Pragmático QB

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domingo, 21 de dezembro de 2014

FC Porto 4 vs Vitória de Setúbal 0 - 19.12.2014

Vitória gelada.

A noite estava fria, era dia da semana, o resultado anterior tinha sido mau, o adversário não era o mais atractivo, tudo ingredientes para que as bancadas do Dragão estivessem semi-nuas. O adeptos portistas, ainda atormentados com o choque do ultimo domingo, preferiram ficar em casa, e os que tiveram a "coragem" de ir, pouco contribuiram para que o ambiente do jogo fosse mais quente que os 6º graus que se faziam sentir na cidade do Porto. Os Super-Dragões por volta do minuto 15 levantaram uma faixa onde se podia ler "SÓ ÉS DERROTADO QUANDO DESISTES DE LUTAR", sentimento partilhado por grande parte da Bluegosfera, como tive oportunidade de constatar nesta última semana.

Embora o adversário fosse teóricamente acessivel, um jogo após uma derrota em casa contra o maior rival é sempre animicamente complicado. Se por um lado os jogadores sentem a necessidade de jogar o mais rápido possivel para fazer esquecer o anterior desaire, por outro perder da forma que perdemos deixa sempre cicatrizes. Estes 2 sentimentos fizeram-se notar no inicio do jogo, a bola era uma bomba e ninguém queria ficar com ela, muito nervosismo na equipa, ao qual o publico não ficou indiferente. Apesar de todas as condicionantes, a 1ª parte foi totalmente controlada pelo Porto (por volta da meia hora de jogo, a posse de bola rondava os 80%), que com um jogo pouco mais que mediano conseguiu marcar 2 golos fruto de toda a sua capacidade ofensiva. O Setúbal durante os primeiros 45 minutos foi uma nulidade absoluta, o que muito contribuiu para que o jogo, além de frio, fosse sonolento. A 2ª parte foi ligeiramente diferente, embora a vitória do Porto nunca tivesse sido realmente posta em causa. A equipa do Sado perdeu a vergonha e tentou chegar-se à frente mas tudo não passou disso mesmo, de tentativas que esbarravam sempre na defesa azul e branca sem nunca importunar Fabiano. Foi um jogo trépido, muito por culpa dos vitorianos, que com uma tática ultra-defensiva nunca quiseram ganhar o jogo, fazendo-o arrastar-se até ao fim sem grandes motivos de interesse. O resultado é gordo, foram 4 golos, poderiam ter sido 7 ou 8 que o brilhantismo do jogo não iria mudar. 


















Os 3 pontos era obrigatórios e nesse aspecto a missão foi plenamente cumprida. Restam 5 meses de combate, 20 Finais e 60 pontos em jogo, muitas batalhas por disputar e onde o mês de Janeiro terá de ser 100% vitorioso. 4 jogos, 2 em casa e 2 fora, sendo a viagem aos Barreiros o jogo claramente mais complicado. Estes são os jogos no 1º mês do ano:

Gil Vicente x FC Porto
FC Porto x Belenenses
Penafiel x FC Porto
Marítimo x FC Porto





Óliver - Ontem, hoje e amanhã sempre Óliver, o menino que não sabe jogar mal, nem que quisesse. Aquele tipo de jogador que passa despercebido mas que está sempre em jogo. Foi pelo menos o 3º jogo seguido que o espanhol foi o jogador que mais correu, desta vez foram mais de 12 quilómetros, o que prova que além de toda a qualidade técnica individual, o menino ainda consegue fazer mini-maratonas em cada jogo. Fundamental na equipa.

Danilo - O assumir de culpas no lance do 1º golo da semana passada, não mudou a sua forma de jogar. Sempre em alta rotação, conseguiu sacar um pénalti numa das muitas investidas pelo corredor. Fechou a conta através do 2º pénalti da noite.

Alex Sandro - Ao contrário do seu colega de defesa e seleção, não começou bem o campeonato mas tem subido claramente de forma nestas ultimas semanas. Contra o Sétubal fez um jogo muito positivo, sem deslumbrar mas o jogo também não obrigou a isso. 
Jackson -  Um jogo menos fulgurante do que é costume mas eficaz. Não me lembro de muitas mais oportunidades além do golo convertido. Isola-se cada vez mais na lista dos melhores marcadores.

Campaña - Notou-se uma claro nervosismo na estreia do médio espanhol, mas também deu para perceber que o internacional sub-21 tem futebol nos pés. Foi ganhando confiança no decorrer do jogo, saindo aos 74 minutos completamente esgotado.

Quaresma - No dia em que voltou a ser titular no campeonato, fez um bom jogo. Marcou um pénalti sem espinhas, facto que tem de ser forçosamente destacado depois do nosso passado recente. É o único extremo dos 4 principais (Quaresma, Tello, Brahimi, Adrián) capaz de ir à linha cruzar, o que o torna num espécime raro.

Dupla de Centrais - Embora se queira desmistificar a questão de jogar com 2 defesas centrais canhotos, é para mim um facto que só emperra a saída de jogo portista. É conhecida a grande dificuldade de um canhoto em jogar com o pé esquerdo, situação essa que é bem menos problemática quando se trata de um destro jogar com o pé esquerdo. Isto tudo para dizer que jogar com Maicon em vez de Marcano faz todo o sentido, ainda por cima tendo o central brasileiro algumas rotinas a jogar na lateral. Consegue subir no seu lado e evitar assim mais uma troca de bola desnecessária com o outro central ou guarda-redes, movimento que Indi nunca consegue fazer quando joga naquele lado.






Tello - Mais um daqueles jogos em que o espanhol complicou mais do que devia. Voltou a decidir mal em grande parte dos lances em que foi protagonista mas no meio de tanta má decisão lá sacou mais uma assistência, a 7ª, o que faz dele o melhor do Porto neste capitulo.

Herrera - Voltou a falhar demasiados passes para um jogador que joga naquela posição. Acho que o descanço de Natal fará maravilhas ao mexicano, já que tem feito praticamente todos os jogos sempre com mais de 10 quilómetros percorridos em cada um deles.














segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

FC Porto 0 vs Benfica 2 - 14.12.2014 - Liga Portuguesa

Derrota com muita inexperiência.

Não costumo escrever a quente por isso temo que hoje a minha opinião seja mais "enviesada" do que é habitual. Tenho por hábito escrever nos dias seguintes ao jogo, o que me permite analisar o jogo com calma, de uma forma ponderada e consciente. Não o faço hoje porque jogos como este são demasiado importantes para serem deixados para mais tarde. Já o disse e volto a repetir, como Portista convicto e assumido que sou, este é O JOGO. Aquele jogo que me faz remoer a semana imediatamente anterior ao jogo, que me faz adormecer na noite anterior a pensar no jogo e que me faz acordar com um único pensamento, o da vitória, se possível com números expressivos, sobre o nosso maior rival.

Posto isto e depois desta pequena introdução, falemos do jogo da forma mais fria e honesta possível. Culpar a sorte, ou a falta desta neste caso, por esta derrota custa-me muito, assim como me custa culpar o Lopetegui. O 11 inicial era este, embora na minha opinião o Maicon deveria jogar em vez do Marcano, a forma de jogar também era esta, por isso o que falhou? Contra equipas rotinadas, experientes e manhosas como o Benfica, não se podem cometer deslizes como os que cometemos hoje. Não foi por falta de aviso que sofremos o 1º golo, o Benfica faz aquilo em praticamente todos os jogos, ou seja, aquele lançamento era perfeitamente previsível, não sendo previsível a forma como toda a equipa ficou a ver jogar, nomeadamente o Danilo. O 2º golo surge em mais um erro individual porque fica claramente a ideia que o Fabiano poderia ter feito bem melhor na forma como defendeu. É certo que tivemos 2 bolas na barra, poderíamos ter marcado 2 golos antes do golo do Benfica mas não culpo o azar por esta derrota, culpo sim a inexperiência. Jesus também ganhou a Lopetegui porque me parece que a lição estava melhor estudada pela equipa encarnada. O Benfica foi mais equipa, mais experiente mas dizer que foi um justo vencedor, é um exercício que hoje não o consigo conscientemente fazer.

Não atiro a toalha ao chão mas temo que esta derrota em casa contra o nosso único rival, tenha efeitos explosivos no decorrer da época porque as expectativas dos adeptos e da equipa de passar o ano em 1º lugar eram muitas. Estar a 6 pontos, que na prática são 7, deixa-nos numa posição extremamente desconfortável, ainda por cima porque ainda visitamos o nosso rival na 2ª volta. Será preciso uma mentalidade extremamente positiva para continuar a ganhar jogos sempre na esperança de uma ou outra escorregadela do Benfica nos 21 jogos que faltam. Eu acredito, embora hoje tenha levado um enorme rombo no ânimo.






Óliver - O melhor do Porto. Mais 12 quilómetros percorridos, sempre com critério. Correu, jogou, passou, fez o que foi preciso para que o resultado não fosse este.

Indi - O melhor da defesa portista. Sempre autoritário, é o patrão da defesa e é neste momento o único central titular da equipa.

Quaresma - Grande entrada em campo. Entrou com tanta vontade, que acabou por se atrapalhar em alguns lances. Aquela raça característica do cigano fez com que a equipa fosse mais perigosa através dos seus cruzamentos. Espreita a titularidade até porque o Brahimi não consegue jogar devido ao peso dos troféus individuais que tem nos bolsos.

Atitude da Equipa - A equipa teve momentos maus, mas penso que nenhum portista intelectualmente honesto poderá acusar os 14 jogadores que entraram em campo, de falta de atitude.







Brahimi - A fulminante subida ao estrelato fez-lhe claramente mal. O argelino está abusivamente agarrado à bola e decide mal na maioria dos casos. Hoje fez demasiados "rodriguinhos" em situações que poderia facilmente ter tabelado com o Alex Sandro. O banco de suplentes chama por ele e parece-me que lhe fará muito bem ao ego, o Quaresma que o diga.

Fabiano - Está directamente ligado ao 2º golo encarnado e fico na dúvida se não poderia ter saído dos postes para socar a bola no 1º golo do Lima. Uma noite que fez pouco mas o que fez, fez mal.

Público do Dragão - Apoiaram até ao 1º golo do adversário, muito pouco num dia em que se decidia muito.



















sábado, 13 de dezembro de 2014

FC Porto 1 vs Shakhtar Donetsk 1 - 10.12.2014 - Liga dos Campeões

Calma haters, ainda não foi desta.

Pois é anti's-Porto, ainda não foi desta que a melhor equipa portuguesa vos deu o saboroso gosto da derrota e até me causou alguma estranheza nenhuma televisão se ter "enganado" no resultado. Numa noite típica de inverno, os adeptos que visitaram o Dragão assistiram a um jogo muito morno que nem com os belos 2 golos mudou de temperatura. O apuramento estava garantido pelas 2 equipas e a classificação não iria ser alterada fosse qual fosse o resultado, daí o jogo contar "unicamente" para o milhão de euros e para os pontos para o ranking UEFA.

A equipa ucraniana entrou em campo com a missão clara de vingar os 2 amargos golos sofridos nos descontos em sua casa e isso fez com que exercesse uma pressão enorme logo no inicio de construção do ataque portista. O Porto, fruto das muitas mudanças na equipa (na minha previsão só falhei em 2 jogadores, Angel e Reyes, mas se pensarmos que estes 2 não estão inscritos na Champions, então Lopetegui seguiu os meus conselhos na integra), mostrou processos de jogo pouco consolidados e pouco entrosamento entre sectores, nada que não fosse esperado. Do 11 inicial que entrou em campo, talvez só 2 jogadores sejam titulares contra o Benfica, Maicon e Alex Sandro. Com estas condicionantes todas, não se esperava um jogo diferente do que foi, lento, lentinho. O jogo foi-se arrastando durante os 90 minutos, sem grandes motivos de interesse e lances de perigo, exceptuando os 2 grandes golos, primeiro o cabeceamento fulminante logo no incio da 2ª parte por Stepanenko, respondendo Aboubakar ao cair do pano num míssil disparado de fora da área.

Seguem-se os oitavos-de-final da maior prova europeia de clubes, competição onde por norma costumam estar as melhores equipas da Europa, daí fazer todo o sentido e lógica equipas como o Sporting e Benfica terem ficado de fora. Todos os adversários são complicados nesta fase, embora haja uns mais que outros e se pudesse escolher, optaria por uma de duas equipas, Shalke 04 ou Basileia. Os suíços porque são claramente o oponente mais apetecivel dos 8 possíveis adversários e o Shalke 04 porque temos contas a ajustar. Quem não se lembra da eliminatória jogada com os alemães em 2008, em que depois de perdemos por 1-0 golo na Arena Auf Schal, fizemos uma 2ª mão brilhante e só não passamos porque nessa altura o guarda-redes germânico era um menino de 22 anos chamado Manuel Neuer.








Evandro -  Apesar do golo de Aboubakar, para mim foi o melhor em campo. Uma grande 1ª parte em que fez de Herrera com grande segurança, embora descendo de nível nos segundos 45 minutos. Revelou ser uma boa alternativa ao mexicano.

Aboubakar - Notou-se a falta de entrosamento com a restante equipa mas a verdade é que o camaronês com apenas 2 remates criou muito perigo, o primeiro passou muito perto do poste e o segundo só parou no fundo das redes de Pyatov.

Ricardo - É complicado substituir Danilo, ainda por cima quando o brasileiro atravessa talvez o melhor momento de forma da carreira mas o ex-Guimarães não comprometeu e cumpriu. Ainda não havendo Opare, é uma boa alternativa para dar descanso ao número 2 portista.








Adrián - Tentou. A verdade é mesmo esta, o espanhol tentou. As coisas não lhe saíram nada bem, mas nunca desistiu de disputar cada lance com máxima entrega. Fica ligado directamente ao golo ucraniano porque foi ele que foi batido nas alturas por Stepanenko. Apesar da fraca exibição, gostei de ver os adeptos portistas aplaudirem o rapaz de cada vez que perdia a bola.. e perdeu muitas vezes.

Kelvin - Decididamente o menino 92 não passa disso mesmo, de um momento brilhante ocorrido em 2013 que tantas alegrias deu à nação portista. Entrou na 2ª parte, embora pouca gente tenha dado por isso.