Pragmático QB

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terça-feira, 20 de dezembro de 2016

FC Porto 2 vs Chaves 1 - 19.12.2016 - Liga Portuguesa

Mesmo não o sendo, tivemos a raça de campeão.

Mais de um mês depois, volto a escrever. Tinha-o feito pela última vez depois do malogrado empate com os vermelhos e volto a fazê-lo hoje. Passaram 8 jogos, ganhamos 4 deles e empatamos outros 4. Neste período senti vontade de escrever mas não o fiz por uma ou outra razão. Tive vontade de escrever nos 5-0 ao campeão inglês, tive vontade de escrever nos 0-4 ao Feirense, tive uma enorme vontade de escrever quando o Kelvin renasceu no corpo do Rui Pedro, mas também senti uma enorme vontade de desabafar nos frustrantes empates com o Belenenses, Copenhaga e principalmente no afastamento da Taça de Portugal, aos pés deste mesmo Chaves.


Há um facto indesmentível e inquestionável, este Chaves fez muito mais no Dragão em 90 minutos do que por exemplo o Benfas nas últimas visitas à Invicta. Foram chatos, foram manhosos, foram perigosos, foram tudo o que a maior parte das equipas portuguesas não consegue ser quando pisa o belo tapete verde do Dragão. Foi preciso um grande Porto, com uma alma e raça quase transcendentais, para foder a puta da boca aos flavienses. Um golo a favor cedo no jogo costuma ser moralizador, a maior parte das vezes um tranquilizador para o que resta da partida, mas um golo sofrido aos 12 minutos pode ter efeitos devastadores. O Porto entrou muito bem no jogo mas aquele piço do Rafa Lopes fez tremer equipa e público, e pôs-nos a correr atrás do prejuízo desde muito cedo no jogo. Uma primeira parte nervosa, um adversário enervante (aquele Assis, era dar-lhe com um gato morto até ele miar), um árbitro que ajudou à festa, foram tudo ingredientes para 45 minutos de pouco futebol e muita luta. Felizmente, a lavagem cerebral ao intervalo foi bem executada e a equipa começou a carregar desde cedo, de uma forma criteriosa, sem recorrer ao facilitismo do futebol desesperado. Um penálti por marcar sobre Maxi, um golo mal anulado, uma bola no poste, um adversário que jogava sempre na fronteira do anti-jogo, indiciavam a forte possibilidade de uma derrota inesperada e exasperante mas 5 minutos à patrão derrubaram um dos adversários mais chatos que me lembro de ver jogar nos jogos em casa. Hoje houve raça. houve alma, houve equipa, houve treinador, houve tudo, o que fez com que eu tivesse assistido a um dos jogos que mais gosto me deu ver esta época. Apesar de um jogo a mais, voltamos a colar no 1º lugar e resta esperar pelo que o nosso rival possa ou não fazer. O nosso está feito, com muito custo, mas siga, 3 pontos.


Danilo - O MVP da partida. Não foi o único que esteve bem esta noite, aliás, custa-me destacar alguém porque entendo que toda a equipa esteve nivelada por cima. Destaco o Senhor Danilo porque fez mais um jogo soberbo, mais um jogo em que espelhou em campo o que todo o adepto pede e exige a um jogador do Futebol Clube do Porto. Recuperou 8 bolas, teve uma eficácia de passe de 94%, marcou um grande golo e foi sempre um guerreiro incansável no meio campo portista. 
Atitude da equipa - É isto que os adeptos querem. Sabemos que não vamos ganhar todos os jogos, mas queremos ver e sentir a equipa lutar por essas mesmas vitórias até cair para o lado. Ninguém no seu juízo perfeito poderia crucificar a equipa depois daquela segunda parte, mesmo que não tivéssemos ganho o jogo porque todo o portista seria obrigado a aceitar que a equipa tinha dado tudo em campo e quando isso acontece, estamos muito mais perto de ganhar jogos. Os campeões fazem-se em jogos como este.


Nervosismo da equipa - O Porto caiu na armadilha do Chaves na primeira parte, principalmente depois do golo. Deixou-se enervar por uma equipa que cedo se percebeu que vinha com uma missão muito bem estudada. Quando o jogo chegou ao intervalo, senti que era impossível ganhar este jogo, fazendo-o como tínhamos feito nos primeiros 45 minutos. A entrega e atitude da equipa na segunda parte foram as mesmas, mas a inteligência e frieza com que encaramos o que faltava jogar foi a solução para arrecadar uma vitória dificílima mas muito saborosa.
Arbitragem - Foi mais do mesmo, que é como quem diz que em caso de dúvida, fode-se o Porto. Tem sido assim desde o início da época e por muita posta de pescada que se vá mandando, não acredito que a tendência vá mudar.