Pragmático QB

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segunda-feira, 4 de maio de 2015

Setúbal 0 vs FC Porto 2 - 03.05.215 - Liga Portuguesa












A vitória dos solteiros contra os casados.

Foi uma semana complicada de digerir fruto do afastamento das 2 últimas competições onde estávamos inseridos. Muita tinta correu e muito se falou de mística, raça, jogador à Porto, Lopetegui e seus erros, Quaresma e os beijos, final de jogo na Luz de sorrisos e abraços e por aí em diante. Foi tudo dissecado até ao último pormenor um pouco por toda a imprensa e pela nossa querida Bluegosfera. As opiniões foram óbviamente e naturalmente distintas sobre todos os temas mas a conclusão deve passar por 4/5 factores: 
- Foram cometidos erros por treinador e jogadores em jogos e fases da época determinantes que nos impossibilitaram de ter um maior sucesso nas 4 competições onde estávamos inseridos.
- Lopetegui continuará a ser treinador do Porto apesar de uma época a seco. É um homem com forte carácter e personalidade, que foi praticamente durante toda a época a única voz azul e branca. Como Portista, acredito que é o homem certo no lugar certo.
- O #colinho é uma realidade incontornável, difícil de digerir pelos adeptos rivais, mas tão óbvia que faz com que este campeonato seja já apelidado de o mais vergonhoso do século.
 - Com andor do lado rival e um treinador muito batido nestas andanças, e com 16 jogadores novos em idade e novos no nosso clube, estamos a apenas 3 pontos, o que indicia uma próxima época relativamente melhor do que esta.
 - O Futebol Clube do Porto tem obrigatóriamente de ganhar os 3 jogos que faltam.

Mas falemos do jogo de Setúbal, uma partida que a certa altura parecia um salutar convívio entre solteiros e casados. Começando pelo fim, gostava de destacar aquela recepção do Jackson no lance do 2º golo porque é daqueles momentos que valem por um jogo. Passe de Herrera bombeado e o colombiano cola a bola no pé como se de um bolo de casamento se tratasse. Ponto final no jogo e mais um golo de Jackson, o 18º na Liga Portuguesa e 29º em todas as competições em 39 jogos.

Surpresa parcial na convocatória, Quaresma foi convocado apesar de parte da nação azul e branca ter pedido a sua cabeça numa bandeja e Fabiano ficou estranhamente fora dos 18. O timing não foi o melhor para a mudança de guarda-redes mas depois do jogo de Braga para a Taça da Liga, facilmente se percebeu que Hélton deveria ser novamente o dono da baliza portista. Fabiano foi um dos sacrificados pela violação de Munique e receio pelo futuro do brasileiro. Em relação a Quaresma e ao já muito falado abraço e beijo em Jesus, Lopetegui teve uma opinião clara sobre o assunto - "Não faço qualquer interpretação. Só me interessa os abraços entre os meus jogadores, depois de fazerem acções brilhantes e serem felicitados pelos companheiros" - e fazendo jus às suas palavras convocou e deu a titularidade a Quaresma. Polémica aparentemente resolvida, digo eu.

O Porto entrou bem no jogo, foi para cima do Setúbal e não deu espaço aos sadinos para poderem assustar Hélton, que pouco trabalho teve na 1ª parte e foi praticamente mais um jogador de campo. Quaresma e Brahimi fugiram das alas, vinham para dentro e Ricardo e principalmente Alex Sandro eram autênticos extremos. Esta mudança táctica atrofiou completamente os sadinos, que andaram completamente perdidos nos primeiros 45 minutos. As ocasiões perto da baliza Setubalense foram lentamente surgindo e Brahimi marca o primeiro numa boa jogada de envolvência onde o Porto coloca 5/6  jogadores dentro da área. Logo de seguida Quaresma obriga Raeder a uma boa defesa depois de mais uma trivelada e por volta da meia hora faz um um slalom, mas ninguém consegue encostar depois do cruzamento do Alex.

A 2ª parte mostrou um Setúbal mais atrevido sem no entanto conseguir chegar com perigo à baliza portista e a entrada aos 66 minutos de Evandro apagou um pouco o fogo dos Sadinos que só aos 76 minutos de jogo conseguiram assustar Hélton numa jogada "à la Benfas". Muito pouco para quem precisava pontuar e fugir ao 16º lugar e a apenas 3 pontos acima da linha de água. Foi uma vitória justa do meu Porto, num jogo muito morno. 



Apesar de não ter sido um grande jogo, muitos jogadores destacaram-se pela positiva e talvez não esteja a ser justo na eleição do melhor em campo mas gostei muito do:
Casemiro - Para mim, o MVP da partida. Para ele não interessa se é o Canidelo ou o Bayern, a intensidade com que joga é sempre a mesma. Ricardo e Alex Sandro conseguiram jogar muito adiantados, em grande parte devido ao bom posicionamento e constantes dobras aos laterais feitas pelo brasileiro. Os centrais também usufruem desta combatividade do 6 portista no meio-campo porque é o primeiro tampão aos ataques adversários.
Hélton - Como já o disse acima, o substituição do guarda-redes peca pelo timing, embora todo o portista perceba que com Hélton em campo não temos de nos agarrar à cadeira ou ao sofá de cada vez que a bola surge na nossa área. Tudo o que faz é natural e isso acalma jogadores e adeptos.
Alex Sandro - Ontem parecia o Danilo canhoto e este é o melhor elogio que lhe posso fazer. Jogou praticamente todo o jogo como extremo e esteve em quase todas as melhores jogadas do ataque portista. Teve pouco trabalho a nível defensivo porque Zequinha e Advíncula nunca foram capazes de o incomodar.
Brahimi - Bem mais solto do que tem sido habitual e prova disso, foi que jogou mais tempo de frente para a baliza sadina do que para a nossa baliza. Marcou um golo pleno de oportunidade depois duma seca de mais de 2 meses. Foi mais prático e menos complicativo e só ganha com isso.
Ricardo - Hoje gostei do menino. Como tinha pouco trabalho na defesa, subiu no corredor e jogou em terrenos onde se dá bem melhor. Teve um remate perigoso ainda na 1ª parte e é dele o cruzamento para Brahimi. 
Jackson - A luta e espírito de sacrifício habituais em prol da equipa. Voltou a recuar no terreno para tabelar com os colegas e o primeiro golo começa nele. Faz o 2º depois de uma recepção de bola que revela toda a sua categoria.



Quase nada a declarar em termos negativos. Foi um jogo lento, sem grandes motivos de destaque e praticamente toda a equipa foi engolida por esse estado de espírito. Ainda assim consigo encontrar alguns pontos que não gostei:
Quaresma - Fez uma boa 1ª parte mas caiu muito depois do intervalo e foi naturalmente substituído depois de 2 cagadas. Voltou a sair amuado e aziado como se estivesse a ser o melhor jogador em campo.
Lesão grave -  A lesão de Marcano parece ser grave, é mais um contra-tempo dum jogador que se tem revelado uma excelente compra. 
Bolas paradas - O Lance de maior perigo surge num lance idêntico ao golo sofrido no Dragão contra o Benfas. Voltamos a ser comidos numa jogada onde já devíamos estar calejados.







4 comentários:

Anónimo disse...

FODA SE HAJA VERGONHA DEPOIS DE UMA ARBITRAGEM A MARCOS MIDAS FERREIRA AINDA TEM A LATA DE VIR FALAR EM COLINHO.

Rui Rodrigues disse...

Caríssimo Anónimo, numa próxima oportunidade identifique-se por favor para poder tratá-lo pelo seu nome.

Um jogo e uma arbitragem não fazem uma época, ao contrário do seu suposto clube, que tem beneficiado de vários jogos e várias arbitragens.

Grande abraço.

Saudações Portistas.

Penta disse...


@ Rui

confesso a minha surpresa com a convocatória para o jogo ante o Carnide. mas, também não escondo que senti um certo alívio quando percebi que Helton ia ser titular.

aquele olhar de pânico do Fabiano, em Munique, depois dos três albarroamentos em menos de quinze dias... só demonstra insegurança.

no ano passado, em Nápoles, acreditei que havia "vida" para lá de Helton, e que Fabiano era essa esperança. depois de Munique, só espero que Gudiño seja uma opção para a próxima temporada, junto com o capitão.

abr@ço
Miguel | Tomo III

Rui Rodrigues disse...

Olá Grande Miguel.

Nápoles foi sem duvida alguma, uma das grandes noites do Fabiano.

A "cena" do Fabiano é que dá sempre a ideia que está em pânico. O Hélton distribui calmantes, o Fabiano pede-os.

Grande Abraço.