Pragmático QB

Pragmático QB

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

FC Porto 2 vs Chaves 1 - 19.12.2016 - Liga Portuguesa

Mesmo não o sendo, tivemos a raça de campeão.

Mais de um mês depois, volto a escrever. Tinha-o feito pela última vez depois do malogrado empate com os vermelhos e volto a fazê-lo hoje. Passaram 8 jogos, ganhamos 4 deles e empatamos outros 4. Neste período senti vontade de escrever mas não o fiz por uma ou outra razão. Tive vontade de escrever nos 5-0 ao campeão inglês, tive vontade de escrever nos 0-4 ao Feirense, tive uma enorme vontade de escrever quando o Kelvin renasceu no corpo do Rui Pedro, mas também senti uma enorme vontade de desabafar nos frustrantes empates com o Belenenses, Copenhaga e principalmente no afastamento da Taça de Portugal, aos pés deste mesmo Chaves.


Há um facto indesmentível e inquestionável, este Chaves fez muito mais no Dragão em 90 minutos do que por exemplo o Benfas nas últimas visitas à Invicta. Foram chatos, foram manhosos, foram perigosos, foram tudo o que a maior parte das equipas portuguesas não consegue ser quando pisa o belo tapete verde do Dragão. Foi preciso um grande Porto, com uma alma e raça quase transcendentais, para foder a puta da boca aos flavienses. Um golo a favor cedo no jogo costuma ser moralizador, a maior parte das vezes um tranquilizador para o que resta da partida, mas um golo sofrido aos 12 minutos pode ter efeitos devastadores. O Porto entrou muito bem no jogo mas aquele piço do Rafa Lopes fez tremer equipa e público, e pôs-nos a correr atrás do prejuízo desde muito cedo no jogo. Uma primeira parte nervosa, um adversário enervante (aquele Assis, era dar-lhe com um gato morto até ele miar), um árbitro que ajudou à festa, foram tudo ingredientes para 45 minutos de pouco futebol e muita luta. Felizmente, a lavagem cerebral ao intervalo foi bem executada e a equipa começou a carregar desde cedo, de uma forma criteriosa, sem recorrer ao facilitismo do futebol desesperado. Um penálti por marcar sobre Maxi, um golo mal anulado, uma bola no poste, um adversário que jogava sempre na fronteira do anti-jogo, indiciavam a forte possibilidade de uma derrota inesperada e exasperante mas 5 minutos à patrão derrubaram um dos adversários mais chatos que me lembro de ver jogar nos jogos em casa. Hoje houve raça. houve alma, houve equipa, houve treinador, houve tudo, o que fez com que eu tivesse assistido a um dos jogos que mais gosto me deu ver esta época. Apesar de um jogo a mais, voltamos a colar no 1º lugar e resta esperar pelo que o nosso rival possa ou não fazer. O nosso está feito, com muito custo, mas siga, 3 pontos.


Danilo - O MVP da partida. Não foi o único que esteve bem esta noite, aliás, custa-me destacar alguém porque entendo que toda a equipa esteve nivelada por cima. Destaco o Senhor Danilo porque fez mais um jogo soberbo, mais um jogo em que espelhou em campo o que todo o adepto pede e exige a um jogador do Futebol Clube do Porto. Recuperou 8 bolas, teve uma eficácia de passe de 94%, marcou um grande golo e foi sempre um guerreiro incansável no meio campo portista. 
Atitude da equipa - É isto que os adeptos querem. Sabemos que não vamos ganhar todos os jogos, mas queremos ver e sentir a equipa lutar por essas mesmas vitórias até cair para o lado. Ninguém no seu juízo perfeito poderia crucificar a equipa depois daquela segunda parte, mesmo que não tivéssemos ganho o jogo porque todo o portista seria obrigado a aceitar que a equipa tinha dado tudo em campo e quando isso acontece, estamos muito mais perto de ganhar jogos. Os campeões fazem-se em jogos como este.


Nervosismo da equipa - O Porto caiu na armadilha do Chaves na primeira parte, principalmente depois do golo. Deixou-se enervar por uma equipa que cedo se percebeu que vinha com uma missão muito bem estudada. Quando o jogo chegou ao intervalo, senti que era impossível ganhar este jogo, fazendo-o como tínhamos feito nos primeiros 45 minutos. A entrega e atitude da equipa na segunda parte foram as mesmas, mas a inteligência e frieza com que encaramos o que faltava jogar foi a solução para arrecadar uma vitória dificílima mas muito saborosa.
Arbitragem - Foi mais do mesmo, que é como quem diz que em caso de dúvida, fode-se o Porto. Tem sido assim desde o início da época e por muita posta de pescada que se vá mandando, não acredito que a tendência vá mudar.

domingo, 6 de novembro de 2016

FC Porto 1 vs Benfica 1 - 06.11.2016 - Liga Portuguesa

O carrasco Herrera finalizou o que o Nuno iniciou.

Jorge Costa na sua habitual crónica escrita no Jornal OJOGO, dizia hoje que em dias de clássico tudo era diferente, desde a forma como encaravam o estágio, à forma como os empregados do hotel onde a equipa estava reagiam á presença dos jogadores. O antigo capitão classifica como o jogo dos jogos, o maior clássico do futebol português, o jogo entre as duas maiores equipas do país.

Eu partilho da mesma opinião, acrescentando ainda que é daqueles jogos que nunca se pode perder, sendo o empate um resultado positivo unicamente em ocasiões muito especiais. As visitas do nosso rival à Invicta, devem começar a ser jogadas logo após o autocarro vermelho passar a fronteira de Coimbra, devendo continuar com a pressão no hotel, culminado com a batalha das 4 linhas. Não sei se ainda o fazem, mas era habitual a equipa vermelha pernoitar num hotel em Gaia relativamente perto do local onde vivo e lembro-me perfeitamente de um ano em que colocaram uma tarja em frente ao hotel que dizia "Ides Sofrer Como Cães", essa época foi a última em que fomos campeões, e o jogo foi ganho à pàla do Kelvin. Coincidências.

Esta semana muito se falou e escreveu sobre a célebre frase de Pedroto que dizia que "Enquanto fomos bons rapazes, fomos sempre comidos". Eu, mais uma vez partilho da opinião de grande parte da nação portista, que chegou a altura de dizer BASTA, chegou a altura de fazermos jus à fama que temos de "Feios, Porcos e Maus".

Sobre o jogo de hoje, há um facto inquestionável, a equipa terá feito um dos melhores jogos da temporada, embora o resultado nem pouco, mais, ou menos, tenho sido positivo e o que todos os portistas desejariam. Faz-me lembrar a velha máxima sportinguista, "Jogaram como nunca, perderam como sempre". Provamos um pouco do sabor amargo de sofrer um golo nos descontos, embora as comparações com o golo aos 92' do Kelvin não façam qualquer sentido, dado o que um e outro jogo significaram.

O Porto entrou muito forte no jogo, pressionou alto, recuperava rapidamente a bola, criava perigo, não deixava o Benfica rematar à baliza de Casillas e o empate ao intervalo não traduzia o que se tinha passado em campo durante os primeiros 45 minutos. Esmiuçando os números da 1º parte, facilmente se percebe que só uma equipa poderia estar em vantagem, o Porto goleava na posse de bola (61-39%), nos remates (9-5) e principalmente nos remates enquadrados à baliza (5-0). O Porto estava a perder uma excelente oportunidade de estar a ganhar com alguma facilidade ao rival. A 2ª parte começa praticamente da mesma forma, com a diferença do golo do Benfiquista Jota, que finalmente dava alguma justiça ao marcador e quando se pensava que a equipa partiria em definitivo para uma vitória categórica, Nuno primeiro com as substituições de marcha atrás e Herrera depois com uma intervenção no jogo suicida, provocaram um empate muito difícil de digerir.

O Porto perdeu uma excelente oportunidade de encostar no primeiro classificado, já o tinha feito com o empate em Setúbal e manteve a mesma fórmula com o empate de hoje. A juventude explica alguma coisa, a ineficácia explica alguma coisa, a aselhice explica alguma coisa e Nuno pode explicar o resto e o resto para mim é porque é que estando em vantagem, nos custa tanto matar os jogos. A mentalidade de equipa pequena que se agarra ao 1-0 parece não abandonar a equipa e Nuno tem culpa directa nisso.

Nota de destaque: Esta crónica é feita algo a quente, por isso é normal que me esqueça de alguma coisa, ou que não veja e entenda o jogo como realmente aconteceu.



Felipe - O MVP da partida. Acho que já restam poucas dúvidas, estamos perante um centralão. O brasileiro fez mais um grande jogo, limpou tudo pelo ar e pela terra. Continua a ter alguma dificuldade em sair a jogar, mas isso resolve-se facilmente, basta passar a bola ao Danilo. Já o disse e repito, não me admirava nada se daqui a relativamente pouco tempo, a braçadeira estiver no braço deste menino. No lance do golo estava a cobrir a zona como é habitual e não tem culpas directas no lance.
Marcano - Mais uma grande exibição. Ao ver esta dupla de centrais a jogar percebe-se facilmente o porquê de apenas termos sofridos 5 golos no campeonato. Não tão exuberante como o Felipe mas igualmente eficaz. No golo sofrido estava a marcar Mitroglou, por isso está também isento de culpas.
Danilo - Apesar do golo do empate ter acontecido na sua zona de acção, isso não apaga uma grande exibição. Comandou as tropas, foi o patrão do meio campo e ainda teve tempo recuperar 11 vezes a bola.
Alex Teles - Um dos melhores jogos do brasileiro. É um jogador que normalmente não deslumbra mas cumpre sempre, seja a defender ou a atacar. Depois da saída do outro Alex, o Sandro, parece que mais uma vez acertamos no lado esquerdo da defesa, ainda por cima porque só tem 23 anos.
Óliver - Que mimo que é ver este puto jogar, mesmo quando faz aquelas rotundazinhas, não deixando ninguém tirar-lhe a bola. É um dos indiscutíveis de Nuno, já o era com Lopetegui e os 20 milhões por um puto de 21 anos cheio de potencial, parecem-me um valor justo a pagar.
Nuno Espírito Santo (+/-) - Não costumo gostar de surpresas nos onzes iniciais, principalmente nestes jogos decisivos mas a verdade é que hoje o Mister me surpreendeu pela positiva, a titularidade mais que merecida de Corona em vez do desequilibrado Herrera pareceu-me uma decisão óbvia de alguém que tem os tomates no sitio. Nota 10 para Nuno. O pior veio depois do golo marcado, Nuno fez sempre substituições de marcha atrás, entregou o comando do jogo ao Benfica mas mesmo assim, nada fazia prever a paragem cerebral (mais uma) do Herrera. Nota 5 para Nuno. O treinador foi audacioso na hora de escolher o melhor onze para o jogo, mas foi temeroso depois de se ver em vantagem.
Casillas - Aposto que nem o espanhol contaria com uma noite tão tranquila mas a verdade é que Casillas teve seguramente um dos jogos mais fáceis da carreira. Fez pouco e o pouco que fez, fez bem. Uma grande defesa a remate de Samaris e um punhado de pequenas mas boas intervenções resumem o jogo do nosso redes esta noite.
Diogo Jota - Benfiquista ou não, pouco interessa nestas ocasiões, marcou o único golo da equipa, festejou como se fosse azul desde pequenino e foi sempre uma constante ameaça à baliza de Ederson. Ou é o André ou o Jota a resolver, por isso estamos muito bem servidos com esta canalha na frente.


Herrera - O mexicano não andava a fazer jogos muitos famosos e foi relegado para o banco com alguma naturalidade. Herrera é o patinho feio da equipa e já não é de agora, desconfio que sempre o foi desde que chegou ao Porto mas a verdade é Paulo Fonseca, Lopetegui, Peseiro e agora o Nuno, simpatizam com ele e vêm nele um jogador crucial na equipa, ao ponto de o elegerem capitão. Sou fã do Héctor desde a sua chegada mas entendo que depois do que se tem vindo a passar nas últimas semanas e principalmente depois da cagada de hoje, a vida do mexicano na Invicta não se preveja nada pacifica. Hoje esteve 7 minutos em campo e foi decisivo, provocou um canto que nem a diabo lembra e dá espaço e permite ao Horta fazer o cruzamento para o golo. Pior seria difícil. Por outro lado e pondo-me um pouco do lado do jogador, acredito que não vai ser uma noite nada fácil para o mexicano.


quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Club Brugge 1 vs FC Porto 2 18.10.2016 - Liga dos Campeões

A vantagem de uma boa substituição.

A passagem para a próxima fase passava obrigatóriamente por ganhar as duas guerras com o Brugge, e nesse aspecto a primeira batalha foi conquistada. Foi a primeira vez que as duas equipas se defrontaram, apesar do Porto até ontem ter um saldo equilibrado contra equipas belgas, foram 6 vitórias, 2 empates e 6 derrotas, muitos dos quais com o Anderlecht. Depois da derrota do Copenhaga em Inglaterra, a passagem volta a ficar ao nosso alcance, embora o Leicester tenha ficado claramente destacado depois de ter conseguido a 3ª vitória em 3 jogos.

O nosso Mister voltou a escolher a equipa que lhe parece oferecer mais garantias, formando aquela espécie de 4-4-2 híbrido que o Nuno tanto gosta mas continua a não transmitir à equipa aquela força de equipa grande. O Porto tem de se assumir de uma vez por todas como equipa grande que foi, é e será sempre, aconteça o que acontecer, seja em fase de constantes vitórias, ou em épocas de sucessivas derrotas. Faz-me um pouco de espécie defrontar equipas como o Copenhaga ou o Brugge com o rabinho entre as pernas, a entrar em campo à espera do que o jogo lhe dá e não a querer dar ordens e mandar em todos os aspectos da partida.

O Porto ontem entrou a medo e pagou por isso, sofreu um golo cedo no jogo e não fosse a relativa rápida reacção e estaríamos neste momento a falar e escrever de um mais que provável afastamento da Liga dos Campeões. O Brugge entrou em campo com 0 pontos, numa situação ligeiramente mais dramática que o Porto, jogava em casa e como tal fez a única coisa que tinha a fazer, entrou forte no jogo e marcou cedo, recuou e tentou aproveitar o contra-ataque para marcar o 2º golo e quase matar o jogo. O Porto felizmente e ao contrário do que tinha sido hábito em alguns jogos anteriores, reagiu cedo, tomou conta do jogo e as oportunidades foram surgindo a partir sensivelmente dos 20 minutos de jogo. A segunda parte é totalmente dominada pelo Porto e posso dizer o Mister desta vez tem nota máxima nas substituições efectuadas, Brahimi e Corona em vez do apagado Jota e do confuso Herrera, deram à equipa a dinâmica necessária para destroçar a defesa belga. Os 2 golos surgiram por jogadores que iniciaram a partida mas foram as mexidas na equipa que embalaram a equipa para uma vitória mais suada do que era esperado, mas totalmente e inequivocamente justa. Nota positiva para a 3ª remontada da época.

Ganhar foi muito importante mas a equipa tem de dar continuidade às vitórias na 2ª volta da fase de grupos, receber e ganhar ao Brugge terá de ser tão natural como obrigatório. O 1º lugar do grupo, embora possível, parece-me um objectivo um pouco complicado de conseguir, fruto dos 5 pontos de vantagem que o Leicester tem, por isso é importante a equipa inglesa retirar pontos ao Copenhaga no próximo jogo do grupo.


Otávio - O MVP da partida. O pequeno mágico continua a fazer jus ao titulo de melhor jogador do Porto esta época. Foi mais uma vez um autêntico desequilibrador, esteve nos melhores momentos da equipa, fez o passe para o balázio do Layún e saiu cedo do jogo completamente estourado. Esteve perto de marcar num remate que rasou o poste e que poderia ter sido o inicio da remontada.
Marcano - Voltamos a ter o Marcano da época de estreia, um defesa central autoritário, rápido, eficaz nas dobras ao defesa esquerdo, perigoso no ataque e que quase sempre resolve bem e não inventa na defesa. Tem formado com Felipe uma dupla de respeito embora neste momento que pareça ligeiramente acima do seu colega de sector.
Corona & Brahimi - As substituições são sempre feitas com o intuito de melhorar algo na equipa, seja defensivamente, ofensivamente ou um misto das duas. Corona e Brahimi foram duas cartadas de génio, porque na altura que entraram a equipa já estava por cima mas faltava-lhe aquele rasgo individual para fazer tombar o muro belga. Brahimi começou logo a mostrar serviço com uma entrada em jogo moralizada e com as suas habituais fintas em cima de uma moeda de 2€, teve um remate perigoso e uma disponibilidade total nos 30 minutos que esteve em campo e Corona apesar de teoricamente ter entrado para a faixa, descaia muito para o centro no apoio ao André. O mexicano sacou um penalti, numa jogada de finta curta que matou o defesa belga.
Layún - Tem culpa directa no golo belga depois de se ter deixado comer que nem um menino mas não se deixou abater e foi o constante e habitual jogador que conhecemos. Sempre a apoiar o ataque, entrega total ao jogo e um remate de fora da área que só parou nas redes defendidas por Butelle.
Reacção ao golo - Um golo sofrido aos 12 minutos pode mexer negativamente com a equipa mas não foi isso que aconteceu. O Porto nunca entrou em histerismos, fez o seu jogo, esperou pelo momento e foi recompensado por isso.
André Silva - Esforçado como é normal, mas não teve uma noite particularmente feliz a par de Jota. Foi frio ao contrário do que os seus 20 anos poderiam permitir e marcou um penalti sem espinhas nos descontos.


Jota - Depois do hat-trick na Madeira, espera-se sempre mais e melhor do Diogo, até porque percebemos que o seu potencial é enorme mas ontem não foi a sua noite. Completamente engolido pela defesa belga, não teve um lance digno de registo e a sua saída foi mais que natural.
Herrera - Já mais que uma vez que escrevi que o mexicano é o 8 e 80 do plantel. Ontem foi o 8, lento, trapalhão, a falhar passes. Esteve relativamente bem no capitulo do remate mas ainda assim não teve a sorte de marcar. Tal como Jota, saiu naturalmente e os 2 golos portistas surgiram depois disso.
Entrar a perder - O Porto tem de parar com esta merda, somos uma equipa grande em Portugal e na Europa, e temos de uma vez por todas de assumir os jogos e entrar em campo como predador e não presa.

domingo, 2 de outubro de 2016

Nacional 0 vs FC Porto 4 - 01.10.2016 - Liga Portuguesa

Quatro murros na Choupana.

A Choupana em particular e a Ilha da Madeira no geral, são locais habitualmente difíceis de ultrapassar pelo maior clube do mundo, embora a tendência de vitória do Porto em casa do Nacional se tenha vindo a acentuar nos últimos 10 jogos, com 8 triunfos, contra 1 vitória do madeirenses e 1 empate. Marcano afirmou durante a semana, que era crucial "dar um murro na mesa", e pelos vistos toda a equipa encarnou esse espirito porque fez um jogo sério desde o apito inicial do árbitro.

Nuno Espírito Santo fez alinhar novamente um onze diferente do jogo anterior, tem sido sempre assim desde o inicio da época e por isso a novidade será que acontecer uma repetição. Semana após semana, jogo após jogo, as experiências tem sido feitas pelo NES como se ainda estivéssemos em plena pré-época e parece que finalmente acertou. Diogo Jota e André Silva revelaram um entendimento bastante assinalavel para um dupla que fazia a sua estreia a titular esta época. O Porto executou na Madeira o que NES anda a apregoar praticamente desde o inicio da época e o resultado foi um jogo muito bem conseguido, muito possivelmente o mais equilibrado dos 11 disputados esta temporada.

O Porto finalmente passou das palavras aos actos, entrou a matar na partida, marcou cedo, controlou o jogo, foi calma e merecidamente ampliando o resultado e não permitiu aos insulares qualquer tipo de veleidades. Casillas teve uma noite estranhamente tranquila e disseram-me que chegou mesmo a perguntar ao banco se o jogo estaria mesmo a ser disputado na Madeira, na malograda Ilha Maldita. Uma defesa sólida, um meio campo criativo e com enorme rotação e um ataque eficaz como nunca, dizimaram por completo uma equipa que se limitava a rematar de longe, e que conseguiu o seu remate mais perigoso quase no final do jogo.

Danilo (25) e Herrera (26), mas principalmente André Silva (20 anos), Jota (19), Óliver (21), Otávio (21), revelam uma equipa indubitavelmente jovem por um lado, inexperiente por outro, mas os dados estão lançados e o futuro pode muito bem ser sustentado a partir desta base de jovens jogadores.


Diogo Jota -  O MVP da partida. 3 golos na primeira parte, 3 golos em 35 minutos. Uma estreia a titular absolutamente soberba. Jota foi em meia parte, o que Adrian e Deproite não conseguiram ser desde o início da época. Demonstrou um excelente entendimento com o André Silva, foi de uma eficácia pornográfica em frente à baliza, e deixou no ar a ideia que o lugar será seu nos próximos jogos sem grande discussão.
André Silva - Um golo à ponta de lança, uma assistência para golo, uma entrega total ao jogo e meia dúzia de lances mal executados, esta foi a noite do nosso menino na Choupana. Para o André deixo um conselho, que peque no jogo de ontem e aprenda alguma coisa ao ver os golos do Jota e a forma fria e eficaz como o colega de equipa os executou.
Óliver & Danilo - 2 jogadores que se completaram praticamente na perfeição e que deram a ideia de jogarem juntos desde sempre. Danilo parece estar a subir gradualmente de forma e a equipa ganha outra amplitude porque permite soltar os restante médios para tarefas mais atacantes. Óliver revelou um muito melhor entrosamento com a equipa e foi aquele box-to-box que a equipa precisa e que os adeptos desejam.
Felipe - Mais um jogo extraordinário. Fez inúmeros cortes, dobrou colegas e tentou a sua sorte nos lances de bola parada mas continua a não tomar as melhores decisões quando tem que sair para o ataque. Tem de refrear a forma como entra em todas as disputas, porque nem sempre tem de ganhar todos os lances divididos.
Marcar cedo - É incrível a tranquilidade que dá a uma equipa já de si intranquila, marcar um golo cedo. O Porto entrou muito bem no jogo e cedo se percebeu ao que vinha e que não iria esperar pelos últimos 20/25 minutos para começar a jogar à bola. O golo de Jota aos 11 minutos permitiu desmontar a táctica defensiva de Manuel Machado e procurar o ampliar da vantagem com calma e critério. Os golos foram surgindo naturalmente, a equipa baixou naturalmente o ritmo na 2ª parte, e as substituições permitiram gerir o jogo sem grandes sobressaltos.


Nada de assinalável a registar - Não há jogos perfeitos mas há jogos que mesmo não sendo brilhantes, conseguem ser muito bem conseguidos. A equipa do Porto não foi perfeita mas nunca deixou que o resultado e a vitória estivessem em risco. A nível individual não houve nenhum jogador que se destacasse de forma negativa.

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Leicester 1 vs FC Porto 0 - 27.09.2016 - Liga dos Campeões

Quando adormeces e chegas atrasado ao trabalho.

Há coisas que nunca mudam, tipo o Slimani ter uma apetência criminosa para nos marcar golos (7 em 9 jogos, pior só o Lima com 9 golos em 18 jogos) e tipo nunca ganharmos em Inglaterra. Com a derrota em Leicester, o histórico de confrontos em Inglaterra continua pornográfico, porque em 18 jogos somamos 16 derrotas e apenas 2 empates, curiosamente em 2 jogos contra o meu Manchester United, um deles épico, num dos momentos mais felizes da minha vida. Leicester, Manchester United e City, Chelsea, Newcastle, Tottenham, Arsenal e mais algumas, já todos nos fizeram cair, com mais ou menos estrondo.

Vi alguns jogos do Leicester esta época e na época passada, principalmente a partir do momento em que passaram para a liderança da Premier League e o sonho começou-se a tornar em realidade. O futebol da equipa comandada por Ranieri é tão simples e básico, que chega a ser incompreensível a forma como ganham e ganharam tantos jogos. Vardy e na maior parte das vezes Okazaki massacraram defesas inteiras durante toda a época passada mas Ranieri foi ambicioso e quis algo mais na frente de ataque, quis um jogador semelhante a Vardy, que fosse rápido, que fosse chato e pressionante, que corresse durante 90 minutos, e que principalmente marcasse golos e conseguiu isso tudo com a compra de Slimani. 

O jogo de ontem conseguiu aliar futebol inglês à moda antiga e futebol italiano no seu estado puro. O Leicester entrou forte, usou e abusou do futebol aéreo, quer através de cantos, livres ou lançamentos laterais, e depois de chegar à vantagem, recuou toda a equipa e tentou jogar em contra-ataque, sempre com os 2 panzers na frente preparados para fazer estragos. O Porto acordou tarde e se é certo que merecíamos melhor sorte, não podemos estar sempre à espera dos 20/25 minutos finais para tentar ganhar jogos. Discordando do Nuno mais uma vez, acho que a eficácia ou falta dela não deve ser chamada para esta equação.



Otávio - O MVP da partida. O pequeno Deco voltou a fazer um grande jogo e foi dos poucos que conseguiu fazer mossa na defesa inglesa. Dribles, passes e uma entrega total ao jogo mereciam mais sorte e mais acompanhamento por parte da restante equipa. Sofreu uma entrada durissima mas nem isso lhe retirou a vontade de ajudar.
Danilo - Um bicho no meio dos bichos azuis. Esteve um pouco por todo o lado, compensou laterais, recuperou bolas, saiu a jogar. Foi o Danilo dos melhores momentos da época passada.
Substituições - Nuno fez as 3 substituições e acertou em cada uma delas. Diogo Jota, Corona e principalmente Herrera entraram muito bem no jogo. Diogo Jota foi rematador, Corona teve nos pés a nossa melhor oportunidade no jogo, e Herrera organizou o meio campo, empurrou a equipa para a frente e foi um dos principais causadores da superioridade portista no final do jogo.


Arbitragem - O boi do árbitro turco, que já conheço de outros jogos europeus, tal como é seu hábito, conseguiu ser um dos maiores protagonistas do jogo. Várias decisões erradas, algumas delas incompreensíveis, foram uma forte ajuda para que o Porto não conseguir dar a volta ao golo de Slimani aos 20 minutos. Não deixar o Porto marcar um canto aos 45 minutos da 1ª parte, perdoar uma expulsão a um jogador do Leicester, assinalar mão na bola em todas as situações contra o Porto, transformar um claro penalti a nosso favor numa falta atacante inexistente foram alguma das obras primas de um árbitro que cedo se percebeu, iria ser o 12º jogador inglês. 
Querer entrar com o comboio em andamento - O Porto do jogo com o Copenhaga, Tondela e Leicester, faz-me lembrar um trabalhador que certo dia adormeceu, chegou duas horas atrasadas ao trabalho e quando chegou o momento de sair do emprego e voltar a casa, percebeu que não tinha completado todas as suas tarefas diárias. O Porto ontem foi esse mesmo trabalhador que adormeceu e chegou atrasado ao trabalho, e quando o cabrão do turco Cüneyt Çakir apitou para voltar a casa, percebeu que já não tinha tempo para dar a volta ao resultado. O Porto de Nuno Espírito Santo joga muito pouco (haters, querem começar a falar sobre o futebol do Lopetegui ou esperamos por mais alguns empates e derrotas?) e se para além disso, também chega atrasado aos jogos, está tudo fodido. Raça, Empenho, Vontade e Querer Ganhar são tudo características importantes para se ganhar jogos e canecos mas se só te serves delas a 20 minutos do fim, ou se não consegues praticar um futebol minimamente atractivo, vais ter muitos problemas durante a época.
Brahimi & Deproite - Compreendo que não podes convocar um jogador só porque normalmente eles faz grandes jogo na Europa mas deixar Brahimi na bancada foi claramente um erro do casting. O argelino nas 2 épocas anteriores foi várias vezes acusado de só jogar bem nos jogos europeus, e apesar de ser uma afirmação muito discutível, a verdade é que Brahimi por uma razão ou outra se agiganta na Liga dos Campeões, não aproveitar esse facto, é não aproveitar o melhor que o plantel tem para te dar. Se Depoitre não serve para entrar na 2ª parte, numa altura em que estás a perder por 1-0 e precisas de presença na área para deitar abaixo roupeiros como o Huth e o Morgan, então vai entrar em que tipo de jogo?

domingo, 25 de setembro de 2016

FC Porto 3 vs Boavista 1 - 23.09.2016 - Liga Portuguesa

A 2ª remontada da época.

Foi 133º dérbi da Invicta entre Dragões a Axadrezados a contar para todas as competições nacionais e seguramente um daqueles jogos que não deixará grandes saudades. O Porto tem um histórico em casa claramente favorável, com 55 vitórias em 68 jogos, bem diferente dos jogos no Bessa, onde o equilibrio sempre foi um factor dominante.

O jogo da passada 6ª feira foi de certa forma emocionante, embora longe das batalhas intensivas da década de 90, principalmente quando as partidas se disputavam no Bessa. O Porto voltou a fazer um jogo fraco, na linha do que tem sido a época 2016/17, com alguns sinais de raça e vontade de ganhar após sofrermos um golo madrugador. Nuno voltou a fazer entrar um onze diferente do jogo anterior, voltou a jogar em 4-4-2 e lembrei-me do que se ia dizendo na época passada por esta altura, de Lopetegui a da sua exagerada rotatividade. Continua também o azar com as equipas de arbitragem que nos tem calhado em rifa porque mais uma vez e como tem sido um infeliz hábito, fomos claramente prejudicados.


André Silva - O MVP da partida. Depois de 5 jogos em branco e muitas criticas, o menino voltou a marcar e em dose dupla. Foi eficaz no lance do 1º golo e teve a frieza necessária para colocar bem a bola na grande penalidade. Pareceu combinar bem melhor com Adrián do que com Deproite e também achei que não teve tanta necessidade de se desgastar demasiado nas alas porque o espanhol acaba por ser igualmente bom nessas mesmas funções. Continua a tentar sem sucesso o 1vs1 mas acredito que melhore com o tempo, ou pelo contrário, que se dedique ao que é realmente bom. Como curiosidade, dizer que André Silva tem 5 golos no campeonato nas duas épocas que leva de equipa principal, 3 deles ao Boavista.
Otávio - É para mim o jogador mais regular da época. Continua a ser um jogador fundamental na equipa, seja em 4-4-2 ou no habitual 4-3-3. Tem revelado uma aptidão especial para o último passe, característica principal dos verdadeiros 10 e André Silva tem sido o principal beneficiado com isso. Aliou a tudo isto uma disponibilidade física enorme e uma capacidade de luta brutal. Tem sido dos que mais tem sofrido com entradas duras dos adversários e com a respectiva benevolência dos árbitros.
Felipe - Pelo ar, pelo chão e por mar, o central brasileiro limpou tudo o que mexia. Sou fã deste gajo, acho-o um centralão. Continua a pecar nas saídas para o ataque e em alguma dureza por vezes desnecessária, facto negativo no seu futebol e que não me parece que vá melhorar aos 27 anos. De qualquer das formas, fez um jogão que espero que repita com o Vardy e Slimani.
Reacção ao golo -  O golo do Boavista é irregular, nada a fazer ou dizer mas o Porto soube reagir bem ao soco madrugador. Apesar de alguma excessiva troca de bola sem efeitos práticos, o Porto não deixou o Boavista respirar, tirou-lhe a bola e qualquer oportunidade de contra-ataque e foi merecidamente para os balneários em vantagem. 
Herrera - Parece que o Hector percebeu e compreendeu que não estava a jogar puto e que o banco de suplentes era onde devia estar, porque entrou muito bem em campo, sempre a empurrar a equipa para a frente.


Layún - Acho que é a 1ª vez que ponho o mexicano na zona Kralj. Esteve bem a atacar, embora os cruzamentos tenham saído quase sempre mal medidos e foi a defender que esteve fraco. Bukia, o congolês de 21 anos que jogou quase sempre no lado esquerdo do ataque boavisteiro, passou um sem número de vezes pelo Miguel, algumas delas de forma embaraçosa para o Portista. Como faço parte da #TeamLayún, perdoo-lhe este jogo menos conseguido.
2ª parte - Apesar de estarmos a vencer por 2-1 ao intervalo, o Porto não pode encarar toda uma 2ª parte com aquela apatia própria de quem acha que estar a vencer pela margem mínima é suficiente para ganhar o jogo. Não fosse a ajuda preciosa do redes remendado e teríamos certamente uns 10 minutos finais penosos. Neste aspecto, Herrera com a sua entrada em jogo, foi o principal pacificador do futebol portista.
Nuno Espírito Santo - Já vamos em 9 jogos oficiais, 6 para o campeonato e 3 na liga dos campeões, e temo que o futebol praticado pela equipa não vá ser muito diferente do que o apresentado até aqui. Por outro lado, jogar pouco e ganhar sempre, é para o lado que durmo melhor.
Arbitragem - 6º jogo no campeonato, 6ª arbitragem "azarada" que o Porto teve. Nuno Almeida e os seus auxiliares, fizeram mais uma arbitragem em que na dúvida prejudicaram os de azul e branco. Tem sido assim desde o início da época e cheira-me que não é com newsletters ou álbuns no Facebook que as coisas melhorarão. 

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Tondela 0 vs FC Porto 0 - 18.09.2016 - Liga Portuguesa

Procura-se goleador, com ou sem experiência.

Um pequeno preâmbulo antes da análise ao jogo de Tondela, para falar do árbitro Hugo Miguel em particular e da arbitragem nos jogos do Porto esta época no geral, em caso de dúvida estamos e pelo que se tem visto continuaremos a estar, sempre a ser prejudicados. Ou são penáltis, ou são foras-de-jogo, ou são faltinhas de merda marcadas contra nós, ou são golos mal anulados, de tudo um pouco tem acontecido sempre a desfavor do Porto. Hoje o Deproite fez-me lembrar de certa forma o Hulk (salvas as devidas distâncias técnicas, físicas, whatever), porque ao mínimo contacto com os adversários, via-lhe ser marcada falta. Hugo Miguel teve uma arbitragem manhosa, condescendente com a dureza do Tondela, que teve o seu ponto alto, ou baixo neste caso, quando interrompeu o jogo para marcar uma falta a favor do Porto quando Adrian Lopez estava isolado e em excelente posição para marcar, supostamente porque estaria em fora-de-jogo.

Ao ver este Tondela jogar é impossível não me lembrar do Boavista dos anos 90, 2/3 flechas na frente, uma equipa muito aguerrida, muito anti-jogo e distribuição de muita porrada, um pouco à imagem do seu treinador Armando Teixeira, conhecido no mundo do futebol como Petit. O Porto tem de certa forma um problema com o Tondela, não sei se será da cor dos equipamentos, ou de outro qualquer motivo mas a verdade é que em 3 jogos com os Beirões, o Porto ganhou unicamente um, numa vitória no Estádio João Cardoso por 0-1 com um coelho da cartola sacado pelo Brahimi aos 28 minutos. De lá para cá, uma derrota e o empate de hoje, o que faz do Tondela um dos adversários mais temidos pelo Porto a nível nacional.

Hoje o jogo começou às 18 horas mas o Porto só apareceu para jogar passados 15 minutos e só percebeu que tinha de marcar por volta dos 75 minutos de jogo, altura em que dispusemos de 2 boas ocasiões de golo por André Silva e outra por Adrian. Foi um jogo complicado, o normal após jornadas europeias (o Sporting que o diga), Nuno fez algumas alterações, claramente para dar sangue novo e frescura à equipa, mas o Porto tinha obrigação de fazer claramente mais. O Mister voltou a usar a fórmula do jogo com o Guimarães, com Deproite e André Silva na frente e Brahimi e Otávio nas alas. Sinceramente é um esquema que me agrada quando se usam extremos mais clássicos, daqueles que tem a tendência para ir à linha e não com as sistemáticas vindas para dentro como faz o Porto. Se Nuno gosta deste esquema, se calhar não é pior ideia apostar em Adrian ao lado de um dos pontas de lança, como se viu com a sua entrada, parece combinar melhor com André Silva, do que o Português com o Belga. Óliver revelou ser uma excelente aposta porque a sua entrada em campo coincidiu com o melhor período do Porto. Hoje sim, Nuno pode falar em falta de eficácia, mas não está isento de culpas deste problema, porque segundo se consta, Aboubakar foi afastado da equipa por vontade do treinador e nem o André, nem Deproite são melhores que o camaronês, e Suk não é inferior a Deproite, com a vantagem que tinha calo de futebol português.Tal como no jogo com o Copenhaga, o Porto não fez um bom jogo, embora desta vez tenha feito mais do que o suficiente para ganhar.

Em 5 jogos, 10 pontos e já 5 pontos perdidos, o que traduz inequivocamente a dificuldade que será a época 2016/17. Os últimos dias do mercado serviram para construir um plantel mais equilibrado mas infelizmente não serviu para desenterrar um matador. McCarthy, Lisandro, Falcao e Jackson, deixaram um legado no clube que deveria ter sido mais respeitado, e por muito que goste de ver um avançado da casa na equipa, não me parece que seja com um miúdo de 20 anos e com um jogador Belga, que duvido que alguém tenha ouvido falar dele antes de vir para o Porto, que poderemos atacar uma época e 3 competições com ambições de ganhar pelo menos 2. A azia de hoje não foi maior porque o Rio Ave do Capucho fez o favor de nos dar duas mãozinhas.


Alex Teles - O MVP da partida. O melhor jogo do defesa brasileiro desde que chegou ao Porto. Uma saúde física impressionante permitiu-lhe fazer inúmeras psicinas não só no seu corredor, como na direita a compensar os seus colegas. Atacou muito e quase sempre bem e demonstrou que também sabe defender.
Óliver - Entrou na 2ª parte e lentamente começou a impôr o seu jogo, benefeciando claramente a equipa com isso. Foi através de alguns dos seus brilhantes passes que o Porto conseguiu as poucas oportunidades de golo.
Casillas -  O espanhol teve pouco trabalho mas isso não impediu de ter uma defesa decisiva aos 72 minutos.


André Silva -  Custa-me estar sempre a bater no menino, ainda por cima porque parte da culpa não é dele mas sim de quem achou que o nosso ponta de lança titular deveria ser um miúdo de 20 anos que está a ser completamente queimado. O André teve 2 excelentes oportunidade de golo e falhou as 2, quando ainda por cima fica a ideia que teria colegas em boa posição para receber o passe mas o que me chateia mais é aquela insistência em armar-se em Ronaldo e ir para cima dos adversários quando está mais que visto que o drible e 1vs1, não são de todo o seu forte. Não marca à 5 jogos, facto que para um ponta-de-lança, não sendo decisivo, começa a ser preocupante.
Ineficácia e falta de poder de fogo -  O primeiro remate à baliza do famoso Cláudio Ramos surge aos 82 minutos, ora bem, já seria um dado estatístico mau para qualquer equipa da primeira liga, o que dizer de um candidato ao titulo. Poucas oportunidades de golo e as que tivemos foram francamente mal finalizadas pelos nossos homens da frente.

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

FC Porto 1 vs FC Copenhaga 1 - 14.09.2016 - Liga dos Campeões

Porto fraco, fraquinho.

Depois da eliminatória categoricamente ganha à Roma, esperava-se no mínimo um Porto capaz de ganhar, mesmo que fosse sem grande "nota artística", a uma equipa como o Copenhaga. Provou-se mais uma vez que não há equipas fáceis, não há adversários menores, e que na maior prova europeia de clubes, tudo é possível. Começo a falhar logo no primeiro jogo o meu prognóstico em relação à fase de grupos, o que faz com que o Porto tenha a obrigação de ir ganhar à Dinamarca.

Não se pode dizer que o Porto entrou bem no jogo, embora conseguíssemos marcar relativamente cedo numa jogada em que a pressão alta, permitiu a Otávio recuperar uma bola à entrada área, desferindo um míssil depois de combinação perfeita com André Silva. O pior veio depois, o Porto entrega a bola ao Copenhaga, que ganha confiança e começa de certa forma a tomar conta do jogo. Os dinamarqueses são claramente uma equipa inferior mas se lhes damos a bola, se lhe permitimos que a troquem entre si, a tendência é que se agigantem. O chuveirinho começou a acontecer, os nossos centrais ganhavam bola sim, bola não, Casillas sentia que não era nada com ele e começava-se a temer o pior. O 1-0 ao intervalo era de certa forma um bom resultado. Esperava-se um Porto melhor na 2ª parte, um Porto avassalador, um Porto capaz de proporcionar uma grande noite europeia amassando o Copenhaga, ou melhor, eu esperava isso tudo e mais alguma coisa. Erro meu, o Porto foi manso, mansinho, quase inofensivo, e acaba por sofrer um golo estranho, já que o desvio de Danilo pareceu baralhar por completo toda a defesa, Casillas incluído. Nem o facto de jogar contra 10 durante 30 minutos, fez com que o resultado se alterasse até final do jogo. A equipa tentou quase sempre mais com o coração do que cabeça e infelizmente não conseguiu uma jogada que permitisse ter uma clara ocasião de golo. O 4-4-2 foi novamente testado mas desta vez sem o sucesso do jogo com o Guimarães.

Custa-me ouvir o Nuno falar em falta de eficácia, quando praticamente não tivemos oportunidades de golo. Aceito que a equipa tenha tido uma noite menos boa e tenha feito um jogo fraco, não aceito que o nosso treinador resuma este empate à falta de eficácia. O Porto não começa da melhor forma uma fase de grupos onde é a par do Leicester, o claro favorito. Segue-se a viagem a Leicester que foi hoje ganhar ao Club Brugge por 0-3, teoricamente a viagem mais complicada da equipa e parece-me que um empate será um bom resultado, uma vitória será brilhante.


Layún - O MVP da partida. Numa equipa muito nivelada por baixo, foi difícil destacar alguém pela positiva. Mais uma vez o defesa mexicano foi incansável  a defender e a atacar e seguramente um dos que mais empurrou  a equipa para a frente.
Otávio - Um grande golo, uma grande intensidade depositada em jogo, um bom par de fintas e pouco mais. 

  
Herrera -  O médio mexicano fez um 8 no jogo de hoje. Herrera é mesmo assim, capaz de ir do 8 ao 80 no espaço de uma semana. Pareceu sempre um jogador cansado, incapaz de rasgar a defesa dinamarquesa, incapaz de galar terreno e comer metros com bola ou sem. Foi menos 1 em campo e esteve demasiado tempo dentro das 4 linhas.
André Silva - Sempre achei que era demasiado cedo para lançar o André às feras desta forma tão vincada e infelizmente o tempo e os jogos confirmam esta ideia. Na ânsia de querer fazer tudo acaba por ter jogos assim, onde faz pouco. 
Casillas - Fiquei com a ideia, e parece que não fui o único, que o espanhol podia fazer mais qualquer coisa no lance do golo sofrido. É o jogador mais velho da equipa, mas fica sempre a ideia pela forma como entra em campo, que é o mais novo e o mais inexperiente.
Excesso de cruzamentos - Cedo se percebeu que as centenas de cruzamentos que o Porto fez iriam bater no muro dinamarquês, e a equipa e treinador não foram capazes de contornar esse factor com um tipo de ataque mais inteligente e esclarecido.

FC Porto 3 vs Guimarães 0 - 10.09.2016 - Liga Portuguesa

A exibição mais segura da época.

Apesar do Afonso Henriques ser uma verdadeira fortaleza para o Guimarães, as estatísticas revelam que as visitas ao Dragão transformam a equipa vitoriana num adversário estranhamente dócil para o seu historial. A última vitória do Guimarães aconteceu em 1996 e o melhor que conseguiram desde daí foi um único empate em 2005. 20 anos em que o Porto venceu quase sempre e no passado sábado, aconteceu a regra e não a excepção.

O Vitória entrou muito bem em campo, talvez aproveitando o facto do 4-4-2 clássico do Porto estar aparentemente pouco oleado mas a verdade é que passados os primeiros 15 minutos, o "perigo" causado pelo Guimarães resumiu-se a meia dúzia de remates de fora da área. Muito vontade, muita raça, boa qualidade técnica com alguns momentos de tiki-taka mas tudo esprimidinho resultou em raros lances de golo na baliza de Casillas.

Nuno experimentou uma nova nuance táctica (adoro esta expressão) com Deproite e André Silva de inicio e com 2 médios nas alas disfarçados de extremos. Enganou-me porque depois de ver o onze inicial fiquei com a ideia de que iríamos usar um 4-4-2 losango com Otávio a 10 à frente do trio clássico de médios. Não desgostei desta forma de jogar, Deproite como facilmente se percebeu, não tem qualquer problema em em lutar contra a defesa contrária e André Silva também não revelou grande défice por de quando em vez ter de recuar no terreno ou descair mais nas alas. André André e Otávio no papel começavam nas alas mas quase sempre vinham para dentro deixando que os corredores fossem percorridos vezes sem conta por Layún e Telles. Foi um bom jogo do Porto, com um resultado gordo, muito por culpa de um Guimarães que nunca quis jogar para o ponto. Tivemos alguma sorte na obtenção dos golos, mas também algum azar numa bola à barra e num golo aparentemente mal anulado.


Óliver - O MVP da partida. É no meio que este puto joga bem, mais à frente ou mais atrás, é no meio que o Óliver brilha. Grande jogo, grande dinâmica, revelou um muito melhor entrosamento e conhecimento da equipa. Acabou por merecer o golo que sem querer marcou. A forma como faz a bola parecer parte dele próprio é soberba. Bravo.
Deproite - E não é que gostei de ver o belga jogar no seu primeiro jogo completo. Tudo o que fez, fez bem, recebe de costas e deixa para um colega, vai a todas as bolas pelo ar e ganha a disputa quase sempre, joga simples e sem rodriguinhos. Só um aspecto que deve rapidamente corrigir, um avançado vive de golos e o belga tem de começar a pensar em ser menos altruísta e começar a fuzilar as balizas adversárias.
Layún - Oh Miguel, não te cansas caralho?! Mais um jogo onde o mexicano encheu o campo e esteve quase sempre nos lances decisivos do jogo. Uma bola na barra, um canto cobrado que resulta no primeiro golo, um cruzamento mortifero que obriga a um auto-golo vitoriano. Um jogador que fala e principalmente joga muito à Porto.
Bolas paradas - Após anos a ver a banda passar, parece que finalmente estamos a aproveitar os muitos cantos e livres de que dispomos em todos os jogos.


Jorge Sousa - O árbitro portuense esteve parado muito tempo devido a lesão e a verdade é que esse facto parece ter causado mossa na forma como ajuizou inúmeros lances. Faltas marcadas ao contrário, faltas que ficaram por marcar ou foram marcadas indevidamente, um golo mal anulado que nem as várias repetições conseguem dar razão ao árbitro. Acabou por não influência no resultado embora tenha feito uma exibição que certamente não deixará saudades.
Cruzamentos vs posse de bola - A maior critica que era feita a Lopetegui a par da famigerada rotatividade, era a excessiva e inconsequente posse de bola da equipa. Nuno parece ter matado esse mesma posse de bola em detrimento de um abusivo número de cruzamentos para a área. Tem sido demasiadas bolas cruzadas pelos laterais para tão pouca presença na área.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Sporting 2 vs FC Porto 1 - 28.08.2016 - Liga Portuguesa

Mãos, Cotovelos e a derrota do costume.

Perder em Alvalade tornou-se um infeliz hábito, com maior incidência na última dezena de anos, já que temos apenas 2 vitórias desde 2006, a última delas em 2008, ano em que fomos a Alvalade ganhar por 2-1 com golos do saudoso Lisandro Lopez e de Bruno Alves e com o golo do Sporting curiosamente a ser apontado pela maça podre. De 2008 para cá, 8 Jogos, 4 Empates e 4 derrotas. Alvalade tem-se tornado numa fortaleza muito complicada de transpor, curiosamente mais complicada do que a Luz onde ganhamos por 4 vezes nos últimos 10 anos. A verdade é que o Porto perdeu e se não é do cu é das calças, senão é das mãos é dos cotovelos, se não é este é o Tiago Martins.

O Porto vinha embalado por um bom inicio de época, sustentado em parte pelas 2 vitórias em 2 jogos no campeonato e por um playoff da Champions duro mas muito bem ultrapassado. Os jogos pós jornadas da Champions costumam ser penosos a nível físico e exibicional mas o Porto entrou em Alvalade pleno de personalidade e confiança. Após os primeiros 5 minutos fiquei com a clara ideia que poderíamos não ganhar mas certamente não iríamos perder, tal a forma desinibida como começamos a partida. O golo de Felipe (mais um na baliza contrária) surgiu naturalmente num livre exemplarmente marcado por Layún mas a vantagem durou pouco porque um quarto de hora depois já a remontada estava concluída. Nuno Espírito Santo voltou a apelar à raça azul e branca mas a equipa do Sporting demonstrou um melhor entrosamento e uma melhor saúde física. A lesão de Corona também não ajudou porque fiquei com a ideia de que iria ser um dos melhores do Porto.

Gostava de falar numa vitória limpinha do Sporting mas ficou sempre a sensação durante todo o jogo que o chavalo Tiago Martins decidiu a favor dos lagartos todos aqueles lances onde poderia existir duvidas. Pelo o que as 2 equipas jogaram, o Sporting foi superior apesar do bom inicio portista, mas em consciência não posso afirmar que tenha sido uma arbitragem isenta de erros.

Nas derrotas temos de tirar obrigatóriamente aspectos positivos, hoje ficou mais uma vez provado que não vamos ganhar os jogos todos, mas tenho a certeza que iremos lutar até ao último minuto.


Felipe - Mais um golo, seu 3º e 2º nas balizas adversárias. Voltou a demonstrar a enorme apetência para os lances de bola parada ofensivos. Teve muito trabalho porque normamente Slimani quis mais a sua companhia do que a de Marcano e como o argelino é muito mais chato que Dzeko, o brasileiro suou mais. Foi limpando quase tudo embora tenha ficado com a ideia que o corte contra o braço (?) de Ruiz pudesse ter sido feito de outra forma.
Danilo - Lentamente volta à sua melhor forma. Em comparação com o Wiliam, nota-se um inferior poder físico mas hoje já esteve melhor do que nos anteriores jogos. Ainda não apareceu a finalizar na área, algo que espero que faça tal como na época passada.
Otávio - O pequeno Deco é um chato do caralho. Nunca desiste de nenhum lance, o que é terrivel para qualquer defesa porque ainda por cima alia a isso uma enorme capacidade técnica. Tentou ajudar o Telles a defender e foi sempre um dos que empurrou a equipa para a frente.
André A. - Penso que foi o seu melhor jogo esta época. O bom inicio da equipa está absolutamente ligado ao bom inicio do André. Poderia ter marcado num belo remate de roçou o poste e foi sempre um transportador de jogo e um lutador enquanto teve pernas para isso.


Defesa Portista - Voltamos a sofrer golos algo estranhos, foi quase sempre assim a época passada e tinha esperanças que parasse de acontecer esta época. Mesmo que o Gelson tenha jogado com a mão (?), é incrível a apatia da equipa após o remate do Bruno César, preocuparam-se mais em pedir falta do que em mandar a bola para o Colombo e mesmo que o Ruiz tenha jogado com a mão (?), fiquei com a ideia que o corte de Felipe poderia ter sido feito de outra forma.
Arbitragem - Não desculpo a derrota com a arbitragem do Tiago Martins, porque achei a vitória do Sporting justa, mas entre mãos e cotovelos (Slimani e Coates), não me lembro de um lance duvidoso onde nos tenha beneficiado.
Herrera - O mexicano é o único jogador da equipa capaz de correr mais de 10 quilómetros de 3 em 3 dias e isso rebenta com o seu rendimento. Hoje esteve bem enquanto houve pulmão, o pior é que o pulmão acabou muito cedo na partida. A sua ida para o lado direito do ataque foi o que faltava para rebentar com o mexicano.
Plantel - Óliver chegou, treinou, foi convocado e entrou ao intervalo para o lugar do lesionado Corona. O Porto precisava de um extremo como Jota como de pão para a boca, porque como rapidamente se percebeu, Óliver não tem essa capacidade, o que obrigou NES a fazer essa troca com Herrera. Tenho saudades de ver um extremo canhoto tipo Rodriguez no plantel.
André Silva - A raça e o esforço do costume mas hoje pareceu-me demasiado agarrado à bola.

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Sorteio da Liga dos Campeões 2016/17

A sorte, ou falta dela, ditou que jogaríamos a fase de grupos desta época instalados no grupo G com a companhia de 3 campeões nacionais, o que faz do nosso Porto a única equipa do grupo que não levantou o caneco no final da temporada anterior. Leicester em Inglaterra, Club Brugge na Bélgica e Copenhaga na Dinamarca são os 3 adversários com quem vamos andar à porrada durante os 6 jogos da fase de grupos. Teoricamente, porque nesta fase pode-se esmiuçar sobre suposições, factos históricos, ideias ou fezadas, somos a par do Leicester, claramente os favoritos a passar à fase seguinte. Acredito numa fase de grupos com uma pontuação final a rondar os 13 pontos.

Começando pelo Leicester, um dos campeões ingleses mais surpreendentes de sempre, senão o mais surpreendente, foi uma equipa que viveu um autêntico conto de fadas. Foi uma daquelas histórias com um guião que só uma ínfima parte da cidade de Leicester acreditaria ter um final feliz mas a verdade é que desde que em finais de Novembro a equipa comanda pelo italiano Ranieri chegou à liderança da Premier League, nunca mais de lá saiu. Gostou da experiência, tomou-lhe o gosto, habituou-se a ver equipas como os 2 gigantes de Manchester, Liverpool, Spurs, Arsenal e Chelsea olharem para cima semana após semana e em Maio de 2016 concluiu com o máximo sucesso uma liga inglesa que a partir de um certo momento, todos os fãs de futebol perceberam para que lado iria cair. O Leicester ganhou a Premier League com uns estrondosos 81 pontos, mais 10 que o 2º classificado Arsenal e com apenas 3 derrotas. Actualmente têm 1 derrota e 1 empate nos 2 jogos disputados no campeonato e ocupam o 97º lugar no Ranking UEFA. O Porto tem um histórico francamente negativo com equipas inglesas, 32 Jogos e 17 Derrotas, embora seja a primeira vez que vai defrontar o Leicester. O meu prognóstico vai para a vitória no Dragão e derrota em Inglaterra.

Club Brugge é o campeão belga, e temos sempre de piar fininho contra campeões. O Porto não se dá propriamente mal com equipas belgas, nos 14 jogos disputados, ganhou 6, empatou 2 e perdeu outros 6. Os confrontos foram na sua maioria com o Anderlecht, embora já tenhamos defrontado o Brugge por duas ocasiões, na longínqua época de 1972/73, ganhando 3-0 nas Antas e perdendo na Bélgica por 3-2, passando assim à próxima fase da Taça UEFA. A última vez que defrontamos equipas belgas foi na vitoriosa campanha da Liga Europa em 2011, quando despachamos o Genk com 3-0 na Bélgica e 4-2 no Dragão. O Club Brugge já disputou 4 jogos para o campeonato belga, tendo 2 vitórias e 2 derrotas e neste momento ocupa o 47º lugar no Ranking UEFA. O meu prognóstico vai para a vitória no Dragão e empate na Bélgica.

O Copenhaga ou FC Kobenhavn, é também o actual campeão dinamarquês, tendo ganho o anterior campeonato com 71 pontos, mais 9 que o 2º classificado, o Sonderjysk. Nas "bulhas" com equipas dinamarquesas, o Porto tem 6 jogos e uma única derrota, curiosamente no primeiro jogo com o Vejle-Kolding em 1981. Daí para cá, empatamos 2 jogos e ganhamos 3, o último dos quais com o Aalborg BK em 1995. O Copenhaga actualmente ocupa o 2º lugar no campeonato, com 4 vitórias e 2 empates nas 6 jornadas disputadas e ocupa o 82º lugar no Ranking UEFA. O meu prognóstico vai para a vitória no Dragão e vitória na Dinamarca.

Se apagarmos por instantes da memória, o facto do Leicester ser o actual campeão da liga mais extraordinária e sedutora do mundo, poderemos dizer sem qualquer tipo de chauvinismo, que somos os favoritos a ganhar este grupo. É fundamental ganhar os 3 jogos em casa e amealhar o maior número de pontos possíveis nos jogos fora. Depois da categórica eliminação da Roma e de ficarmos a conhecer os 3 clubes que calharam na rifa, estou plenamente convicto (mas não cegamente confiante como o Paulinho Fonseca) que passaremos à próxima fase.

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Roma 0 vs FC Porto 3 - 23.08.2016 - Liga dos Campeões



O silêncio Olímpico.

Extraordinário. Hoje tivemos um Porto personalizado como há muito não se via, um Porto corajoso, ambicioso, pragmático, um Porto à Porto, caralho! As grandes noites europeias voltaram em força e verdade seja dita, há muito tempo que os Portistas mereciam um mimo destes. Foi uma vitória surpreendente nos números, muito por culpa de uma Roma, que tal como no Dragão, usou e abusou de entradas assassinas, e o termo terá de ser mesmo este, porque quando vemos um jogador como o Maxi sair lesionado depois de uma falta violenta, significa que a coisa foi mesmo feia. Estamos na Champions, no nosso habitat natural, na competição onde estamos habituados a jogar e isso é um facto saboroso "pra caralho".

Depois da primeira meia hora no Dragão, onde fomos um adversário dócil, meigo e inofensivo, seria difícil entrar no Olímpico de forma pior. Um golo marcado cedo, seja em que circunstância for, é sempre importante, ainda mais quando aterramos em Itália com a obrigatoriedade de marcar pelo menos uma vez. A justiça divina ordenou que o réu da primeira mão, seria um dos grandes salvadores da segunda mão, porque Filipe arrombou o castelo italiano com a primeira bola de fogo e foi o grande defensor da muralha azul e branca. A Roma disparou muito mas felizmente para nós, dois dos tiros fizeram ricochete e acertaram em cheio no coração da equipa italiana, Rossi primeiro e Emerson depois fizeram-nos um enorme favor e encaminharam a equipa para o fosso da Liga Europa. São 3 expulsões italianas na eliminatória, a que se soma mais 6 amarelos, dados reveladores da excessiva dureza que a equipa (des)comandada por Spalletti impôs nos 2 jogos. O Porto aproveitou bem a superioridade numérica, embora se tivesse posto muito a jeito durante os 25 minutos que demorou a matar o jogo depois da Roma passar a jogar com 9. Layún e Corona, foram os autores das 2 machadas fatais nos giallorossi.


Felipe - O MVP da partida. Felipe Augusto de Almeida Monteiro, nome bem português de Portugal, que bem que podia usar só "Monteiro" na camisola, tipo defesa central à moda antiga, ou então "Felipão", tão comum nos camaradas brasileiros. Sem dúvida alguma, o melhor jogo de um moço que veio do Corinthians mas curiosamente nasceu num bairro de São Paulo chamado Tirandentes. Medo. O Felipe e não Filipe, foi um alien, marcou o primeiro golo e limpou tudo o que lhe apareceu à frente, pelo ar, pelo chão e pelo mar e quando acabou o jogo ainda me veio ajudar a limpar a cozinha. Parece-me um autêntico jogador patrão, muito na onda de Jorge Costa e Bruno Alves e sabe Deus a falta que isso tem feito ao Porto.
Layún - O Miguel não sabe jogar mal, seja a titular, seja a jogar 80 ou 8 minutos, é sempre máximo empenho, máxima concentração, máximo comprometimento com a equipa. Um jogador à Porto que deixa tudo em campo, sempre e em qualquer situação. Marcou o golo que matou o jogo, num excelente contra-ataque conduzido e concluído por si.
Casillas - Obrigado Iker por não fazeres nada que te envergonhe. Não teve muito trabalho mas esteve tranquilo e respondeu bem sempre que foi preciso. Teve duas grandes defesas, logo no inicio num remate de Naingollan e principalmente na defesa com os pés a remate de Salah.
Corona -  4 jogos, 2 golos. Foi sempre um jogador que tentou mexer com o jogo fruto da sua enorme capacidade técnica. Marcou o último golo, num disparo de pé esquerdo, depois de rebentar com os rins a Manolas.
Nuno Espírito Santo - O Mister não inventou e fez entrar a melhor equipa com o melhor esquema tático, o nosso 4-3-3 da praxe que nunca envergonha.
Szymon Marciniak - O juiz polaco fez uma arbitragem muito corajosa e revelou ter uns tomates do tamanho de Itália porque embora as expulsões tenham sido mais do que justas, eliminar 2 romanos em pleno estádio olímpico é de muito valor. Vénias.
Adeptos Portistas - 90 minutos a empurrar a equipa. Estádio Olímpico silenciado. Lindo.



A vantagem numérica - O Porto demorou muito a perceber que estava a jogar com mais 2 jogadores e qual a melhor maneira de tirar partido disso. Foi assustadoramente paciente, deixou a Roma crescer bem mais do que devia e passou demasiado tempo a jogar no seu meio campo defensivo. Felizmente matou o jogo em 2 momentos exemplarmente bem conseguidos.
Sérgio Oliveira - O Sérgio é portista de corpo e alma, nota-se que se quer mostrar e evidenciar, ainda por cima com as noticias da possível vinda de Óliver, mas temo que isso não seja suficiente para singrar no Porto. Tal como Varela, não consegue aproveitar as oportunidades que lhe dão. Hoje entra para o lugar de Otávio que tinha amarelo e vê ele próprio o amarelo 1 minuto depois. Não me lembro de ter tomado uma única boa decisão nos 33 minutos que esteve me campo.
Roma - 3 expulsões em 2 jogos, totalmente justas. Spalletti afirmou que se andaram a preparar durante 8 meses para esta eliminatória. A mensagem pelos vistos não passou.

domingo, 21 de agosto de 2016

FC Porto 1 vs Estoril 0 - 20.08.2016 - Liga Portuguesa



A bola só parou de chorar aos 84.

A época 2016/2017 será muito complicada, como é fácil perceber após estes 3 jogos oficiais. O Porto tem uma assustadora falta de soluções, facto que nem com a raça e vontade depositadas hoje em campo, poderá ser suficiente para ganhar jogos. Faltam jogadores de classe no onze, faltam alternativas credíveis e capazes de mexer com o jogo no banco, falta construir um plantel equilibrado e competente em praticamente todos os sectores da equipa. É preocupante ver a não convocação de jogadores como o Aboubakar e o Brahimi, que mesmo fazendo 23 rodopios sobre si mesmo antes de soltar a bola, ou no caso do camaronês, ter uma falta de confiança enorme e precisar de 27 ocasiões para marcar um golo, são jogadores com categoria mais que suficiente para pelo menos entrar na convocatória de cada jogo. Já o disse mais que uma vez, sou um fervoroso adepto portista, não sou sócio, não me interessa saber para onde vão e como são gastos os dinheiros do clube e nesse ponto de vista, não aceito que jogadores de nível fiquem a assistir ao jogo em casa, enquanto outros com menos qualidade vão a jogo. Se é preciso fazer dinheiro, que se faça com as dezenas de excedentários que o clube tem nos seus quadros. E que dizer de Deproite na bancada? A sério Nuno? O belga não tinha lugar no banco em vez de um dos 4 médios que lá estavam? E o Adrián não merecia a titularidade depois das boas indicações que deu com a Roma? Nuno, poupar jogadores para o jogo em Roma? A sério? Prioridades Mister, e a nossa é o campeonato, carga todo na Liga Portuguesa e seja o que Deus quiser na Champions.

Sobre o jogo jogado, algumas notas de destaque. entre as quais dizer que este Estoril joga tão pouco que não ficarei muito surpreendido se em Maio do ano que vem estiverem com a corda na garganta. 11 ataques durante 90 minutos são reveladores de uma estratégia pouco ou nada ambiciosa, a cultura do jogar para o pontinho que se desculpa a equipas pequenas mas não a clubes como o Estoril. Perante este cenário e numa noite em que o Porto esteve claramente desinspirado, foi preciso o melhor assistente da época passada acertar num dos inúmeros cruzamentos que a equipa fez, para o nosso menino André marcar o único golo do jogo. Temo que a raça e capacidade de pressionar os adversários até praticamente à exaustão possa não ser suficiente para ganhar alguma coisa esta época mas também tenho consciência que nem todos os jogos poderão ser ganhos só com nota artística. O Nuno já provou que tem uma equipa de guerreiros, falta provar se os guerreiros também conseguem jogar à bola.


André Silva - O MVP da partida. Marcou o único golo do jogo e por isso é inevitável esta distinção. O André é isto mesmo, um miúdo que vai andar ali a correr que nem um desalmado até cair para o lado e é essa sofreguidão que pode trair o seu discernimento em frente à baliza. Marcou um bom golo, o 3º em 3 jogos oficiais, tem feito o que se pede a um ponta de lança e contra isso, nada a dizer.
Corona - É neste momento e a par de Otávio, o maior desequilibrador da equipa. Nem sempre tem sucesso mas tem  a confiança suficiente para não desistir e repetir a mesma finta que tentou na jogada anterior sem sucesso. 
Bater até furar - A bola hoje foi muito mal tratada por ambas as equipas mas principalmente pelo Porto porque era quem tinha a real obrigação de ganhar. Eu habitualmente jogo às quintas-feiras com amigos e nem naquela hora de jogo a bola leva tanta porrada como aconteceu hoje. O Porto teve o mérito de procurar de todas as formas mas principalmente através de cruzamentos a tal bola dourada na baliza, aconteceu aos 84 minutos num belo cruzamento de Láyun. 
Maxi - Grande jogo, mais um, o uruguaio é o espelho do Porto de Nuno, incansável, imortal, inquebrável, um poço de força. 


Bolas paradas - Livres laterais, 17 cantos e nenhum golo a partir desse lances. Com tantos lances de bola parada, terá de haver uma muito melhor eficácia, ainda por cima depois de andarmos a sofrer tantos golos da mesma forma. Haja treino malta.
Varela - A cada oportunidade que Varela tem, questiono-me o porquê de ele ainda estar no plantel.
Otávio - Quando pensei que o pequeno Deco iria rebentar jogando no meio, teoricamnte a sua posição natural, o brasileiro traiu a minha confiança. Não é que tenha feito um mau jogo, mas esteve bem abaixo do que fez com a Roma e em Vila do Conde, jogos em que jogou a partir da faixa para o meio.
Herrera - Hoje foi uma autêntica nódoa, e daquelas que nem com a lavagem ao intervalo saem. Esteve muito lento, falhou passes, foi tudo aquilo que a massa assobiativa o acusa de ser, mesmo quando não o é. Jogou muito tempo, demasiado.
Banco - Jogo empatado a 0, necessidade absoluta de ganhar e entra André e Sérgio para os lugares de Herrera e Otávio. Preocupante.


quarta-feira, 17 de agosto de 2016

FC Porto 1 vs Roma 1 - 17.08.2016 - Liga dos Campeões

Entrar a medo, sair de fininho.

Fiquei com várias ideias deste jogo e sinceramente espero não me esquecer de nenhuma, porque ao contrário de jogos anteriores em que tirei notas, hoje dediquei-me quase por completo ao visionamento televisivo da partida. Começando pelo onze inicial com a surpresa Adrián "11 milhões" Lopez, o que realmente me preocupou foi olhar para o banco e ver meia dúzia de cadeiras cheias de praticamente nada. Tremi de susto. Outra situação preocupante foi consultar a equipa que a 15 de Abril de 2015, ou seja, a menos de ano e meio, espetou 3-1 ao colosso Bayern de Munique e perceber que somente um jogador foi titular nos 2 jogos, Herrera. Um único jogador em onze. Preocupante.

Casillas. Vou-me já adiantar ao que de negativo se passou e voltar a falar do redes espanhol, e digo unicamente "redes", porque usar a expressão "guarda-redes" com o Iker é de muito mau gosto e não acho que me fique bem. Zlatan, a propósito da compra de Pogba por valores que, segundo muitos opinion makers, seriam pornográficos, afirmou categoricamente que só a venda das suas (do Zlatan, claro) camisolas, pagaria o valor total do Pogba. A verdade é que só na primeira semana, e segundo se consta, as camisolas do sueco renderam 90 milhões de euros. A minha pergunta é.. quantas mais camisolas de Casillas serão precisas vender para se fazer uma vaquinha (ou vacona) para se comprar um verdadeiro guarda-redes? Já o afirmei por inúmeras vezes, nunca fui fã do Casillas no Real Madrid, não fiquei com o "pito aos saltos" quando o compramos e infelizmente o moço nada fez para que eu mudasse de opinião. Aquela atitude de pânico em cada lance que mete bola é constrangedor para mim e acredito que para ele também.

Sobre Nuno, o Espírito Santo, acredito que a ideia fosse genial, mas aquele 4-4-2 com que o Porto entrou em campo, foi completamente atropelado pela equipa romana. Deu a ideia que Nuno quis surpreender Spalletti, mas o italiano com um jogo de cintura melhor e mais apurado, acabou por ser ele próprio a surpreender Nuno. Nuno Herlander tem 143 jogos disputados como treinador principal, Luciano Spalletti tem 547, pode explicar alguma coisa, ou então não explica absolutamente nada, são só dados estatísticos. O Nuno fez-me lembrar o Jesualdo no tempo em que foi o nosso treinador, porque nos jogos grandes teimava sempre em "inventar" qualquer merdinha que na sua generalidade resultava sempre em merdona.

Foi uma primeira meia hora sofrível, não há outra forma de o dizer. Sempre apoiei Lopetegui, nunca o escondi, e hoje tive saudades dele, muito por culpa da forma como punha o Porto a sair a jogar a partir do guarda-redes. Havia uma exagerada, ou não, troca de bola, mas percebia-se que a equipa sabia o que fazer. Hoje foi ver Felipe e Marcano meter a bola sem grande critério na frente de cada vez que a mesma aparecia naquela zona. Medonho. Sair a jogar com troca de bolas rápidas? Impossível, a Roma não deixava. Um inicio de jogo sufocante, que só quando o relógio bateu nas 20.15h, mudou de figura. Nessa altura a equipa acordou e começou a mostrar as garras com a sociedade Otávio-André a fazer novamente estragos e a meter o Vermaelen na rua. Estava dado o mote para o que seria a segunda parte, com superioridade numérica, houve muita luta, muita vontade, muita raça, mas pouco ou nenhum esclarecimento. O empate surgiu relativamente cedo e Nuno quis meter um desinquietador no jogo para partir a Roma ao meio mas a verdade é que a entrada de Corona, só conseguiu matar o Porto.

"Em Roma, sê romano", o Porto terá de fazer um jogo muito inteligente em Itália. A Roma tem a vantagem do golo marcado fora, o que obriga o Porto a marcar pelo menos uma vez. A última vez que fomos a Itália, empatamos a 2 golos com o Nápoles e passamos a eliminatória depois da vitória por um golo no Dragão.


Otávio - O MVP da partida. Otávio fez uma época 2015-2016 excepcional em Guimarães por empréstimo do Porto, a dúvida seria como se iria impôr no Porto esta época. Dúvidas desfeitas, o brasileiro é um tratado e acredito que Nuno o vai pôr a jogar no meio mais cedo ou mais tarde. Fazia tão bem ao Quintero ir ao Youtube e procurar "Otávio - Goals and Skills". O pequeno Deco joga, faz jogar, corre, passa. Enorme.
André Silva - 2 jogos oficiais, 2 golos. O André tem aquele espírito guerreiro de lutar por cada bola, cada lance, cada naco de relva mas temo que esta faceta de Lisandro Lopez, lhe tire algum discernimento na hora de finalizar. Fez um jogo muito esforçado, mereceu o golo e ao contrário de Vila do Conde, cobrou de forma exemplar o penálti. 
Dupla de centrais (+/-) - O entendimento existe, está algo escondido mas existe. Nota-se que há ali trabalho, muito ao género do que foi a primeira época de Lopetegui com Maicon e Marcano. Marcano parece estar ao nível do que foi a sua primeira época, o que é bom e Felipe quando corrigir o seu tempo de entrada aos lances, será um central melhor. Por outro lado é o 2º auto-golo do central brasileiro, não sendo (ainda" um facto preocupante, parece-me algo que mereça alguma atenção.
Alex Teles - Um defesa muito ao estilo de Alex Sandro, tecnicamente evoluído, sem problemas em procurar o 1 vs 1, capaz de ir à linha cruzar e não compromete ao defender. Uma solução compelatemte diferente de Láyun, por isso uma boa solução e um bom jogo.
Adrián Lopez - Não sei se anda a ter consultas com a famosa Susana Torres, mas seja lá o que for, tem resultado. Está mais solto, mais interventivo e afinal ainda há esperança de ter um cheirinho do que foi o Adrián do Atlético.


Casillas - Ler em cima. 
Entrada em falso - Primeira meia hora a levar pancada, muito por culpa de um esquema táctico que deu a ideia de não ter sido treinado. A Roma bateu, amassou mas felizmente só conseguiu marcar um golo neste período de maior fulgor italiano.
Bolas paradas defensivas - 2 jogos, 2 golos sofridos. Acorda Porto.