Pragmático QB

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quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Roma 0 vs FC Porto 3 - 23.08.2016 - Liga dos Campeões



O silêncio Olímpico.

Extraordinário. Hoje tivemos um Porto personalizado como há muito não se via, um Porto corajoso, ambicioso, pragmático, um Porto à Porto, caralho! As grandes noites europeias voltaram em força e verdade seja dita, há muito tempo que os Portistas mereciam um mimo destes. Foi uma vitória surpreendente nos números, muito por culpa de uma Roma, que tal como no Dragão, usou e abusou de entradas assassinas, e o termo terá de ser mesmo este, porque quando vemos um jogador como o Maxi sair lesionado depois de uma falta violenta, significa que a coisa foi mesmo feia. Estamos na Champions, no nosso habitat natural, na competição onde estamos habituados a jogar e isso é um facto saboroso "pra caralho".

Depois da primeira meia hora no Dragão, onde fomos um adversário dócil, meigo e inofensivo, seria difícil entrar no Olímpico de forma pior. Um golo marcado cedo, seja em que circunstância for, é sempre importante, ainda mais quando aterramos em Itália com a obrigatoriedade de marcar pelo menos uma vez. A justiça divina ordenou que o réu da primeira mão, seria um dos grandes salvadores da segunda mão, porque Filipe arrombou o castelo italiano com a primeira bola de fogo e foi o grande defensor da muralha azul e branca. A Roma disparou muito mas felizmente para nós, dois dos tiros fizeram ricochete e acertaram em cheio no coração da equipa italiana, Rossi primeiro e Emerson depois fizeram-nos um enorme favor e encaminharam a equipa para o fosso da Liga Europa. São 3 expulsões italianas na eliminatória, a que se soma mais 6 amarelos, dados reveladores da excessiva dureza que a equipa (des)comandada por Spalletti impôs nos 2 jogos. O Porto aproveitou bem a superioridade numérica, embora se tivesse posto muito a jeito durante os 25 minutos que demorou a matar o jogo depois da Roma passar a jogar com 9. Layún e Corona, foram os autores das 2 machadas fatais nos giallorossi.


Felipe - O MVP da partida. Felipe Augusto de Almeida Monteiro, nome bem português de Portugal, que bem que podia usar só "Monteiro" na camisola, tipo defesa central à moda antiga, ou então "Felipão", tão comum nos camaradas brasileiros. Sem dúvida alguma, o melhor jogo de um moço que veio do Corinthians mas curiosamente nasceu num bairro de São Paulo chamado Tirandentes. Medo. O Felipe e não Filipe, foi um alien, marcou o primeiro golo e limpou tudo o que lhe apareceu à frente, pelo ar, pelo chão e pelo mar e quando acabou o jogo ainda me veio ajudar a limpar a cozinha. Parece-me um autêntico jogador patrão, muito na onda de Jorge Costa e Bruno Alves e sabe Deus a falta que isso tem feito ao Porto.
Layún - O Miguel não sabe jogar mal, seja a titular, seja a jogar 80 ou 8 minutos, é sempre máximo empenho, máxima concentração, máximo comprometimento com a equipa. Um jogador à Porto que deixa tudo em campo, sempre e em qualquer situação. Marcou o golo que matou o jogo, num excelente contra-ataque conduzido e concluído por si.
Casillas - Obrigado Iker por não fazeres nada que te envergonhe. Não teve muito trabalho mas esteve tranquilo e respondeu bem sempre que foi preciso. Teve duas grandes defesas, logo no inicio num remate de Naingollan e principalmente na defesa com os pés a remate de Salah.
Corona -  4 jogos, 2 golos. Foi sempre um jogador que tentou mexer com o jogo fruto da sua enorme capacidade técnica. Marcou o último golo, num disparo de pé esquerdo, depois de rebentar com os rins a Manolas.
Nuno Espírito Santo - O Mister não inventou e fez entrar a melhor equipa com o melhor esquema tático, o nosso 4-3-3 da praxe que nunca envergonha.
Szymon Marciniak - O juiz polaco fez uma arbitragem muito corajosa e revelou ter uns tomates do tamanho de Itália porque embora as expulsões tenham sido mais do que justas, eliminar 2 romanos em pleno estádio olímpico é de muito valor. Vénias.
Adeptos Portistas - 90 minutos a empurrar a equipa. Estádio Olímpico silenciado. Lindo.



A vantagem numérica - O Porto demorou muito a perceber que estava a jogar com mais 2 jogadores e qual a melhor maneira de tirar partido disso. Foi assustadoramente paciente, deixou a Roma crescer bem mais do que devia e passou demasiado tempo a jogar no seu meio campo defensivo. Felizmente matou o jogo em 2 momentos exemplarmente bem conseguidos.
Sérgio Oliveira - O Sérgio é portista de corpo e alma, nota-se que se quer mostrar e evidenciar, ainda por cima com as noticias da possível vinda de Óliver, mas temo que isso não seja suficiente para singrar no Porto. Tal como Varela, não consegue aproveitar as oportunidades que lhe dão. Hoje entra para o lugar de Otávio que tinha amarelo e vê ele próprio o amarelo 1 minuto depois. Não me lembro de ter tomado uma única boa decisão nos 33 minutos que esteve me campo.
Roma - 3 expulsões em 2 jogos, totalmente justas. Spalletti afirmou que se andaram a preparar durante 8 meses para esta eliminatória. A mensagem pelos vistos não passou.

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