Pragmático QB

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segunda-feira, 5 de outubro de 2015

FC Porto 4 vs Belenenses 0 - 04.10.2015 - Liga Portuguesa

Nem todas as ressacas são dolorosas.

Apesar do Clube de Futebol «Os Belenenses» ser um emblema histórico no panorama do futebol português, não é menos verdade que habitualmente é um adversário simpático nas viagens ao Reino do Dragão. O Porto nos 75 confrontos em que foi visitado pelo Belenenses nos jogos para o campeonato, tem 53V, 12E e 10D, o que dá uma taxa de sucesso de 71%. Depois de um desgastante jogo de Champions, o Belenenses seria teóricamente um bom oponente para enfrentar na ressaca do jogo com o campeão inglês Chelsea. Destaco também a 14ª vitória consecutiva no Dragão para campeonato, com o impressionante score de 37 golos marcados e nenhum sofrido. Na Fortaleza do Dragão, mandamos nós.

Lopetegui mexeu na equipa como era esperado, o Porto voltou ao 4-3-3 habitual e em relação ao jogo com os Blues, Indi e Danilo saíram do onze e Láyun e Corona foram titulares. Perdia-se alguma consistência defensiva mas ganhava-se largura e poder de fogo no ataque, o que fazia todo o sentido sendo o Belenenses o adversário. O Porto entrou no jogo em ritmo de passeio, a ver no que dava e no primeiro quarto de hora sofreu 3 livres laterais, o último dos quais com um cabeceamento perigoso do Kuca, que Casillas responde com uma boa defesa. O primeiro lance de real perigo do Porto, surge numa jogada absolutamente criminosa concluída pelo Corona depois de sucessivas tabelinhas com Maxi, André e o Coolbakar. O Porto nesta fase tinha o jogo completamente dominado mas só por volta da meia hora de jogo é que voltou a criar perigo num remate do André, depois de amorti do Coolbakar. Brahimi, um jogador endiabrado e que fazia o que queria da defesa belenense, remata à barra, Corona acaricia a bola devolvida pelo ferro, parte o seu opositor ao meio e cruza para Maicon enviar para Gondomar. O Belenenses responde num remate ao poste de Kuca, sempre o elemento mais perigoso, num lance em que Láyun quase imitava o Cissohko nos Barreiros. O jogo caminhava rapidamente para o intervalo, o nulo persistia, o publico exasperava mas a equipa tentava chegar ao golo de todas as maneiras e feitios. Brahimi por duas vezes e o Coolbakar, depois de bela combinação entre Corona e Maxi, tentaram mas a baliza de Ventura continuou inviolada. A lesão do Maicon em cima do intervalo deu que pensar a Lopetegui mas a solução do Mister foi de quem queria ganhar o jogo o mais rápido possível e faz entrar Danilo e não Indi, como era de prever. O Porto, ao contrário de muitos jogos em que vem sonolento para a 2ª parte, entrou com vontade de resolver rapidamente o jogo. Brahimi, sempre ele, foi o 1º a assustar Ventura, depois de uma brilhante jogada individual muito ao estilo de Iniesta, naquelas jogadas em que o espanhol parece que tem uma placa giratória sob o relvado, mas foi na 2ª ida à linha que surge o cruzamento para o mais que merecido golo do Porto, marcado por Corona. Jogo desbloqueado, equipa e adeptos mais tranquilos, estava feito o mais difícil e o que permitiria encarar o jogo de forma mais paciente. O 2º golo chega logo de seguida por Brahimi, depois de mais uma excelente combinação, e foram muitas, entre Corona, André e Maxi. O jogo ficou praticamente sentenciado embora a equipa do Belenenses se tenha chegado à frente entre os 70/80 minutos, sem no entanto criar qualquer situação clara de golo, até que o nosso Rúben Pirlo desmarca Tello com um passe longo, o espanhol parte os rins ao opositor, vai à linha cruza rasteiro para Osvaldo marcar com um toque de pura classe. O jogo foi caminhando para o final quase em ritmo de treino mas ainda houve tempo para mais um golo de Marcano, na marcação de um canto pelo 2º jogo consecutivo.


Brahimi - O MVP da partida. Brahimi, Brahimi, Brahimi! Sempre ele. Um diabo à solta durante todo o jogo. Fintou, cruzou, correu, defendeu, enfim, um grande jogo do argelino. Uma assistência para Corona, um golo de cabeça, um remate à barra. Seguramente um dos melhores jogos do Yacine ao serviço do Porto, e vejam lá, não foi na Champions.
Corona - 4 jogos no campeonato, 4 golos. Embora a generalidade da imprensa diga que não é um extremo, ontem provou que o pode ser com níveis de excelência. Teve uma adaptação à equipa incrivelmente rápida ao ponto de dar a sensação que joga com o Maxi desde as escolinhas.
Osvaldo -  O menino merecia este golo. Não tem jogado muito, "culpa" da excelente forma do Coolbakar mas tem aproveitado todos os minutinhos para mostrar serviço, seja a desgastar os centrais adversários ou a defender quando é preciso. Ontem marcou com muita classe e tranquilidade.
Marcano - É inegável, o Ivan é um dos centrais mais Low Profile que aterrou na Invicta. O Maicon é um central mais vistoso, mas o Marcano é um autentico bombeiro. A pensar na famosa alcunha de Ole Gunnar Solskjaer, The Baby Face Assassin, vou baptizar o espanhol de Silent Fireman. Marcou o golo que procurava há muitos meses.
Rúben Neves - Capitão do clube de coração aos 18 anos, haverá melhor sensação do que esta? O jogo com este menino em campo flui de uma forma quase obscena. Jogou a trinco mas teve a capacidade de ser chegar à frente sempre que possível. Tem uma grande capacidade posicional mas é o passe, um dos seus pontos mais fortes. Ontem viu o Tello a mais de 30 metros, na jogada que originou o golo do Osvaldo. 
Lopetegui -  Excelente substituição ao intervalo. Foi activo e não esperou para ver o que o jogo lhe dava mas quis ser ele a dar algo mais ao jogo. 
Bolas paradas - 2º jogo seguido a marcar de canto. Finalmente o Porto demonstra capacidades para ter sucesso em lances tão simples como cantos.


Lesão de Maicon - O brasileiro assustou em Moreira de Cónegos depois da lesão no tornozelo, mas desta vez parece que vais mesmo parar um par de semanas. Mais uma vez, o azar bate à porta do central numa altura em que apresentava o melhor momento desde que chegou ao Porto.






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