Pragmático QB

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quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Estoril 2 vs FC Porto 2 - 09.11.2014 - Liga Portuguesa


Travagem a fundo!

Escolhi a imagem acima colocada porque tento sempre começar as minhas análises por um momento do jogo que considere determinante para o resultado final. Se há imagens que valem mais que mil palavras, esta é sem duvida uma delas. Tenho vindo a defender o nosso treinador semana após semana porque estou convicto que é o homem certo no lugar certo e não por pertencer a um rebanho ou seita que segue uma determinada doutrina. O facto de ser um fiel defensor do Lopetegui não me impede que de quando em vez, mude a minha forma de pensar e direcione as "balas" para o nosso Mister. Esse momento chegou esta semana!

Acredito na rotatividade, assim como acredito nas mudanças tácticas de jogo para jogo ou no decorrer do mesmo, mas não acredito que se tenha de mudar um modelo de jogo que é o ADN não só desta equipa, mas deste clube. Isto tudo para chegar ao espanhol Adrián, o menino dos 11 milhões. Se imaginarmos que cada barrete custará 1€, chegamos facilmente à conclusão que o valor do Adrián daria para comprar 11 milhões de barretes. Este é só um pequeno exercício de matemática, mas começa a ser a forma de pensar de grande parte da nação portista, ou seja, o Adrián é um enorme barrete. O Porto ao longo dos anos tem comprado dezenas de jogadores de classe duvidosa mas nunca um flop de 11 milhões. Embora ache demasiado cedo para o considerar um flop, não me posso dissociar da opinião generalista que o espanhol tem sido uma tremenda desilusão neste inicio de época, e faço-o não pelo valor que custou mas pelo que conheço dele nos últimos 2/3 anos.

Mas voltemos ao Mister. O ano passado o Paulo Fonseca tentou mudar um sistema implantado no Porto há anos, invertendo o triângulo de meio campo, acabando desta forma com o nosso tão famoso trinco (Paulo Assunção, Costinha, Fernando), passando a jogar com 2 jogadores lado a lado. Esta mudança se bem se recordam teve efeitos catastróficos, acabando o treinador por mudar de ideias e voltar à "casa de partida". O Lopetegui já provou em mais que uma ocasião que gosta de variar a forma como coloca a equipa em campo, alternando entre o 4-3-3, 4-4-2 ou como no Estoril, o 4-2-3-1 (o Chelsea actualmente não prescinde desta forma de jogar), táctica da qual eu sou fã mas que, como se provou, em nada beneficia a equipa do Porto. Dá a ideia que é uma táctica para conseguir pôr a jogar o Adrián, já que o espanhol nem é extremo, nem é ponta-de-lança, vai daí coloca-se ali uma espécie de híbrido entre o meio campo, extremos e o Jackson. Resultou contra o Bate Borisov, fracassou com o Sporting e Estoril. Isto tudo para concluir que quando se pensava que o Mister já tinha acabado com as invenções/experiências, ele faz-nos uma finta de corpo e volta a cozinhar uma equipa que, como todo o portista percebeu, nem é carne nem é peixe e também não tinha o aspecto de salada. Mister, uma sugestão.. o 11 titular está encontrado mas é um onze que tem forçosamente de encaixar num 4-3-3 tradicional:


Fabiano
Danilo-Maicon-Indi-Alex Sandro
Herrera-Casemiro-Óliver
Tello-Jackson-Brahimi

Este é o nosso melhor 11, podendo entrar facilmente 2/3 jogadores, o Quintero para o lugar do Óliver ou Quaresma em vez do Tello, por exemplo. Mister, por favor, faz o que te digo.

Sobre o jogo, um facto salta imediatamente à vista, foi um grande jogo de futebol. O Porto a ter as despesas atacantes, e o Estoril a desferir perigosos contra-ataques. Foi assim durante toda a 1ª parte, o Porto marca um golo fruto da pressão exercida sobre a defesa canarinha e o Estoril responde num lance em que a defesa portista fica a dormir e é apanhada em contra-golpe. Destaco o golo do Brahimi, mais um em que desliza com a bola, ultrapassando inimigo atrás de inimigo até desferir o golpe final. Estava a ouvir o relato na Rádio 5 (quem não conhece, que ouça um relato do Porto nesta rádio, é lindo!) e o caríssimo Edmundo Lisboa, chamou-lhe "isto é um beijo, um beijo de língua de Brahimi". A 2ª parte só teve o sentido da baliza do Estoril, o Porto massacrou, fustigou a defesa amarela sem no entanto conseguir o golo da vantagem, e tanta vontade de atacar fez com que tivéssemos adormecido e permitido ao adversário marcar o 2º golo. A partir daí jogamos mais com o coração do que com a razão mas talvez tenha sido isso que nos permitiu chegar ao golo do empate já no cair do pano. É um resultado amargo, ainda por cima porque tínhamos anulado uma vantagem de 4 pontos que chegamos a ter para o Benfica mas apesar do empate, o pontinho conquistado na Amoreira coloca-nos numa posição em que só dependemos de nós. É imperativo receber o Benfica em Dezembro a 3 pontos ou menos de distância.






Herrera - Mais um grande jogo do mexicano. É um dos mal amados da equipa mas jogo após jogo demonstra em campo toda a sua utilidade. Não é um "tratado" com a bola nos pés, mas é de uma entrega total ao jogo. Correu 12 quilómetros neste jogo, e isso diz tudo da intensidade que o Herrera coloca em campo. É merecidamente, um dos indiscutíveis do Lopetegui.

Brahimi - Mais um bom jogo, mais um bom golo. Começam a faltar adjectivos para qualificar as exibições do argelino. Tem espalhado magia em todos os campos por onde tem passado e a Amoreira não foi excepção. Este sim, é um tratado com a bola nos pés, o que lhe permitiu mais uma vez "derreter" 2 defesas antes de marcar o golo. O seu futebol perfumado não tem passado despercebido por essa Europa fora, felizmente para ele, infelizmente para o Porto.

Quaresma - A bancada e o banco fizeram-lhe maravilhas. Está muito menos agarrado à bola e muito mais um jogador de equipa. As jogadas nem sempre lhe saíram bem mas a entrega ao jogo e à equipa merecem destaque. 

Tozé (Estoril) - Ainda bem que foi ele a marcar o pénalti. Fez o que lhe competia, marcou e calou muitas bocas que vêm nos jogadores emprestados, aliados infiltrados no território inimigo com o intuito da favorecer a equipa mãe. Diz-se que levou uns "cachaços" no túnel para os balneários, e a ser verdade, é uma atitude lamentável até porque Tozé se não está no Porto, não é por culpa dele.






Fabiano - Uma exibição sem mácula até ter cometido o pénalti. Um erro infantil, daqueles que só deveriam ser cometidos até aos juniores, Foi anjinho e cometeu o penalti mais clássico do futebol moderno entregando o ouro ao bandido.

Adrián - Um enigma. O espanhol parece triste, desorientado. Faz-me lembrar o Mariano González antes de ir à psicóloga. Não está em causa o que ele custou mas o seu próprio valor como jogador. Contei pelo menos 5 toques de calcanhar, todos eles sem resultados práticos. Não sei se isto é confiança a mais ou falta dela mas o que é certo é que ex-Atlético está completamente apático. Não marca, não ganha um lance de cabeça, está totalmente e constantemente desligado do jogo. Ainda não o é, mas pode-se tornar num problema bicudo, difícil de resolver.























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