Pragmático QB

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sábado, 5 de dezembro de 2015

União da Madeira 0 vs FC Porto 4 - 02.12.2015 - Liga Portuguesa

A arte de resolver rapidamente.

O Porto viajava até à "ilha maldita" pela 2ª vez nesta época e é inacreditável a angustia que nos assombra a alma sempre que isso acontece, isto porque nas últimas 8 viagens à Madeira, o Porto só tinha vencido uma única vez em jogos contra Nacional e Marítimo. Com a subida de mais uma equipa do arquipélago ao 1º escalão do futebol português, o pesadelo estatístico tinha tudo para se manter, até porque no último confronto na Madeira com o União em Fevereiro de 92, o Porto não tinha conseguido melhor que um empate a 0.

O Porto vinha de 2 jogos francamente negativos, a derrota com o Dinamo na Champions e a vitória pela margem mínima com o recém promovido Tondela. Este era um jogo em atraso, e para além da importância óbvia da vitória, era fundamental ganhar de forma folgada para espantar fantasmas que teimam em pairar sobre equipa e treinador. A equipa reagiu bem ao passado recente, goleou com uma primeira meia hora de jogo muito boa, geriu o jogo com tranquilidade, e acima de tudo, fez uma exibição competente.

O Porto chegou à Madeira e quis resolver o jogo logo no aeroporto, foi essa a ideia que transmitiu na passada 4ª feira. Uma entrada forte no jogo permitiu ao Porto chegar-se à frente com algum à vontade e os remates começaram a surgir com naturalidade. Brahimi tentou de fora da área mas foi Herrera quem esteve perto, numa cabeçada ligeiramente por cima da barra. Foram precisos apenas 12 minutos para que o Porto inaugurasse o marcador, numa jogada em que Brahimi atrai 3/4 defesas antes de soltar para Layún fazer o cruzamento para a tolada vitoriosa de Herrera, que marca o seu 2º golo na ilha esta época, provando que se dá bem com os ares da Madeira. Muralha arrombada, equipa do União atordoada e Brahimi a marcar o 2º golo 2 minutos depois, num lance que que Corona faz o passe em esforço e na raça para Maxi cruzar atrasado para o argelino. A equipa estava forte e eficaz e tudo parecia estar a correr na perfeição quando El Tecatito tabela com o tufo de relva mais próxima e disfere um poderoso guacamole para a baliza de André Moreira. 3 golos em 22 minutos que permitiam ao Porto "descansar" com bola nos restantes 68. Até ao intervalo foi o Porto novamente a estar perto do golo, numa boa jogada de Brahimi pela esquerda. A 2º parte tal como se previa, serviu para "cumprir calendário", com 45 minutos de poucos lances perto das balizas. Houve apenas tempo para ver Osvaldo ser injustamente expulso, para ver uma grande defesa do redes madeirense no livre directo de Maicon e para ver o golo de Danilo, em mais um passe de Layún.


Layún - O MVP da partida. Já o disse mas nunca é demais repetir, é incrível a disponibilidade física do defesa mexicano. Mais 90 minutos sempre a fazer piscinas e mais 2 assistências para golo, desta vez com a particularidade de não terem sido feitas para Aboubakar. Começou naturalmente do lado esquerdo da defesa e com a expulsão de Osvaldo, subiu no terreno e chegou uma espécie de extremo no 3-3-3 improvisado de Lopetegui.
Brahimi - 2 golos nos últimos 2 jogos poderão indiciar um aumento de forma do mágico argelino. Fez uma grande 1º parte e resguardou-se naturalmente nos 25 minutos que fez na 2ª parte. A boa forma e golos de Brahimi são sempre bem vindos seja em que altura da época for.
Herrera - Herrera será sempre Herrera, aquela lentidão enervante, os passes falhados de forma displicente, mas em contra-partida, o mexicano será sempre um dos jogadores com mais quilómetros por jogo no lombo e um jogador capaz de fazer qualquer tarefa em campo. Contra o União, marcou e demonstrou um cheirinho do que foi em muitos momentos na época passada.
Corona - Golos sem querer ou propositadamente, valem o mesmo. Corona marcou, algo que já não fazia à quase 2 meses e igualou Aboubakar na lista interna de melhores marcadores no campeonato. Uns dias no banco e outros na bancada nunca fizeram mal a ninguém.
Danilo - Rúben Neves é o nosso menino mas naquela posição, Danilo oferece-me muito mais garantias. Limpou o pouco que teve de limpar no meio campo e como é hábito foi incisivo nos lances de bola parada, marcando o seu 1º golo ao serviço do Porto.
Marcar cedo - Torna-se tudo tão mais simples quando a equipa entra em campo com vontade de resolver as coisas cedo. 3 golos em 22 minutos mataram um jogo que poderia ser muito complicado.


Osvaldo - Não foi a expulsão que me fez dar-lhe nota negativa mas sim o constante desligar do jogo. Tal como tem acontecido a Aboubakar nos últimos jogos, Osvaldo não fez um remate e nunca esteve verdadeiramente conectado com o jogo.
Bruno Paixão - O Bruno será sempre o Bruno, aquele menino com sede de protagonismo que tenta fazer de tudo um pouco para dar nas vistas. Como não teve hipótese nem tempo de meter nojo na 1ª parte, conseguiu ver uma agressão e expulsar Osvaldo num lance que até fez Slimani sorrir.



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