Pragmático QB

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quarta-feira, 24 de setembro de 2014

FC Porto 0 vs Boavista 0 - 21.09.2014 - Liga Portuguesa



O Regresso do Dérbi Portuense.

6 anos depois, o maior dérbi da cidade invicta voltou. Como fã de futebol e principalmente como portista, é um jogo muito especial, quiçá o mais especial, exceptuando os confrontos com os rivais da capital. Recordo com saudade as autênticas batalhas no antigo Bessa, com o relvado completamente alagado, com os jogadores de ambas as equipas a jogarem "de pau na mão", com a velha adepta da equipa axadrezada e o seu riquíssimo vernáculo, com jogadores como o Marlon e o Artur a provocarem constantes calafrios na defesa azul e branca. Esta é a ideia que tenho dos jogos com o Boavista.



Infelizmente o jogo do passado domingo teve muito pouco de semelhante com o passado, primeiro porque este Boavista é medonho. Uma equipa que subiu à 1ª Liga este ano mas que continua com um plantel digno de 3ª Divisão, ou seja, fraco a roçar o mau. Depois porque todos os ingredientes que fazem parte deste derby histórico faltaram. O Boavista chegou ao Dragão com a ideia de não ser goleado e manteve essa postura até final da partida, mesmo depois de estar em vantagem numérica durante mais de 1 hora. Prova disso são as estatísticas da partida, 82% de posse de bola para o Porto, 20-2 em remates.

Depois da goleada ao Bate Borisov, e de um jogo extremamente bem conseguido, Lopetegui decidiu proceder a uma mini-revolução, revolução essa um pouco exagerada e injustificada, a meu ver. Embora o empate não tenha acontecido devido às várias mudanças na equipa, a verdade é se torna complicado criar rotinas e conhecimentos de jogo, quando a equipa está em constante mutação. Dou o benefício da duvida ao treinador porque as contas e os resultados fazem-se no fim.

Sobre o jogo, pouco a dizer, o Porto foi a única equipa que quis ganhar com 11 e continuou a sê-lo com 10. Foi sempre superior, raramente deixou o Boavista ensaiar um ataque digno desse nome, embora os únicos 2 remates à baliza portista tenham sido muito perigosos. Sobre o lance polémico da partida tenho uma forma muito simples de ver as coisas, a entrada do Maicon é perfeitamente escusada mas nunca na vida seria um lance para vermelho directo. Dou como exemplo 2 jogadores das equipas rivais que com este critério seriam expulsos pelo menos 7 vezes em 10 jogos, Maxi pelo Benfica e Rojo, o ex-Sporting. Não acho que o Porto empatou por causa da expulsão, mas menos 1 jogador durante 65 minutos, uma excessiva rotação na equipa, um Boavista que levou um autocarro de 2 andares para o Dragão e um Porto menos inspirado do que no jogo europeu, tudo somado explicam muito do que foi a perda de pontos na noite chuvosa da Invicta. Apesar de todas as condicionantes, a equipa nunca perdeu a cabeça, não caiu na tentação de usar o chuveirinho e tentou sempre o golo através da sua famosa, mas por vezes exagerada, posse de bola.











Falando em termos individuais, gostei muito da estreia do central Marcano, que embora não fosse testado nos limites, resolveu sempre bem todos os lances em que esteve envolvido, dando a ideia que ganhou nitidamente a corrida ao Reyes. Será normalmente o central titular ao lado de Indi em Alvalade e espero que a soma de 2 centrais canhotos não seja um handicap. Danilo e Herrera foram incansáveis e o Jackson um autêntico gladiador, o colombiano jogou, lutou, defendeu e merecia que desta vez alguém tivesse decidido por ele. Gostei também do Brahimi, embora ache que exagerou nas jogadas individuais, principalmente quando a condição física estava claramente em decréscimo.







1 comentário:

Nuno Silva disse...

Podemos especular um pouco sobre a questão da rotatividade, estado do campo e escolha de campo.

a meteorologia poderá ter influênciado também a escolha do GR, poi snão é muito normal rodar GR a 4 ou 5 jogos do campeonato. sabemos que o fabiano tem menor mobilidade, mais dificuldade no controlo da bola com os pés e menor qualidade no passe. a ser por aqui a rotatividade do GR parece bem.

O Jackon tb não chegou cá ontem e sabe perfeitamente que o Porto arranca sempre a jogar para Sul. a opção de jogar para norte foi certamente da responsabilidade do treinador para evitar que o Boavista pudesse tirar algum dividendo de um bola perdida, mal rececionada ou travada na àgua ou por causa da àgua. sabemos que a equipa sai sempre a jogar curto e com posse de bola e passes na zona do nosso meio campo defensivo. se foi opcional para evitar algum evento de azar tb me parece bem.

a rotatividade... num plantel destes tem que ser. é um certo risco que se corre e que pode dar frutos mais lá para 2015... não se esqueçam que o campeonato apenas vai ter mais 4 jornadas.

além disso vê-se que os jogadores entram e não dão perda de intensidade à equipa nem se encontram inadaptado À função e dinâmica global.

não gostei do vermelho ao Maicon... poderia ter passado um amarelo e nem se discutia. O terreno escorregadio, por ser a sua única falta do jogo, por ser um jogador que joga leal e sem histórico, mereciam uma análise diferente...

... mas também ontem já se soube que o ábritro em questão, assumidamente benfiquista, chumbou na prova escrita de pré-época.

Gostei da atitude do treinador face à expulsão... não meter mais um central e deixar a equipa com um médio a encostar à defesa permitindo fazer dos 10 uma equipa que a atacar parecia ter 11.

Gostei da atitude da equipa, sem se destabilizarem e sempre à procura do golo.

Não gostei ainda da opção que Rúben Neves fizesse a lateral dtª após Maicon (Danilo foi para o meio), depois trocasse para o meio subindo quando a equipa tem bola e depois de entrar Casemiro ir jogar mais a 8... num puto de 17 anos isto baralho e o rendimento dele ressentiu as mexidas.

Gostei... muito... de uma jogada do Brahimi...