo mas essa mesma raça não entrou em campo hoje. O Porto faltou ao respeito ao seu anfitrião e impôs o seu jogo desde o 1º minuto, pressionou alto, trocou muita bola e chegou com perigo à baliza adversária. O pénalti a ser concretizado no final da 1ª parte seria um excelente tónico para aguentar a previsível cavalgada basca na 2ª parte. Os deuses foram justos para a equipa espanhola e o nulo ao intervalo claramente penalizava o Porto, porque foi sempre melhor que o Bilbao. A 2ª parte começa com o Bilbao a querer encostar o Porto às cordas mas esse querer não passou da vontade porque o 1º golo azul e branco marcado pelo (inevitável) Jackson acabou por gelar o San Mamés. Os Deuses que decidiram desviar o pénalti do Jackson para a barra foram os mesmos que fizeram o Fabiano defender com os olhos o remate de cabeça ao poste do Guillermo Fernández. Foi talvez a única grande oportunidade de golo para os espanhóis já que a partir desse momento jogaram o que o Porto deixou, a equipa portuguesa voltou a "assentar" o seu jogo e nunca mais permitiu que a baliza do Fabiano estivesse em perigo. O 2º golo do Porto acaba por chegar naturalmente por Brahimi, embora não fosse expectável que fosse através de uma falha clamorosa do guarda-redes Iraizoz e o jogo acaba a partir daí, ainda havendo tempo para uns "Olés" por parte dos 1500 portistas que viajaram até ao País Basco. Foi para mim o jogo mais conseguido do Porto, o mais equilibrado, o tal jogo que todos os Portistas precisavam para finalmente acreditar neste treinador e nesta equipa e perceber que temos um plantel fortíssimo capaz de ganhar muita coisa nos próximos tempos.

Adeus fase de grupos, olá oitavos. O Porto está na fase a eliminar da maior prova europeia de clubes, faltando saber se acabamos em 1º ou 2º lugar no nosso grupo. Antes desta fase começar e logo após o sorteio, a opinião generalista era que o grupo do Porto era acessível. Uma verdade, embora num passado bem recente, tenhamos sido eliminados à custa de grupos teoricamente acessíveis como este. É inegável que o sorteio nos foi favorável mas como alguém disse um dia "A sorte dá muito trabalho!"







Brahimi - O melhor em campo e talvez o melhor do Porto esta época, ou vendo as coisas de outra forma, o jogador mais excitante desde que o Hulk saiu para o Zenit. Já o disse anteriormente, é um jogador que em muita coisa me faz lembrar o Deco e este talvez seja o maior elogio que possa fazer ao Argelino. Se o Brahimi tivesse um azar e não jogasse mais esta época, penso que mesmo assim seria impossível segurá-lo no final da época. Preocupo-me se a jogar a este ritmo, não sairá já neste mercado de inverno. O Argelino é um World Class Player e embora me custe dizê-lo, é um jogador para outros vôos. Hoje fez mais um grande jogo, com pormenores deliciosos, capaz de fintar meia equipa adversária dentro de uma cabine telefónica e mesmo assim sair com a bola controlada. É um mimo vê-lo jogar e a pergunta que se deve fazer é, o que fazia este menino no 15º classificado da anterior liga espanhola?

Jackson - É um grande jogador, um enorme ponta-de-lança, daqueles que chegam cá e nunca mais deveriam sair. Joga e trabalha como ninguém em prol da equipa, dá o litro, o corpo, sempre em função do colectivo. Hoje voltou a ser assim e nem o pénalti falhado apaga uma exibição tremenda. Marcou mais um golo pleno de oportunidade em mais uma jogada desconcertante do Brahimi.

Casemiro - Está cada vez menos 8 e mais 6. Fez o melhor jogo desde que chegou ao Porto, foi menos faltoso do que é hábito e fez inúmeros cortes. Ainda não tem a capacidade física e táctica para dobrar os centrais mas está a subir gradualmente de rendimento. Vénias ao trabalho especifico de treino que tem sido feito com o brasileiro.

Toda a Defesa - Toda a defesa, incluindo o Fabiano estiveram a alto nível.