Pragmático QB

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sábado, 26 de setembro de 2015

Moreirense 2 vs FC Porto 2 - 25.09.2015 - Liga Portuguesa

O masoquismo Portista. 

Como é habito, comecemos por um pouco de história e estatística acerca das viagens do Porto a Moreira de Cónegos. Antes do jogo desta noite e em 5 jogos no Comendador Joaquim Almeida Freitas, o nosso Porto empatou 2 e ganhou 3, ou seja, não sendo um adversário temível, é um clube que nos merece algum respeito. Hoje jogou-se novamente e o resultado deu empate, o que somando aos jogo anteriores, facilmente se percebe que o Porto só ganha 50% dos jogos efectuados em casa do Moreirense.

Queria ter escrito qualquer coisa no intervalo temporal entre o jogo com o Benfas e este com o Moreirense, mas compromissos familiares não me permitiram, no entanto tive oportunidade de ler um pouco por toda a Bluegosfera, avisos reais, que eu subscrevo na totalidade, do perigo que seria um jogo após a euforia da vitória sobre o nosso maior rival e um confronto de Champions contra o Chelsea. Os alertas foram dados, quase que como uma premonição, mas infelizmente a nossa equipa não lê os blogues azuis e brancos.

O nosso Mister fez alterações na equipa mais ou menos previsíveis, a pensar não só no Chelsea, mas também no constante refrescar da equipa, usando a famosa rotatividade, algo de que o nosso treinador é fã e não abdica. O 4-3-3 estava bem patente desta vez e não deixava espaço para duvidas, de quem e onde cada jogador ocuparia o seu lugar em campo. O jogo começou com 3 minutos surreais, Marcano a escorregar, passes errados, a bola tinha picos. Maxi quis pôr ordem na coisa e faz uma arrancada vistosa mas inconsequente depois do mau cruzamento do Corona. A jogada não teve qualquer tipo de perigo mas serviu para o Porto acordar, acalmar e pegar no jogo pelos colarinhos. A equipa fazia o seu habitual jogo de posse no meio campo adversário quando o Maxi "saca" uma falta, superiormente cobrada pelo "especialista" Maicon, num livre directo "à la Barroso". O mais difícil estava feito, golo marcado cedo no jogo e controlo total do tempo e espaço. Osvaldo pouco depois dá um cheirinho do que pode fazer numa recepção orientada, seguida de remate perigoso. Nesta primeira meia hora apercebi-me da exacerbada aversão que o Brahimi tem em passar a bola ao Láyun, algo que me irrita solenemente, mas que ao mexicano lhe deve tirar o sono. O tempo passava, a equipa adormecia mas o nosso André não deixava o jogo arrefecer e numa jogada individual plena de técnica e força, provoca um calafrio ao Stefanovic. Maicon acaba a 1º parte com um cabeceamento perigoso a revelar toda a confiança que atravessa no momento. A 2º parte começa praticamente com o golo do Moreirense, numa jogada em que Cardozo e o Medeiros desmontam meia equipa portista e provocam uma cratera gigante na defesa do Porto. O jogo ficou meio manhoso durante algum tempo, o Lopetegui percebeu isso e trocou Herrera por Tello, passando o Corona para o meio e o esquema táctico foi alterado para um 4-2-3-1, com o Danilo e o André a jogarem lado a lado. Foi uma mudança altamente proveitosa, o Porto tomou novamente conta do jogo e permitiu ao Corona brilhar como ainda não o tinha feito durante a primeira hora de jogo. Corona primeiro e Osvaldo depois, têm 2 oportunidades de golo flagrantes mas o empate manteve-se. Lopetegui sente que é preciso algo mais e põe toda a carne no assador a 15 minutos do fim, quando tira o Marcano e faz entra o nosso Coolbakar. O Porto passa a jogar numa espécie de 3-3-4, a fazer lembrar o saudoso Co Adriaanse, e chega novamente ao golo por Corona, que aproveita da melhor maneira o facto do Moreirense ter ficado atordoado depois de ver tanto portista na sua área. Osvaldo poderia ter sentenciado o jogo, depois de um grande passe do nosso Coolbakar, mas como quem não marca sofre (merda de chavão), acabamos por levar mais um golpe no lombo em cima do minuto final.


Maicon - O MVP da partida. Atravessa um grande momento de forma, muito possivelmente a melhor fase desde que chegou ao Porto. Marcou o seu 2º golo no campeonato, curiosamente o 2º de bola parada, num livre superiormente bem marcado. Transpira confiança, facto que lhe permite disputar qualquer lance com a certeza que o vai ganhar e está com uma percentagem de passes longos certos a fazer inveja aos anos brilhantes do Rafa Marquez no Barcelona.
André - Mais um jogo, mais 90 minutos sempre a abrir. Com já foi dito por muito portista, neste momento é o André e mais 10. Jogou uma hora a 8, e com a entrada do Tello recuou no terreno, numa e noutra função o grau de êxito andou nivelado sempre por cima.
Corona - O Porto jogou com 10 a primeira hora de jogo e com 12 a meia hora seguinte. Corona foi 8 na ala e 80 no meio., um facto tão curioso que merece a atenção do nosso Mister. Marcou o nosso 2º golo, num lance cheio de técnica e frieza.
Claques - Mais uma vez, mérito seja dado aos nossos meninos, foram incansáveis no apoio à equipa, mesmo naqueles momentos difíceis do jogo.


Casillas - Não o considero um ódio de estimação, mas não morro de amores pelo espanhol, nunca o fiz e duvido que o venha a fazer, agora que é jogador do meu clube. Teve pouco trabalho durante toda a partida e sofre 2 golos, é um jogo ingrato para toda a equipa e principalmente para ele. Mesmo tendo feito uma boa defesa no final do jogo e friamente analisando, sou só eu que fiquei com a ideia que poderia ter feito muito mais no lance do 2º golo? É um cruzamento bombeado para um cabeceamento feito já dentro da pequena área.
Herrera - Está em pior forma do que eu, e eu peso mais de 90 quilos, o que diz muito do momento do mexicano. Falta férias, praia, falta descanso ao moço, é tão evidente que chega a ser desesperante vê-lo jogar. Aqui que ninguém nos ouve, o Herrera já passava a pasta ao nosso Sérgio.
Brahimi - O coelho da cartola pode sair a qualquer momentos, mas nos ultimos 3 jogos, nem houve coelho nem cartola. O argelino não gosta do Láyun, fica evidente a cada jogo que passa, o que faz com que o mexicano faça piscinas inconsequentes.
Segurar a vantagem - Aconteceu em Kiev e hoje voltou a acontecer por duas vezes, o Porto não conseguiu segurar a vantagem no marcador. Um pouco mais de manha e menos romantismo, nunca fez mal a nenhuma equipa profissional.






Atitude de uma pessoa que retira prazer ou parece gostar do seu sofrimento ou humilhação.

"masoquismo", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/masoquismo [consultado em 26-09-2015].
Atitude de uma pessoa que retira prazer ou parece gostar do seu sofrimento ou humilhação.

"masoquismo", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/masoquismo [consultado em 26-09-2015].

2 comentários:

Drax disse...

Análise sóbria, Rui. Muito bem.

Um único ponto de discórdia: a nota dada a Casillas.

Ao contrário de Kiev, onde talvez pudesse ter sido mais lesto a atacar o lance, em Moreira de Cónegos não lhe atribuo responsabilidades, sobretudo, porque é um cruzamento difícil para o guarda-redes. Curva inversa, bola a fugir; convidava à saída, mas também à falha.

Creio que Casillas percebe que bolas aéreas não é o seu forte e prefere não arriscar a saída em lances complexos. Percebo a crítica, mas julgo que na sexta fez o que pode.

De resto, estamos em total sintonia, sobretudo no factor Brahimi. Parece-me incrível como o argelino não aproveita a profundidade que Layún lhe dá. É uma dinâmica fortíssima que se está a perder por força da natureza individualista de Yacine. Um aspecto que Lopetegui deve rever rapidamente, caso contrário o desgaste vai estender-se para lá do terreno. Ninguém gosta de correr para o boneco.

Grande abraço.

Continua.

Rui Rodrigues disse...

Grande Drax, parece que nunca iremos estar de acordo em relação ao Casillas, mas admito que possa estar errado porque o Iker já é um ódio de estimação com anos.

Vejo semelhanças entre o golo sofrido em Moreira de Cónegos e o da Madeira, porque tanto o Cissokho como o Casillas tem muito tempo para perceber onde a bola vai "pingar" e mesmo assim ficam pregados. No caso do Iker, se fosse um cabeceamento na zona da marca do penalti, eu entendia que ele não saísse, mas o cabeceamento é feito dentro da pequena área, ele tem de sair aquela bola. Ainda por cima não estava a chover, não havia necessidade de ele se estar a abrigar debaixo da trave :)

Fico à da tua análise sobre a vitória contra os campeões ingleses.

Saudações Portistas.

Grande Abraço.